A Caixa implantou unilateralmente, um plano próprio de remuneração variável que, apesar de conter alguns avanços, algumas ponderações precisam ser feitas.
Fazendo uma avaliação superficial esse novo plano pode ser um acréscimo na remuneração de alguns poucos funcionários, no entanto esse ganho não é bem assim e, na verdade, pode nem ser isso em médio prazo.
“O plano de remuneração próprio, que será à parte da PLR, não é negociado com a representação dos trabalhadores e cria uma diferenciação entre funcionários de um mesmo local, definindo dentro de um mesmo local, trabalhadores mais ou menos importantes, causando divisão entre colegas da Caixa”, disse Jorge Furlan, diretor do Sindicato e membro da Comissão de Empregados do Banco.
Essa prática é comum no setor privado bancário com os salários menores que os do setor público, e força o trabalhador a viverem numa continua busca pelas metas para que sua renda mensal não caia. “Essas metas são muitas vezes inatingíveis e os gastos com educação dos filhos, financiamentos imobiliário ou de automóveis entre outras compromissos financeiros chegam todos os meses”, completa Furlan. Vale a pena destacar também que a busca por essas metas causam adoecimento ao trabalhador bancário.
Essa lógica está presente na Caixa a partir dessa mudança e é bom lembrar que o Plano de Função Gratificada – PFG que define os valores das funções, pode mudar a qualquer momento.
“Para uma empresa que precisa de aporte financeiro como a Caixa, gastar mais de 60 milhões com esse bônus é algo que precisa ser pensado”, finaliza Furlan.