Estudo mostra desigualdade de oportunidade entre homens e mulheres; jornalista destaca que maternidade pode agregar muitas vantagens ao currículo feminino
Uma pesquisa, divulgada pelo instituto Vox Populi na última semana mostrou que na Dinamarca (país exemplo de boas políticas de licença parental) a desigualdade salarial de gêneros está diretamente ligada à maternidade. E que no Brasil essa desvantagem também pode ser sentida pelas mulheres grávidas, embora as vantagens no desenvolvimento pessoal e profissional sejam muito maiores.
O economista da Universidade de Princeton, Henrik Kleven, comparou salários de homens e mulheres antes e depois dos filhos e de mulheres com ou sem filhos, e levantou dados curiosos. Na Dinamarca, mães e pais podem dividir a licença de maneira que for mais conveniente para o casal; no entanto, a média de tempo usada pelos homens é de apenas 10%.
Para Renata D’albuquerque, colunista do jornal Bem Paraná e autora do artigo “Os filhos e as diferenças salariais entre homens e mulheres”, no Brasil a licença (de até 180 dias) é apenas da mãe, mas a estatística se repete.
De acordo com ela, as oportunidades para as mulheres são reduzidas. “Nas semanas iniciais de minha primeira gestação, quando a notícia ainda não tinha sido dada aos colegas de trabalho, recebi uma proposta de transferência de departamento que representaria uma promoção. Éramos pares eu e meu companheiro na mesma empresa. Aceitei a proposta e avisei ao futuro gestor sobre o bebê que estava a caminho. Não só o convite foi retirado, como a vaga foi oferecida para o pai da criança que, naturalmente, declinou. ”
O que essa empresa e muitas outras não reconhecem é que ao retirar a vaga de uma grávida, assim como aconteceu com Renata, a instituição deixou de se beneficiar com vantagens que a maternidade agrega para o currículo das mulheres. “Estou certa de que para além de todos os outros benefícios, a maternidade é o melhor, mais rápido e mais intenso MBA disponível no mercado”, disse
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Segundo a jornalista, com a maternidade, a mulher desenvolve suas habilidades em liderança, aumenta a capacidade de antecipar problemas e prever soluções, melhora o gerenciamento de tempo e o foco para desempenhar as tarefas, além de ganhar muito jogo de cintura.
“As empresas que não reconhecerem este “MBA” estrão perdendo grandes oportunidades. Não é à toa o número crescente de mulheres empreendedoras no Brasil, criando novos mercados, novas lógicas de trabalho, acrescentando dígitos às suas contas bancárias”, finalizou.
Na categoria bancária também existe a licença-paternidade, uma conquista da campanha 2016, por um período de 20 dias.
Fonte: Contraf-CUT