Em participação no Fórum Social Mundial, secretário-geral do IndustriALL defende organização e negociação coletiva; bancários do ABC estão presentes no encontro
O movimento sindical precisa se libertar da "prisão" do atual modelo que se baseia em ramos de atividade e adotar "uma visão mais geral de classe trabalhadora", se quiser ter sucesso no embate contra as transformações da economia mundial, defendeu ontem (14) o secretário-geral do IndustriALL, o brasileiro Valter Sanches, no Fórum Social Mundial que acontece em Salvador, na Bahia. O evento reúne centenas de entidades e tem como marca a diversidade e resistência. Criado em 2001, essa é a primeira edição na região Nordeste. Diretores do Sindicato também participam do fórum.
Para Sanches, líder de uma entidade que representa 50 milhões de trabalhadores no setor industrial, em 140 países, uma nova estratégia de atuação é necessária nesse momento de intensa reestruturação produtiva. Um debate que não é novo, conforme ele mesmo lembrou durante o Fórum em Salvador. "A diferença é a extrema concentração de renda que ela (reestruturação) traz consigo", disse Sanches, acrescentando que dos 10 mais países ricos do mundo, "seis são da nova economia digital, porque estão se apropriando de todo esse processo".
É um processo de riscos e oportunidades, em um momento de "transição de empregos", como define o dirigente sindical. "Temos vários desafios, mas sobretudo, temos de fazer o que o sindicato faz melhor: organizar, formar e negociar. Se ele conseguir mudar o pensamento daquela prisão que tem de ramo de atividade para uma visão mais geral de classe trabalhadora, que qualquer trabalhador precário precisa ser organizado para ter mais força e negociar de forma altiva, vamos ter sucesso. Se nos mantivermos nesta mesma forma de organização, vamos continuar sendo derrotados e assistir ao aumento do trabalho precário e à concentração de renda no planeta", avaliou.
Fonte: RBA, com Redação