Área restrita

Presidente do grupo no Brasil enaltece crescimento do lucro em 2016 e cria expectativa errônea para valor pago; entenda razão para PLR menor Muitos bancários do Santander estão se queixando do valor da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) que está sendo paga nesta segunda, 20. Os trabalhadores estranharam o fato de o banco ter registrado crescimento no lucro em 2016 e o valor da PLR ser menor do que o pago sobre o resultado de 2015. Isso ocorreu porque, às vésperas do pagamento da PLR, o presidente do grupo no Brasil, Sérgio Rial, emitiu comunicado enaltecendo o crescimento do lucro em 2016. Assim, os funcionários passaram a esperar uma PLR maior. O que o comunicado não esclareceu, numa importante falha de comunicação, é que, considerado um lucro extraordinário de 2015, em termos de lucro líquido o resultado de 2016 não foi superior em relação ao ano anterior. Entenda o valor menor – A razão para que a PLR referente a 2016 seja menor do que aquela calculada sobre o resultado de 2015 é que o lucro ajustado - que é o dado divulgado no balanço - não inclui o lucro extraordinário obtido pelo Santander em 2015 com decisão judicial favorável no Supremo Tribunal Federal sobre pagamento do Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). Por outro lado, em 2015 o banco considerou este lucro extraordinário (R$ 3,157 bi) para cálculo da PLR, o que permitiu o pagamento do valor cheio. Para efeito de comparação entre os resultados de 2015 e 2016 é desconsiderado o lucro extraordinário, o que resultou no crescimento divulgado de 10,8% no ano passado. Entretanto, quando incluído o lucro extraordinário, o resultado de 2016 (R$ 7,3 bi) é inferior ao de 2015 (R$ 9,7 bi), resultando em uma PLR menor. Fonte: Seeb SP, com Redação 

Ato também questiona o corte de quase 3 mil postos de trabalho no Santander, mesmo com alto lucro do banco espanhol, e a troca de plano de saúde sem consulta aos trabalhadores

[caption id="attachment_12753" align="alignright" width="300"]Ato na Torre do Banco Santander em São Paulo. Ato reuniu mais de 400 trabalhadores[/caption] [caption id="attachment_12754" align="alignright" width="300"]Ato na Torre do Banco Santander em São Paulo. Diretores do Sindicato dos Bancários do ABC participaram da atividade representando a Região[/caption]

Sindicatos da base da Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (FETEC-CUT/SP), a Contraf-CUT, associações de banespianos, sindicatos e federações realizaram nesta quarta-feira (8) um ato na Torre do Santander, em São Paulo, para mostrar ao banco que os trabalhadores não aceitarão as mudanças propostas no estatuto do Banesprev.

O Santander quer impor uma série de mudanças no estatuto no Banesprev que podem prejudicar os participantes do fundo, com a perda de vários direitos. Caso as mudanças sejam referendadas pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), o plano pode até ser extinto sem a deliberação dos participantes em assembleia.

“O ato foi muito importante, pois, além de deixar claro para o banco que não concordamos com as alterações que ele propõe no estatuto do fundo, serviu para mobilizar os funcionários e aposentados para essa e outras lutas que precisam ser travadas para garantir a manutenção do emprego e dos direitos dos trabalhadores”, disse Eric Nilson, secretário geral da FETEC-CUT/SP e diretor do Sindicato, que é funcionário do Santander.

Em Assembleia Geral Extraordinária do Banesprev, realizada no dia 28 de janeiro, em São Paulo, os participantes do fundo recusaram a proposta do Santander. “Para o banco, a recusa da proposta em assembleia não é impeditivo para que a mesma seja enviada à Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar). Aliás, entre as propostas do banco está justamente a retirada de poderes da assembleia dos participantes. Eles querem tomar sozinhos todas as decisões sobre o fundo”, explica Mario Raia, secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT e representante da Confederação na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.

“Vamos lutar contra qualquer retirada de atribuições da Assembleia de Participantes, assim como a extinção da sétima vaga no Conselho Deliberativo. Essas medidas podem ter efeito devastador no fundo, ao permitir alterações drásticas nos regulamentos e inclusive levar à sua dissolução unilateralmente pelo banco”, completou Mario Raia.

Fim das demissões O ato também reivindicou o fim das demissões no Santander. O Brasil é o país onde o grupo espanhol obteve maior lucro em 2016, chegando a R$ 7,3 bilhões, com crescimento de 10,8% em relação a 2015. O resultado coloca as operações brasileiras na liderança global do grupo espanhol, com 21% de participação no lucro mundial do banco. Apesar disso, o banco encerrou o ano de 2016 com 47.254 empregados, uma redução de 2.770 postos de trabalho em relação a 2015. Foram fechadas oito agências nesse período, enquanto o número de clientes cresceu em 1,9 milhão.

O Ato no Torre do Santander ainda chamou a atenção para a troca do plano de saúde de boa parte dos funcionários, efetuada pelo banco, sem discussão prévia com os sindicatos, nem com os trabalhadores. Os funcionários também protestaram contra o programa de aplicação de notas do banco, em relação ao trabalho desempenhado, que tem prejudicado a ascensão dentro do Santander e aumentado a pressão no ambiente de trabalho.

“Esse foi apenas o primeiro ato. Vamos continuar pressionando o banco para que não sejam realizadas as alterações no estatuto e para que seja garantida a vaga dos trabalhadores no conselho deliberativo do fundo, assim como para que cessem as demissões e sejam garantidos os direitos dos trabalhadores”, disse o secretário geral da FETEC-CUT/SP.

Veja AQUI mais fotos do ato

Mais Artigos...