Congresso Estadual da CUT ocorre até domingo (27) na Praia Grande, no litoral paulista
Centenas de lideranças sindicais, dos movimentos sociais e políticas participaram, nesta sexta-feira, 25 de agosto, da abertura do 16º Congresso Estadual da CUT-SP, evento que ocorre na Colônia de Férias dos Vendedores Viajantes de São Paulo, na Praia Grande, no litoral paulista.
Até domingo (27), passarão no local mais de 800 participantes, entre delegados, delegadas, inscritos, observadores e convidados.
O início das atividades foi embalado por músicas de luta, interpretadas pelas Mulheres Cantantes da CUT-SP, grupo formado pelo Coletivo de Mulheres da Central. Em seguida, houve uma homenagem às mais de 700 mil vítimas da covid-19, momento em que trabalhadores e trabalhadoras da saúde foram aplaudidos por conta da atuação na linha de frente durante a pandemia.
A mesa solene foi formada por diversas lideranças, que falaram sobre as recentes mudanças que o país tem vivido em relação ao crescimento da economia e à retomada de programas sociais. Pontuaram, contudo, a necessidade de permanecer pressionando o governo federal em relação às pautas da classe trabalhadora.
A 16º edição do Congresso, sob o slogan “Luta, Direitos e Democracia que Transformam Vidas”, ocorre em num momento de esperança no Brasil, a partir da eleição de Lula, com a retomada do diálogo entre o governo federal e a classe trabalhadora. Ao mesmo tempo, a necessidade de luta em defesa das empresas públicas paulistas, ameaçadas pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O congresso é uma oportunidade da base cutista no estado, formada por mais de 300 sindicatos, discutir os rumos da Central para os próximos quatro anos, apontando as estratégias de luta da classe trabalhadora a partir da conjuntura política atual. Além disso, também será eleita a nova direção da entidade, que será responsável pelo projeto discutido pelos delegados e delegadas.
Ao longo dos três ocorrem diversas discussões, como o projeto de comunicação popular por meio das Brigadas Digitais, o fortalecimento da negociação coletiva e dos sindicatos e os impactos das reformas administrativa, fiscal e tributária.
Neste sábado (26), houve um balanço do mandato da atual diretoria, eleita em 2019, e que atuou em meio a diferentes cenários e adversidades do Brasil, passando pela liberdade de Lula, pelas gestões de Jair Bolsonaro, na Presidência, e de João Doria, no governo estadual, até a pandemia do novo coronavírus, a luta em defesa da democracia e o retorno de Lula ao comando do país.
Outro momento aguardado no CECUT será a celebração dos 40 anos de fundação da CUT Brasil, também neste sábado. Um grande ato-político, aberto ao público, ocorrerá, a partir das 17h, na Avenida do Sindicato, 523, na Praia Grande (SP), em frente à Colônia de Férias do Sinergia, com intervenções de grafite, batalha de slam e show do grupo Ira!.
Confira, a seguir, algumas falas de lideranças sindicais e de movimentos populares
Professor Douglas Izzo, presidente da CUT São Paulo: “Companheiros e companheiras de lutas, sindicato filiados à Central Única dos Trabalhadores. Já que essa é a abertura e ao final deste Congresso não serei mais o presidente da CUT São Paulo, quero agradecer a todos vocês que, ao longo desses últimos anos, estiveram e fortaleceram a ação política da nossa Central aqui no estado de São Paulo. Nossa central que sempre esteve ao lado da classe trabalhadora, lutou contra o golpe de 2016, contra as ‘deformas’ que retiram direitos dos trabalhadores e construiu muita luta ao longo desse período. Quero deixar um agradecimento especial a vocês lutadores e lutadoras da Central Única dos Trabalhadores que, no último período, estiveram na vanguarda da luta política no nosso país por democracia e por direitos.
Quero aproveitar para dizer que estamos num momento de reconstrução do nosso país e um momento aqui no estado de São Paulo que não vai faltar disposição de luta. A nossa luta contra as privatizações da CPTM, do Metrô, das águas (Sabesp) e das rodovias que passam pela Baixada Santista e pela região de Mogi das Cruzes. Portanto, vai ser fundamental, assim como foi no passado, a gente ter unidade, dialogar muito, para derrotar aquilo que sobre da força política do inominável ex-presidente que elegeu esse governador.
Não tenho dúvidas de que deste Congresso vai sair um plano de lutas para apontar os principais eixos que vamos debater e construir no estado de São Paulo. Um plano que fortaleça a classe trabalhadora, a nossa unidade como os movimentos sociais, como os comitês de luta e a nossa luta contra a privatização."
Daiane Hohn - coordenadora do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB): “É momento de retomar o que foi perdido nesses últimos seis anos depois do golpe. Uma das lutas importantes é contra a privatização da Sabesp. Água e energia não são mercadoria.”
Delwek Matheus, da Direção Estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST): “Esse congresso abre um novo momento histórico, trazendo para a classe trabalhadora um novo compromisso com a classe trabalhadora. Precisamos mudar e reconstruir o estado de São Paulo. Fortalecer a luta do campo é uma grande tarefa a ser cumprida. Fazer a reforma agrária e a agricultura familiar.”
Marcos Perioto – Secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE): “ O Congresso ocorre em um momento fundamental da luta dos trabalhadores para reconquistar a democracia e os direitos cassados pela reforma trabalhista. Também com a possibilidade de construir um movimento sindical forte, que valoriza a negociação coletiva e que precisa ter fontes de financiamento que são fundamentais para garantir a luta de todos os trabalhadores por seus direitos. Existe a necessidade de fortalecer a negociação coletiva. Não existe negociação coletiva sem sindicato forte. A onda conservadora que impôs a reforma trabalhista tentou atacar os sindicatos pelas fontes de financiamento e inviabilizar a atuação sindical. Mas resistimos e o congresso da CUT é uma demonstração de que os trabalhadores estão unidos e vão dar passos avançados no sentido de recuperar seus direitos.”
Maria Izabel Azevedo Noronha (professora Bebel) - presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de Ensino no Estado de São Paulo (Apeoesp): “Esse congresso é demarcador de lutas. Estamos debatendo perspectivas de um Brasil melhor. Sabemos que o governo Lula é um governo em disputa e temos que ir às ruas fazer valer as nossas pautas. Em São Paulo, vamos colocar o governador de joelhos contra a reforma administrativa, a redução de verbas da educação e contra a privatização da Sabesp.”
Rui Lemos Smith, secretário de Assuntos Metropolitanos da Prefeitura de Praia Grande: “A Praia Grande sempre foi palco de grandes encontros do movimento sindical. Sempre que há um encontro da classe operária aqui, é motivo de muita alegria. Desejamos que este Congresso seja repleto de sucesso”.
Bia Hermógenes, coordenadora estadual da Central de Movimentos Populares (CMP): “Me orgulho em participar da abertura deste Congresso da CUT São Paulo depois de ser eleita coordenadora estadual da CMP. Tenho também o prazer de trazer aqui uma convocação para todos e todos: no dia 7 de setembro, nós da CMP, juntamente com outros movimentos sociais, partidos e sindicatos irá para as ruas pedir a prisão do Bolsonaro, no Grito dos Excluídos que neste ano tem como tema Você tem fome e sede de quê?”
Assista a outras falas na íntegra de ex-presidentes da CUT-SP e de personalidades sindicais e políticas
Fonte: CUT