A Associação Profissional dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano, Mauá e Ribeirão Pires foi o embrião do atual Sindicato dos Bancários do ABC. Diadema era então recém-emancipada (1958) e Rio Grande da Serra só viria a tornar-se município em 1964.
A criação da associação está registrada em ata de 4 de março de 1959, uma quarta-feira. Reunidos na rua Coronel Oliveira Lima, no número 408, no centro de Santo André, às 20h, 54 bancários votaram a favor da nova associação. Pelo mesmo quórum – 54 a zero – e também em votação secreta, foi aprovada a composição da única chapa presente, presidida por Lincoln dos Santos Grillo.
O mineiro Grillo, então com 32 anos, era funcionário do Banco de Crédito Real de Minas Gerais e estava havia menos de uma década no ABC. Naquele 4 de março começava para ele uma trajetória que, 18 anos depois, o levaria ao posto de prefeito da cidade. A vocação política acompanharia a história de outros representantes da entidade.
A Associação dos Bancários do ABC rapidamente se transformou em Sindicato. O processo não era simples nem fácil: a entidade tinha que encaminhar solicitação ao governo federal que, só após análise, permitia ou não a criação de um sindicato. A obtenção da Carta Sindical dependia bem pouco de motivos técnicos e, muitas vezes, serviu como filtro ideológico.
Mas a industrialização e a abertura do governo JK ao capital estrangeiro alimentavam o aumento do número de trabalhadores no País e, consequentemente, sua aglutinação em entidades organizadas. Esse mesmo momento econômico atraía também bancos e banqueiros, e pelo menos um deles em operação no Grande ABC era oriundo de outro País: o Banco do Trabalho Ítalo-Brasileiro, fundado por Domenico Pellegrini, que havia sido ministro da Fazenda do fascista Benedito Mussolini, e chegara ao Brasil em 1951.
Em 1959, a região comportava mais de uma dezena de bandeiras bancárias. Nenhuma delas (com exceção das estatais) sobreviveu. Assim, sete meses após o nascimento da Associação, surgiu o Sindicato dos Bancários do ABC. Eram 15h do dia 10 de outubro de 1959. O encontro ocorreu na rua Campos Salles, 128, salas 26 e 27 do edifício Tibiriçá. No primeiro discurso como presidente, Lincoln Grillo recordou as tentativas frustradas de criação de entidade até por “elementos de certo prestígio no meio bancário”, e comemorou sua realidade.
O estatutos aprovados seriam reunidos três anos mais tarde numa pequena cartilha de 15 folhas, a mais antiga publicação da entidade de que se tem notícia. Em sua capa, com o título de ´Estatutos´, está aquela que possivelmente foi a primeira marca da imagem do Sindicato do ABC: dentro de um hexágono, com as letras A, B, C, M, R em cada ponta, representando as cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Mauá e Ribeirão Pires, estão um livro, uma pena e o símbolo de Hermes, deus mitológico associado a múltiplas atividades, entre elas o comércio.
À volta do hexágono está o nome adotado inicialmente pela entidade – Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Santo André. E dentro do livro a frase “No sindicalismo o indivíduo desaparece. Só existe o Sindicato”.
Para conhecer mais dessa história acesse os links:
Revista 50 anos:
https://docplayer.com.br/9906549-Bancarios-50-anos-de-historia-do-abc-revista-dos.html
Vídeo 50 anos:
https://vimeo.com/4169022?fbclid=IwAR0uaN3CW_T_FfZXF7oZ_AK7bUOGV0XYY7pzJ0QEHdLLXyh-gEfR71XzOmY
Revista gestões 2015/2021:
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REVISTA BANCÁRIOS
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