Com isso, prejudicam clientes, usuários e bancários, que ficam sobrecarregados no trabalho
O lucro acumulado de Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e Banco do Brasil neste ano é de R$ 59,7 bilhões. É o maior para o período pelo menos desde 2006. O ano que chegou mais perto desse valor foi 2015, quando os bancos ganharam juntos R$ 57,7 bilhões. Em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 52,1 bilhões), o lucro deste ano aumentou 14,6%. Enquanto isso, cresce a pobreza no País (veja mapa da desigualdade nesta edição).
O levantamento sobre o lucro recorde é da empresa de informações financeiras Economatica e considera o lucro líquido informado pelos bancos à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). O histórico começa em 2006 porque só há dados disponíveis para o Santander a partir deste ano. Esse crescimento se dá à custa de precarização dos serviços para a sociedade e exploração dos funcionários, já que o fechamento de agências físicas piora o atendimento e a redução de empregados significa aumento da carga de trabalho.
O Itaú, por exemplo, lucrou R$ 21,067 bilhões nos nove primeiros meses de 2019, um crescimento de 9,4% em relação ao mesmo período de 2018 e de 1,7% no trimestre. No final de setembro de 2019, como aponta o Dieese, contava com 83.536 empregados no País, com fechamento de 3.534 postos de trabalho em doze meses. Além de demissões e desligamentos via PDV, a redução de bancários foi causada também pelo encerramento de agências físicas. Em doze meses foram fechadas 201. A empresa anunciou que o saldo de agências fechadas em 2019 deve chegar a 400.
Mesma situação se vê nas demais instituições. “Os bancos lucram sempre, mas essa riqueza nunca é revertida para seus funcionários, clientes e usuários. É preciso contratar mais, para não sobrecarregar quem fica, e atender de forma eficiente também aqueles que necessitam das agências físicas”, aponta o presidente do Sindicato, Belmiro Moreira.