A Campanha tem o objetivo de avançar ainda mais no combate ao preconceito e busca envolver o bancário como um agente da diversidade nos locais de trabalho
Bancários e bancárias de todo o país participarão de uma campanha que abordará questões sobre a diversidade a partir desta segunda-feira (15). A campanha que foi proposta pelo Comando Nacional dos Bancários, após intensas discussões realizadas durante as negociações na mesa de Igualdade de Oportunidades com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), tem o objetivo de sensibilizar a categoria e a sociedade sobre questões de diversidade e principalmente acabar com o preconceito nos locais de trabalho.
Hotsite da Diversidade
Várias ferramentas de comunicação estarão disponíveis aos trabalhadores do ramo financeiro, entre elas está o lançamento de um Hotsite, com informações aprofundadas sobre a importância da diversidade no local de trabalho.
A campanha se prolongará até outubro, quando se encerrará a fase de questionário do 3° Censo da Diversidade. De agosto à outubro, acontece a aplicação de questionários à categoria do 3º Censo da Diversidade. A previsão é a de que os resultados deverão ser tabulados e analisados de novembro a janeiro e a divulgação deve ser feita em fevereiro de 2020. O cronograma foi definido pelo Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), durante a mesa permanente de igualdade e oportunidades, do dia 10 de abril deste ano, em São Paulo.
Agente da Diversidade – Um grande avanço da última campanha salarial
O 2° Censo teve um caráter de diagnóstico, mas o 3° Censo da Diversidade, que foi uma conquista da última campanha salarial, frutos dos debates das mesas de negociações, amplia o seu totalmente o seu caráter e vem com um grande projeto de conscientização nos locais de trabalho. Para isso, a novidade deste censo é a de que nos locais de trabalho se estimulem os bancários a serem Agentes da Diversidade.
Número revelados pelo Censo da Diversidade
O 1º Censo foi realizado em 2008 pela Febraban em conjunto com a Contraf-CUT, Organização Internacional do Trabalho (OIT), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) e Ministério Público do Trabalho. Foi respondido por 204,1 mil bancários de todo o país.
A iniciativa contou com a assessoria do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) e foi tema de várias audiências públicas na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
O levantamento revelou que a maioria dos empregados nos bancos era do sexo masculino (52%), brancos (77%) e estavam alocados em funções de caixa ou de escriturário (68%). Apenas 19,5% dos trabalhadores do sistema financeiro eram negros ou pardos e ganhavam, em média, 84,1% do salário dos brancos.
O 2º Censo foi respondido por 187.411 bancários, de 18 instituições financeiras, o que representa 41% da categoria.
De acordo com os dados as mulheres apresentam melhor qualificação educacional em comparação aos homens nos bancos. No 1º Censo, 71,2% das bancárias tinham curso superior completo e acima. No levantamento de 2014, as bancárias com essa formação subiram para 82,5%. Para os homens, esse aumento foi de 64,4% para 76,9%.
Os dados apontam, porém, que as mulheres continuam ganhando menos que os homens. Nos seis anos que separam os dois censos, a diferença entre o rendimento médio das mulheres e dos homens caiu somente 1,5 ponto percentual. O rendimento médio mensal delas em relação ao deles era de 76,4% em 2008 e agora é de 77,9%.
Conforme os dados do 2º Censo, houve avanço no número de negros no setor bancário. Eram 19% de negros na primeira pesquisa. Agora os funcionários que se auto definiram foram 24,7% dos entrevistados. A grande falha, no entanto, é que não há um indicador voltado para a situação das mulheres negras nas instituições bancárias.
De acordo com os dados apresentados, 1,9% dos entrevistados se declararam homossexuais e 0,6%, bissexuais. O II Censo mostra que 85% dos bancários são heterossexuais. Apenas 12,4% não responderam, o que significa baixa rejeição ao tema.
Apesar de a Fenaban divulgar que ampliou as contratações de pessoas com deficiência, passando de 1,8% para 3,6% nos últimos seis anos, o número de bancários com deficiência motora caiu de 61,4% em 2008 para 60,7% em 2014.
No entanto, os dados do 2º Censo mostram que houve crescimento na admissão de pessoas com deficiência auditiva, a qual subiu de 12,2% para 22,8% e com deficiência visual de 3,9% para 11,8%.