O número de roubos a bancos registrados nos primeiros três meses do ano já superou os casos de 2017 inteiro no Grande ABC. Foram quatro registros até março contra três contabilizados ao longo do ano passado.
Embora os indicadores deste tipo de crime tenham apresentado queda acentuada até 2017, especialistas são unânimes em afirmar que o atual panorama sugere possível retomada desta modalidade de roubo não só no Grande ABC, como em toda a Região Metropolitana de São Paulo, tendo em vista os recentes episódios.
A mudança do alvo por parte de quadrilhas, bastante comum, segundo o especialista, pode estar atrelada à dificuldade desses grupos em atuar em outras frentes, como é o caso de roubo a transportadoras de valores.
“Nos últimos anos, as quadrilhas focaram em roubo a veículos de transporte de valores, em especial aqui no Estado de São Paulo. No entanto, depois dessa incidência, o que se viu foi o reforço na segurança desses veículos, o que dificultou a ação de criminosos, que migraram de volta aos bancos”, avalia Siena.
Segundo ele, o cenário é facilitado graças à fragilidade apresentada pela segurança de agências bancárias, serviço executado por empresas terceirizadas. “Estamos falando de quadrilhas que têm alto conhecimento do que fazem”, ressalta.
Embora concorde que os fatores acima possam ter contribuído para o aumento de casos, o especialista em Segurança pública e privada Jorge Lordello diz ver nas recentes ocorrências uma característica ainda mais acentuada. “Quadrilhas que roubam bancos têm um único objetivo: criar caixa para movimentar o tráfico de drogas.” O raciocínio é simples. O tráfico de drogas é hoje algo em ascensão no País. No entanto, para movimentar este mercado, criminosos necessitam de alto capital para aquisição de maquinários que só são comprados à vista, geralmente, fora do País. “Como comércios não possuem mais altos valores em caixas e as pessoas só usam cartão, o alvo acaba sendo o banco, que tem esse dinheiro fácil”, explica.
De acordo com a Pasta, as polícias da região “atuam continuamente para impedir e investigar as ações criminosas que envolvam agências bancárias” e há discussão sobre o combate a este tipo de crime com outras instituições, como a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), o Exército e a União. Dentre as medidas, há a decisão do Exército de obrigar as empresas a terem escolta privada para evitar o extravio de dinamite e o mapeamento georreferenciado dos caixas eletrônicos para dar maior eficiência ao policiamento.
Da Redação, com informações do Diário do Grande ABC