Opinião de especialistas é a mesma da maioria dos professores e pais, mas São Paulo anunciou retorno. Sinpro faz live sobre o assunto nesta quinta, 30
Pouco mais de quatro meses após a primeira morte por covid-19, em 25 de março, o Grande ABC registrava ontem (29) 1.709 óbitos, sendo 21 em 24hs segundo o Instituto ABC Dados. As sete cidades dobram o total de falecimentos pela doença, em média, a cada 25 dias. E, com a reabertura parcial do comércio, outra discussão ganha força nesta semana: no atual cenário, ainda de crescimento de casos, é possível retomar aulas?
Em São Paulo, a volta das aulas na rede pública estadual está agendada para setembro, mas professores já iniciaram protestos contra o que consideram absurdo frente aos riscos de contágio. A associação dos professores do Estado, Apeoesp, promoveu manifestação e chegou a protocolar documento junto à OMS/OPAS para relatar a postura do governo de São Paulo frente à pandemia no setor.
Na cidade de São Paulo a situação também é complexa: o Conselho Municipal de Educação quer que os pais “optem” por mandar ou não os filhos para a escola durante a pandemia. O aluno não receberia falta, continuaria com educação remota e os pais não poderiam ser responsabilizados judicialmente, já que a matrícula e a presença na escola são obrigatórias dos 4 aos 17 anos. Especialistas denunciam, porém, que a medida representa a busca por isenção de responsabilidade do poder público.
No Grande ABC, ao menos até agora, não há prazo para a volta às aulas. São Bernardo, Santo André e São Caetano não consideram o retorno viável até setembro. Já o prefeito de Diadema, Lauro Michels, usou sua rede social nessa semana para pedir que os moradores opinem, e a maioria dos comentários era de opositores ao retorno.
Para aprofundar esse debate na rede privada de ensino o sindicato dos professores na região – Sinpro ABC promove hoje, 30, uma live com o deputado federal e ex-ministro da saúde Alexandre Padilha. O encontro começa às 18h, e pode ser acompanhado pelo facebook do Sindicato - https://facebook.com/sinproabc.
Na avaliação do doutor em infectologia Hélio Bacha, médico do Hospital Albert Einstein e consultor técnico da Sociedade Brasileira de Infectologia, “a epidemia em São Paulo não permite pensar em volta às aulas.” Segundo ele, sem vacina nem medicamento eficaz contra o coronavírus o isolamento social é a única medida efetiva de controle da pandemia. E a suspensão das aulas presenciais “é fundamental para manter a condição de isolamento eficaz”.
A discussão da volta aulas também está diretamente vinculada ao home-office, já que é fundamental que ele seja mantido para que as crianças, sem aulas presenciais, possam ficar protegidas em casa sob cuidado dos pais. “O Banco do Brasil, por exemplo, anunciou retorno ao trabalho presencial até para quem coabita com pessoal em grupo de risco, o que é inaceitável. Neste momento os esforços devem ser para manter todos em casa, sem volta ao trabalho ou à escola, pois não temos como nos proteger da doença de outra forma e mais circulação só amplia o total de casos”, aponta o diretor sindical Otoni Lima.
Emprego – Com a pandemia causada pelo coronavírus o Brasil perdeu 1.198.363 de postos de trabalho com carteira assinada no primeiro semestre do ano, o pior resultado para o período desde o início da série histórica do Ministério da Economia, em 2010. Os dados divulgados nesta semana apontam para a necessidade de políticas públicas mais eficazes para atender aos trabalhadores, o que não vem ocorrendo.
Ser solidário também é fundamental. Se puder, participe da campanha de arrecadação de doações promovida pelo Sindicato. Leve roupas, alimentos e produtos de higiene à sede da entidade ou entre em contato para que sejam retiradas pelo telefone 99798-4732. Também é possível colaborar com dinheiro, depositando em conta corrente (00001809-0 - agência 2075 da Caixa, operação 003) ou pelo sistema PagSeguro um valor fixo de R$ 50 (https://pag.ae/7VZiouZb8).