Foram muitos os atos em defesa dos direitos dos trabalhadores, Lula livre e democracia no Brasil; Sindicato participou das atividades
A luta em defesa da liberdade imediata do ex-presidente Lula, mantido há 25 dias como preso político na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, unificou a classe trabalhadora brasileira. A maior expressão dessa unidade foi vivida na tarde de ontem, no ato unificado de 1º de Maio, realizado na Praça Santos Andrade, região central da capital paranaense, onde mais de 40 mil trabalhadores e trabalhadoras se aglomeraram para pedir a liberdade de Lula. Mas as manifestações aconteceram por todo o Brasil, incluindo as cidades de São Paulo e de São Bernardo, com a presença de diretores do Sindicato.
A liberdade de Lula e a retomada dos direitos da classe trabalhadora, que foram roubados pelo atual governo golpista e ilegítimo de Michel Temer (MDB-SP), são bandeiras de luta que unificam todos os trabalhadores e trabalhadoras de Norte a Sul, Leste a Oeste e Nordeste do país, como enfatizou o presidente da CUT, Vagner Freitas. “Pela primeira vez temos um ato de 1º de Maio unitário desde o surgimento de todas as centrais sindicais. E é importante destacar isso porque somente Lula foi capaz de nos unificar. Estão todos aqui unidos em defesa de Lula, em defesa da classe trabalhadora”. Segundo Vagner, a única chance de retomar a democracia no país e resgatar os direitos trabalhistas é “garantir a liberdade de Lula para que ele se torne novamente o presidente do Brasil”.
“Dizer Lula Livre, inocente e nosso presidente é o maior instrumento de luta que os trabalhadores têm para terem de volta os direitos retirados pelo governo golpista de Temer. Por isso só sairemos daqui de Curitiba com Lula em liberdade”, afirmou.
Carta de Lula - A ilegitimidade de Temer, a maior perda de direitos sociais e trabalhistas do século XX e as escandalosas taxas de desemprego registradas no pós-golpe foram lembrados por Lula na carta lida pela presidenta do PT, Gleisi Hoffmann: “o desemprego cresce e humilha o pai de família e a dona de casa”, disse.
Mas Lula é, antes de tudo, um nordestino forte que acredita em um amanhã melhor. E na carta ele, que está preso em uma solitária, falou em esperança, disse que “o Brasil é possível”, lembrou que já vivemos esse país que dá certo há pouco tempo e pediu para todos terem fé num futuro melhor.
“A esperança que retomamos neste 1º de Maio unificado não é apenas um desejo, é algo que buscamos em nossa luta democrática em todos os dias. Ela nos fortalece para superarmos o triste momento presente e para construir um futuro de paz e prosperidade”, disse Lula na carta que encerrou dando vivas aos trabalhadores e ao Brasil.
Solidariedade internacional – Segundo a CUT,“Lula livre”, palavra de ordem do dia de ontem no Brasil, tomou proporções internacionais e esteve presente nos atos do Dia Internacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Argentina, do Uruguai, do México, de Cuba, da Espanha, Suíça, França e em diversos países do mundo.
Representantes sindicais da CTA da Argentina e do Sindicato UWA, dos Estados Unidos, estiveram presentes em Curitiba e mandaram um recado à classe trabalhadora brasileira: “o Lula hoje não é brasileiro, é de toda América, de todo o mundo, porque nós todos somos Lula hoje”
Lulas pelo Brasil - Lula não pode estar presente, mas, como ele próprio havia sinalizado no dia 7 de abril, quando anunciou, em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que cumpriria decisão judicial, não tinha mais jeito, suas ideias estavam espalhadas e difundidas pelos milhões de Lulas espalhados pelo Brasil.
E assim foi neste 1º de Maio da resistência. As lembranças das conquistas históricas proporcionadas por seu governo foram reforçadas em diversas falas. Com Lula, lembravam as lideranças de movimentos ligados às frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, milhões de brasileiros historicamente excluídos puderam sair da condição de fome e miséria, passaram a sonhar com a casa própria, com o acesso à universidade e começaram a sentir o que é o direito de andar de cabeça erguida, com dignidade.
Além de citar as conquistas vividas pelos brasileiros durante os governos democráticos e populares de Lula e Dilma, as lideranças políticas foram enfáticas ao expressar o entendimento comum dos movimentos e entidades que lutam pela defesa da democracia: Lula é o candidato do povo, tem o direito de se candidatar nas eleições deste ano e a luta por sua liberdade será levada até as últimas consequências.
Resistência - “Estamos aqui em defesa dos direitos dos trabalhadores, mas também em defesa da democracia. E não há democracia plena quando não temos democracia econômica e social. Não há democracia quando prendem Lula sem provas para tirá-lo das eleições. Mas as mentiras deles não vão parar nossa resistência”, disse Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e pré-candidato à presidência da república pelo PSol. A deputada e também pré-candidata à presidência pelo PC do B, Manuela D’Ávila, destacou que Curitiba tem sido a capital da resistência e da luta.
Muitos outros sindicalistas e parlamentares participaram de atos pelo País. A programação também foi marcada pela presença de atividades culturais (foto) e de diversos artistas que passaram pelos palcos do 1º de Maio.
Fontes: CUT nacional, com Redação