Somos pioneiros em garantir a PLR, discutir e incluir cláusulas sociais nos acordos e vamos além, com nossa organização e união em todo o País
O Sindicato realiza no próximo 31 de agosto sua tradicional Festa dos Bancários. A confraternização é uma justa homenagem ao Dia do Bancário, comemorado em 28 de agosto. Uma categoria que, ao longo de muitas décadas, aprendeu a força de sua organização e capacidade de luta, protagonizando momentos históricos e conquistando direitos ao lado de suas entidades representativas, como o Sindicato.
Entre essas conquistas estão desde a jornada de seis horas, nos anos 1930, até as mais recentes, como por exemplo a concessão da licença-paternidade. E a própria unificação da categoria, nacional, é exemplo dessa capacidade de organização. Nossa Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) conta hoje com mais de 70 cláusulas que garantem a funcionários de bancos públicos e privados vales alimentação, refeição, 13ª cesta, auxílio-creche/babá, PLR, complementação salarial aos afastados por doença, auxílio para requalificação profissional, entre outros direitos.
Os bancários também foram pioneiros em discutir a igualdade de oportunidades e o assédio moral; foram a primeira categoria a ter garantido em acordo o direito à Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Conquistaram licença-maternidade de 180 dias e centros de realocação e requalificação profissional, nos bancos, com o objetivo de evitar demissões, entre muitos outros itens para estabelecer um trabalho decente. Além, é claro, do repasse da inflação e aumento real nos salários e demais verbas: de 2004 até 2017 a mobilização da categoria ao lado do Sindicato garantiu ganho real de 20,26% e, no piso, esse aumento foi ainda maior, de 41,6%. No vale-refeição o crescimento foi de 35,4% e, no vale-alimentação, 36,9%.
“Apesar das condições adversas que todos os trabalhadores vivem hoje no Brasil, com a reforma trabalhista e a retirada de direitos, a categoria bancária tem, sim, muito a comemorar. Especialmente em seu dia, quando é preciso dar uma pausa, relaxar e recarregar as energias para novas lutas. Inclusive nesta campanha salarial, cujas negociações ainda não avançaram. Tudo o que temos são conquistas, não é benevolência dos bancos. Sindicato forte, categoria forte!”, destaca o presidente do Sindicato, Belmiro Moreira, lembrando que a entidade também sempre esteve presente nas grandes manifestações que garantiram a democracia no País.
É importante lembrar, ainda, que, além da reforma trabalhista e terceirização, o governo Temer também investiu pesado contra os sindicatos que, com orçamentos reduzidos, tiveram que se adaptar à nova realidade – uma consequência disso é a cobrança de convites para acompanhantes dos associados na festa desse ano, o que não ocorria anteriormente. Essa cobrança se fez necessária para manter a excelência da festa, sempre elogiada pela categoria.
Se você ainda não se inscreveu, não perca mais tempo. Acesse o site do Sindicato e faça sua reserva, porque os convites são limitados.
Mário Benedetti: Por que Cantamos
Se cada hora vem com sua morte
se o tempo é um covil de ladrões
os ares já não são tão bons ares
e a vida é nada mais que um alvo móvel
você perguntará por que cantamos
se nossos bravos ficam sem abraço
a pátria está morrendo de tristeza
e o coração do homem se fez cacos
antes mesmo de explodir a vergonha
você perguntará por que cantamos
se estamos longe como um horizonte
se lá ficaram as árvores e céu
se cada noite é sempre alguma ausência
e cada despertar um desencontro
você perguntará por que cantamos
cantamos porque o rio esta soando
e quando soa o rio / soa o rio
cantamos porque o cruel não tem nome
embora tenha nome seu destino
cantamos pela infância e porque tudo
e porque algum futuro e porque o povo
cantamos porque os sobreviventes
e nossos mortos querem que cantemos
cantamos porque o grito só não basta
e já não basta o pranto nem a raiva
cantamos porque cremos nessa gente
e porque venceremos a derrota
cantamos porque o sol nos reconhece
e porque o campo cheira a primavera
e porque nesse talo e lá no fruto
cada pergunta tem a sua resposta
cantamos porque chove sobre o sulco
e somos militantes desta vida
e porque não podemos nem queremos
deixar que a canção se torne cinzas.