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Saldo da reforma trabalhista: mais de 13 milhões desempregados

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Apenas a informalidade aumenta continuamente após a mudança na legislação

desempregoA taxa de desemprego no Brasil ficou em 12,4% no trimestre encerrado em fevereiro, atingindo 13,1 milhões de trabalhadores, segundo divulgou no último dia 29 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São mais 892 mil pessoas desocupadas no Brasil em apenas três meses, um crescimento de 7,3%, enquanto o total de ocupados encolheu 1,1% (menos 1,062 milhão).

Embora a criação de mais de 1 milhão de postos de trabalho em 12 meses seja um dado positivo, a pesquisa do IBGE mostra que esse crescimento se deu apenas em setores informais. Foram 644 mil a mais entre trabalhadores por conta própria e 367 mil empregos no setor privado sem carteira. Uma constante desde a reforma trabalhista, aquela que viria, segundo os que a aprovaram, “recuperar” o mercado de trabalho.

Responsável - O desalento é recorde, e o desejo de voltar ao trabalho formal entre os brasileiros pode ser constatado no dia a dia, quando ações de contratação levam milhares a enfrentar longas filas pela possibilidade de uma vaga. No entanto, na avaliação do presidente Jair Bolsonaro, o responsável pelo desemprego é quem o contabiliza - o IBGE. “Com todo respeito ao IBGE, essa metodologia, em que pese ser aplicada em outros países, não é a mais correta”, declarou, justamente no 1º de abril, talvez para atenuar a perversa ironia.


Reajuste do mínimo acima da inflação pode acabar

Governo quer correção apenas pelo INPC

O governo federal deve retirar dos trabalhadores mais um direito conquistado durante o governo do ex-presidente Lula: o reajuste do salário mínimo acima da inflação. A fórmula atual de cálculo do reajuste, de 2004, leva em conta o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes mais a inflação do ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Segundo o Dieese, se não houvesse essa política o valor do salário mínimo seria de apenas R$ 573,00 e não de R$ 998,00, como é hoje. Mas o governo quer interromper esse aumento do poder de compras dos mais pobres enviando, até 15 de abril ao Congresso Nacional, o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020, sem a previsão de reajuste real. Pela proposta o piso salarial deve ser corrigido apenas pelo INPC.

A valorização do mínimo beneficiou cerca de 70 milhões de aposentados e beneficiários do INSS que recebem o piso nacional, além de ter aumentado o rendimento médio dos trabalhadores com salários mais baixos.

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