Pontos relacionados ao descumprimento da CCT serão analisados pela Fenaban; pontos divergentes podem ser tratados com cada banco em específico
Em reunião realizada nesta quarta-feira (29), em São Paulo, o Comando Nacional dos Bancários apresentou à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) diversos casos que mostram que os bancos estão descumprindo cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. Também foram apresentados os casos que prejudicam fluxo de afastamento para tratamento de saúde, recebimento de benefícios e retorno ao trabalho.
“Muitos bancários trabalham doentes por receio de perdas de remunerações ou de prestígio junto aos gestores. Precisamos encontrar a solução para evitar problemas, tanto para as empresas quanto para os trabalhadores, que, muitas vezes, quando decidem se afastar, a doença já está mais avançada. Queremos criar um ambiente favorável para que isso deixe de acontecer”, disse o secretário de Saúde do Trabalhador da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mauro Salles.
Mauro apresentou alguns exemplos de descumprindo pelos bancos do que determina a CCT da categoria.
A Fenaban vai levar os questionamentos com relação ao descumprimento da CCT aos bancos, que analisarão os casos e dará uma posição na próxima reunião.
São questões que envolvem o vale alimentação, o adiantamento salarial nos casos de afastamento para tratamento de saúde e sobre a indicação dos locais para a realização de perícia médica.
Pontos divergentes
Os representantes dos trabalhadores também apresentaram durante a reunião casos em que os bancos não fornecem a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e a Declaração de Último Dia de Trabalho (DUT). Também disseram que existem médicos do trabalho que realizam seus laudos levando em conta os interesses dos bancos, desconsiderando a situação de saúde do trabalhador.
“Com relação a estes pontos tivemos que firmar nossa posição, pois não houve concordância com o que defende os bancos”, observou o dirigente da Contraf-CUT. “Mas, vamos continuar insistindo na busca de uma solução para este problema que, em nossa opinião, são irregulares”, completou.
Para a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, talvez seja o caso de debater o tema em reuniões com cada banco em específico.
“Queremos discutir como previnir os adoecimentos, mas enquanto isso não ocorre temos que garantir que os que estão doentes tenham o direito de se tratar, tenham seus direitos assegurados e não sejam descartados pelos bancos”, disse.
As negociações sobre a Saúde do Trabalhador voltam a acontecer no dia 11 de julho, às 14h, em São Paulo, quando acontecerá a próxima reunião da mesa temática.
Fonte: Contraf-CUT