Quase 2 mil postos de trabalho foram eliminados e 270 agências foram fechadas nos últimos 12 meses, reforçando processo de encolhimento do banco público
O Banco do Brasil atingiu lucro líquido ajustado de R$ 3 bilhões no primeiro trimestre de 2018, crescimento de 20,3% em relação ao mesmo período de 2017.
O resultado foi influenciado pelo aumento das rendas de tarifas, pela redução das despesas de provisão e as administrativas. Com isso, o retorno sobre o patrimônio líquido (RSPL) aumentou para 13,2%.
O BB cortou 1.983 postos de trabalho nos últimos 12 meses e chegou a 97.981 trabalhadores. Além disso, fechou mais 270 agências no período, chegando a 4.159 em março de 2018.
Não por acaso, no primeiro trimestre o Banco do Brasil foi o terceiro banco com maior número de reclamações consideradas procedentes pelo BC, segundo ranking elaborado pelo órgão, no segmento de instituições financeiras com mais de 4 milhões de clientes.
Sobras - Nos primeiros três meses do ano as despesas de pessoal apresentaram queda de 2,6% em relação ao mesmo trimestre de 2017.
As receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias cresceram 5,4%, chegando a R$ 6,5 bilhões apenas nos primeiros três meses de 2018.
Com essa receita, o BB paga toda sua despesa de pessoal, incluindo PLR, e ainda sobra R$ 1,3 bilhão.
As despesas de intermediação financeira tiveram forte queda de 31% em relação ao mesmo período de 2017, com destaque para as despesas de captação com recuo de 44% e as provisões para devedores duvidosos que caíram 18%.
A carteira de crédito ampliada PJ reduziu 6,3% no ano, influenciada pelo decréscimo de R$ 8,7 bilhões nas operações de capital de giro (7,4%), investimentos em R$ 3,8 bilhões e crédito imobiliário (R$ 2,5 bilhões).
Ou seja: ao mesmo tempo em que diminui a carteira de crédito, a direção do BB incentiva a atuação das agências de crédito terceirizadas, as Cobans (Correspondentes Bancários), inclusive com agentes terceirizados dentro das agências, o que é expressamente proibido em resoluição do BC.
A carteira Pessoa Física orgânica, por sua vez, cresceu 3,0% em 12 meses, fruto do desempenho positivo em crédito consignado (R$ 5,1 bilhões) e da alta de 6,8% do financiamento imobiliário (R$ 2,9 bilhões).
A taxa de inadimplência chegou a 3,65% no primeiro trimestre de 2018, queda de 0,24 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2017.