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Rita Serrano lança livro sobre sua trajetória de vida e de lutas

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Rita foi a primeira mulher a presidir o Sindicato e a representar os empregados da Caixa na alta administração do banco.

 

EntrevistaRitaSerrano2311Maria Rita Serrano tem longa trajetória no movimento sindical e social, tendo presidido o Sindicato dos Bancários do ABC entre 2006 e 2012. Coordena desde 2015 o Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, que reúne diversas entidades e lançou a campanha “Se é Público é para todos” no País. Também é diretora na Fenae.

Participa do Conselho de Administração da Caixa desde 2014, quando então ocupou o cargo de suplente, sendo eleita titular em 2017. Em 2019 concorreu com mais de 200 candidatos e foi reeleita com votação recorde, 82% dos votos de um total de 26 mil eleitores. Já em 2020, bateu novo recorde e foi reeleita com 90,78% dos votos.

Com toda essa experiência de atuação profissional e em movimentos, Rita Serrano resolveu contar um pouco mais de sua história em seu novo livro: “Rompendo Barreiras”. Além de sua biografia a obra contém artigos publicados ao longo dos últimos anos.

O lançamento do livro será no dia 10 de dezembro próximo, em sarau realizado na sede social do Sindicato dos Bancários, rua Xavier de Toledo, 268 – Centro – Santo André, a partir das 17 horas. Todos estão convidados.

Acompanhe a entrevista abaixo e conheça um pouco mais sobre Rita Serrano.

NB: Você já escreveu outros livros, com temáticas para o desenvolvimento regional, sobre a história da Caixa, o que te motivou escrever sobre sua trajetória?

Rita Serrano: Escrevi durante a pandemia, quando a efemeridade da vida assolou todos nós e me levou a refletir sobre as barreiras que enfrentei desde a infância e o poder da realidade brasileira na minha formação como mulher, profissional e militante social.

NB: O livro mostra uma mulher que nasceu e cresceu num mundo humilde. Quais foram as principais dificuldades que você enfrentou em sua vida?

Rita Serrano: Minha infância foi idêntica a de milhares de crianças pobres pelo Brasil, mais velha de 4 irmãs, filha de pedreiro e de trabalhadora do lar, com renda incerta, sem moradia fixa. Mesmo em meio a essa realidade desafiadora, meus pais garantiram que todas nós fossemos estudar, sem permitir ausência, isso foi sem dúvida o que me deu instrumentos para superar a primeira barreira.

NB: Qual a contribuição que você acredita que o livro possa levar ao leitor?

Rita Serrano: A mensagem que eu gostaria que ficasse é de como a visão crítica da realidade, o conhecimento sobre as amarras sociais e econômicas que tentam nos limitar, pode nos conduzir a tomar consciência do nosso protagonista como agentes da história. O poder de mudar a realidade, de humanizar as relações está em nossas mãos.

NB: No livro você destaca os desafios para as mulheres ocuparem espaços de poder. Como você vê, na atual conjuntura, o papel da mulher na sociedade?

Rita Serrano: Os ambientes de poder ainda são até hoje masculinos e machistas, é só olhar os dados sobre número de mulheres eleitas na última eleição, em cargos executivos ou mesmo em direções sindicais e partidárias. Tive o privilégio de ser a primeira mulher presidente desse sindicato e a estar no Conselho de Administração da Caixa, representando os empregados, em um universo empresarial no mundo, onde somente 12% dos cargos na alta administração são de mulheres. Temos avanços, mas o ritmo é lento. Eu digo que ser mulher exige muita teimosia e resiliência.

NB: A sua biografia percorre diversos momentos de sua atuação na Caixa. Quais foram os principais desafios e dificuldades durante esse período?

Rita Serrano: O principal desafio nos meus 33 anos de carreira na Caixa, foi manter o banco público e sustentável. As ameaças da década de 90 e nesse último governo de privatizar, desmantelar o patrimônio público foram absurdas, mas como temos entidades e movimentos organizados, a luta vem garantindo a Caixa viva.

NB: Após um desgoverno no País nestes últimos quatro anos, e com eleição de Lula, quais são suas perspectivas para o futuro?

Rita Serrano: Muita esperança na reconstrução do Brasil, na democracia, na melhoria da qualidade de vida e trabalho da população e no fim dessa era de ódio que se instalou no país. Mas não acredito em salvador da pátria, só vai funcionar de verdade, se cada um de nós fizer sua parte.  

NB: Por fim, deixe uma mensagem para os futuros leitores do livro: “Rompendo Barreiras”.

Rita Serrano: Espero que seja inspirador para que você também registre sua história e partilhe. A vida é desafiadora, mas é incrível viver.

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