Fenaban recua na retirada de direitos, na regra da PLR, mas insiste em reajuste zero para 2020
Na 12ª segunda rodada de negociações da Campanha Nacional 2020, realizada nesta quarta-feira (26), entre o Comando Nacional d@s Bancári@s e a Federação Nacional dos bancos (Fenaban), pouco se avançou na questão do reajuste salarial, mas houve recuo por parte dos representantes dos bancos na retirada de direitos da categoria.
Nesta quinta-feira (27) à noite haverá assembleias em sindicatos de todo o país para avaliar as propostas da Fenaban. Uma negociação ainda está marcada para esta quinta, antes das assembleias.
Os bancos recuaram em mexer na regra da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e ficou mantida a parcela adicional que é de 2,2% do lucro líquido sem alterar a regra. Porém, os representantes dos bancos insistiram no reajuste zero para 2020, só abono. Propuseram um abono de R$ 1.656,22 para este ano. Para o ano que vem, a proposta apresentada foi de repor 70% da inflação pelo índice do INPC a partir de 1º de setembro e os outros 30% depois de seis meses.
“Até agora, as propostas da Fenaban têm tido uma repercussão muito ruim para a categoria. As assembleias feitas nesta terça-feira (26) foram muito grandes em várias cidades. Temos assembleias nesta quinta, os bancos têm até à noite pra colocar uma proposta decente de reajuste. Não vamos defender uma proposta com reajuste zero. A categoria tem consciência dos lucros que os bancos tiveram e também sabem o esforço que tiveram e sacrifícios para trabalhar durante essa pandemia”, avaliou a presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e uma das coordenadoras do Comando Nacional, Juvandia Moreira.
A questão da saúde e condições de trabalho ainda deverão ser discutidas entre o Comando e a Fenaban. Houve concordância em negociar o teletrabalho, mas ainda não foi finalizada a questão da jornada, dos móveis e dos valores. O Comando espera que a Fenaban sinalize no ressarcimento de custo de internet e com equipamentos.
O Comando Nacional criticou a postura da Fenaban de insistir no reajuste zero para este ano e o parcelamento do INPC para 2021. Foi decidida uma nova negociação para a tarde desta quinta-feira (27), antes das assembleias nos sindicatos. “As assembleias de amanhã (quinta-feira, 27 de agosto) serão decisivas para o movimento. Esperamos que na negociação desta quinta a gente avance porque sem reajuste os bancos vão jogar os bancários pra greve”, afirmou Juvandia.