Área restrita

Presidente do Sindicato avalia negociação sobre igualdade de oportunidades

Notícias
Tipografia

Confira a avaliação do presidente do nosso Sindicato, Gheorge Vitti, sobre os desdobramentos do debate durante o encontro.

Gheorge Igualdade de oportunidadesDepois do emprego, ontem (6) foi a vez de os bancários discutirem em mesa de negociação a igualdade de oportunidades, com destaque para o combate ao assédio sexual.

Confira a avaliação do presidente do nosso Sindicato, Gheorge Vitti, sobre os desdobramentos do debate durante o encontro:


Por que dar destaque ao tema do assédio, em especial o assédio sexual na negociação?
Gheorge - A questão dos assédios, moral e sexual, já vem sendo pautada há muito tempo pelo movimento sindical bancário, que luta contra a violência organizacional. Temos avanços importantes relacionados à questão da violência contra a mulher, mas precisamos ir além e conquistar cláusula específica em nossa convenção coletiva que ajude a coibir a prática do assédio sexual. As recentes denúncias de casos na Caixa mostram que essa é uma pauta urgente, que não há como deixar para depois. Além disso, é bom lembrar que assédio sexual é crime e deve ser punido.


No caso específico da Caixa, não havia apenas denúncias de assédio sexual por parte do ex-presidente, Pedro Guimarães, mas também denúncias de que outros executivos “facilitavam” o assédio. Como tratar dessas situações?
Gheorge - Assédio sexual não é algo novo, mas não pode ser uma cultura dentro dos bancos. O que se viu na Caixa, a partir das denúncias das vítimas, é que os assédios aparentemente se acentuaram e viraram prática corriqueira, exigindo apuração e punição imediatas. Obviamente há a influência do discurso do presidente da República, pois Bolsonaro já mostrou que é misógino, homofóbico, sexista. Ou seja, ele sinaliza com isso que não há problema, o que é terrível. Se os que assediam são protegidos pelos superiores ou se têm parceiros para facilitar o crime, todos devem ser punidos. E as vítimas, naturalmente, devem ser protegidas, não só com acolhimento, mas com o estabelecimento de diretrizes efetivas de prevenção e cuidados.

E o que o Comando propõe então? Qual a resposta dos bancos?
Gheorge - Pela nossa proposta, entre outras medidas, queremos a elaboração, de forma conjunta entre sindicato e bancos, de uma cartilha para o combate ao assédio sexual, fornecendo mecanismos de apuração a todas as denúncias de abusos, uma apuração também de forma bipartite, com o sindicato e os bancos; proteger e dar assistência às vítimas, com período de estabilidade e transferência quando necessário, e punição dos culpados. Os bancos garantiram que vão priorizar o tema na negociação deste ano, com o compromisso de avançar no combate ao assédio sexual, o que representa um grande avanço.

Quais outros itens foram abordados no tema da igualdade de oportunidades?
Gheorge - Nós reivindicamos que os bancos assumam o compromisso de respeito e não discriminação, seja por raça, cor, gênero, idade ou orientação sexual no trabalho bancário. É preciso reduzir a desigualdade e distorções do mercado financeiro, sempre priorizando a equidade. Há questões específicas, como por exemplo a racial, pois os negros recebem menores salários, especialmente as mulheres negras, então é necessário buscar essa igualdade nos salários e nos postos de comando. Já com relação aos PCDs a reivindicação é ir além da lei de cotas, também valorizando e empoderando esses trabalhadores e trabalhadoras.

BLOG COMMENTS POWERED BY DISQUS