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Com demissões, Bradesco e Santander lucram mais no 1º trimestre de 2018

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Empresas exploram e pioram atendimento em nome do lucro

O Bradesco atingiu lucro líquido recorrente de R$ 5,1 bilhões no primeiro trimestre de 2018, alta de 9,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado foi impulsionado pelo aumento das receitas de prestação de serviços e diminuição das despesas operacionais de pessoal e administrativas. No Santander, demissões e redução de salários também estão na base do lucro de R$ 2,85 bilhões no trimestre, com alta de 25,4% em relação a 2017 -  o maior resultado da história da filial brasileira em um trimestre.

A fórmula para tão bom desempenho nos dois bancos é a mesma e velha conhecida: a exploração de seus trabalhadores e o alto valor das tarifas para os clientes e usuários. No Bradesco, o número de empregados da holding caiu para 97.593, redução de 9.051 postos de trabalho comparado a março de 2017, influenciado fortemente pelo PDVE (iniciado em agosto de 2017) com adesão de 7,4 mil empregados. Somente nos últimos três meses, foram eliminados 1.215 postos de trabalho. No Santander houve até um aumento nos postos de trabalho, mas só porque houve incorporação das empresas de tecnologia Produban e Isban efetivadas no primeiro trimestre de 2018. No mais, o espanhol segue demitindo.

Já a receita de prestação de serviços e tarifas cobradas dos clientes do Bradesco aumentou 4,3% em 12 meses de (R$ 6,036 bilhões). Somente com esse valor, o Bradesco paga todos os seus empregados (R$ 4,635 bilhões) e ainda sobra R$ 1,4 bilhão. E no Santander essas mesmas receitas e tarifas tiveram alta de 11,5%, chegando a R$ 4,134 bilhões. Com esse valor o Santander cobre o total de sua despesa de pessoal, incluindo PLR, e ainda sobra R$ 1,8 bilhão.

Executivos - O Bradesco ainda fechou centenas de agências em 12 meses, passando de 5.122 unidades, em março de 2017, para 4.708, 12 meses depois.  Mas se a situação ficou difícil para os empregados, com sobrecarga de trabalho, para os diretores do Bradesco a história foi outra. Os 96 executivos do banco receberam cerca de R$ 6,5 milhões em 2017 (10% a mais do que em 2016), valor que representa 122 vezes mais do que escriturário ganhou no ano (R$ 53,4 mil).

Enquanto isso, na empresa espanhola, cada um dos 44 diretores executivos 320 milhões. Os dados são da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o valor inclui remuneração fixa, variável e ações, representando 28% a mais do que o que foi pago em 2016, quando cada um ganhou em média R$ R$ 5,6 milhões, totalizando R$ 251 milhões. Com isso, os ganhos dos executivos do Santander em 2017 são 136 vezes maiores do que aquilo que um escriturário do banco ganhou no mesmo ano.

Diante desse cenário, o Sindicato alerta que a pressão pelo cumprimento de metas, a jornada excessiva, a falta de mão de obra e o óbvio descontentamento de clientes e usuários com essa situação só aumentam o grau de adoecimento na categoria bancária. Apesar da reação diária do movimento sindical, é preciso que os bancários se conscientizem da seriedade do quadro e fortaleçam a mobilização por emprego e salário dignos ao lado de seu Sindicato.

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