Negociações começaram no início do mês e já resultaram em dezenas de iniciativas; entidade faz fiscalização diária nas agências do Grande ABC
Os sindicatos bancários, por intermédio do Comando Nacional dos Bancários, vêm negociando a adoção de medidas protetivas contra o coronavírus para a categoria desde o início de março. Foi criado Comitê de Crise com a Fenaban e várias reuniões realizadas, com encaminhamento de reivindicações coletivas e por bancos. Muitas iniciativas já estão em vigor e, segundo o presidente do Sindicato, Belmiro Moreira, os grandes bancos assumiram o compromisso de não demitir durante a crise.
“Se por um lado os bancos não fecharam, por outro a categoria está sendo assistida com todas as medidas preventivas possíveis até o momento, e isso só está ocorrendo por conta da atuação das entidades sindicais”, afirma. Os sindicatos reivindicam que apenas os serviços essenciais mantenham o atendimento. Entre as principais medidas já implementadas nos bancos estão o trabalho em home office, afastamento dos bancários em grupo de risco, adiantamento de férias, rodízios, esquema especial de atendimento e fornecimento de material para higienização, além da manutenção de todos os direitos do acordo coletivo de trabalho da categoria.
Além disso, as entidades sindicais criaram canais de denúncia e há acompanhamento diário, com visitas às agências. “É claro que há problemas em alguns locais, mas estamos atentos e cobrando providências urgentes, assim como outros itens protetivos (veja relação), principalmente a utilização de EPIs (equipamentos de proteção individual). Mas o que já conquistamos não se verificou ainda em nenhum outro setor”, assegura Belmiro.
Sem demissões - Os grandes bancos suspenderam as demissões durante a pandemia do coronavírus no País após entrarem em acordo com o Comando Nacional dos Bancários ontem (24).
Entre as reivindicações dos trabalhadores do setor também constam o contingenciamento das agências bancárias e demais unidades – com o agendamento para casos que necessitem atendimento presencial – e a suspensão das metas para os bancários que estão trabalhando de forma remota.
Confira, abaixo, todas as propostas já apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários à Fenaban – algumas já foram adotadas; outras não.
1. fechamento das agências bancárias e demais unidades;
2. fechar agências em hospitais e aeroportos, devido ao risco;
3. suspensão das metas;
4. manter atendimento não presencial das atividades consideradas essenciais pelo decreto 10.282/2020; que estabelece em seu artigo 3º § 1º inciso XX que são atividades essenciais no setor financeiro: “compensação bancária, redes de cartões de crédito e débito, caixas bancários eletrônicos e outros serviços não presenciais de instituições financeiras”;
5. agendamento para casos de atendimento presencial em caso de extrema necessidade;
6. redução da jornada para os que tiverem que ir ao local de trabalho;
7. garantia de deslocamento seguro para os que tiverem que fazer o atendimento não presencial de alimentação e processamento do autoatendimento;
8. suspensão das demissões;
9. home office para todos os bancários e bancárias, com exceção de quem terá que ir às agências para dar suporte ao funcionamento dos caixas eletrônicos. Devendo haver escala de revezamento. Não podendo ser incluído no mesmo os funcionários que estão nos grupos de risco; que não têm com quem deixar os filhos menores e aqueles que coabitem com pessoas enquadradas no grupo de risco; exemplo: pais idosos;
10. garantia da ultratividade dos Acordos e Convenções Coletivas até 31/01/2021;
11. a MP 927 não será adotada sem negociação coletiva com o Comando;
12. Suspensão dos descomissionamentos;
13. antecipação do Vale Alimentação;
14. que os bancos façam campanha na mídia orientando os clientes sobre o uso dos meios digitais; caixas eletrônicos e os riscos da contaminação do CORONAVÍRUS;
15. disponibilização de máscara, luvas e álcool gel para os que irão realizar essas atividades essenciais;
16. suspensão dos vencimentos dos boletos por sessenta dias;
17. isenção de tarifas (clientes com renda até dois salários mínimos) de três transferências eletrônicas mês (TED E DOC) para diminuir a contaminação pelo uso de cédulas.