Sofrimento psíquico não deve ser visto como problema individual; condições de trabalho podem aumentar ocorrência
A campanha ´Janeiro Branco´ convida à reflexão e tomada de ações sobre a saúde mental e emocional. Segundo a OMS a prevalência de depressão na rede de atenção primária de saúde é de 10, 4%. Enquanto 4,4% da população mundial sofrem com depressão, o Brasil supera essa média com 5,8%, segundo maior índice das Américas.
O mês de janeiro foi o escolhido porque, sendo o primeiro do ano, representa a ideia do novo, quando as pessoas estão mais propensas a pensar suas vidas, suas relações sociais, condições de existência e emoções. O sofrimento psíquico, aliás, não deve ser visto unicamente como um problema individual, mas sim como resultado de um conjunto de causas nascidas de um sistema econômico e social desconectado do humano, que prioriza a competição à solidariedade e colaboração.
Por isso, é preciso muita atenção a sua relação com o trabalho, inclusive nesse momento, quando há impactos nocivos de mudanças no mundo do trabalho para a saúde mental dos trabalhadores ocasionadas pela pandemia de covid-19. Uma dessas mudanças, por exemplo, é a necessidade de adaptação ao teletrabalho.
Outras situações, no caso da categoria bancária, surgem quando mesmo em meio ao crescimento de casos de covid-19 segue a cobrança por metas, além de relatos de assédio moral. Ou seja, as próprias condições de trabalho também estão adoecendo os bancários.
O Sindicato e as entidades representantes da categoria já realizam campanha permanente para alertar, prevenir e auxiliar os bancários com problemas relacionados à saúde mental, que já vinham crescendo mesmo antes da pandemia de coronavírus. No site oficial da “Janeiro Branco” (www.janeirobranco.com.br) também há materiais, textos, vídeos e publicações que poderão subsidiar essa discussão.