Negociação coletiva já possibilitou que mais de 200 mil bancários fossem liberados para o trabalho em casa (home office), assim como todos que fazem parte dos grupos de risco liberados e as gestantes, dentre outras conquistas
Em reunião por videoconferência realizada nesta terça-feira (24), o Comando Nacional dos Bancários debateu sobre as respostas dadas pelos bancos a partir das reivindicações da categoria e avaliou a situação após as medidas já implantadas após cobrança do movimento sindical.
Os bancos Itaú e Santander informaram ao Comando Nacional dos Bancários que acataram a reivindicação e que não demitirão trabalhadores enquanto a pandemia gerada pelo novo coronavírus (COVID-19) não for dissipada.
“É uma grande conquista a suspensão das demissões no Itaú e Santander durante a pandemia. Vemos vários setores anunciando ou realizando desligamentos”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. “Isso é fruto da luta de uma categoria que se organiza nacionalmente e se mantém unida”, completou a presidenta da Contraf-CUT ao se solidarizar com os trabalhadores de outras categorias e dizer que os bancários vão continuar na luta por renda mínima para todos os desempregados e sem renda nesse momento trágico de pandemia, bem como continuaremos questionando a atual MP 927/2020, considerada MP da Morte.
Trabalho em casa
Juvandia destacou também que os bancos aceitaram liberar grande parte dos trabalhadores para trabalhar de suas casas, em sistema home office. Em todos os bancos, os funcionários do grupo de risco e gestantes, estão em casa. “É outra vitória de nossa negociação coletiva. Mais de 200 mil trabalhadores já foram liberados para trabalhar em casa. Com a garantia da manutenção dos salários e dos direitos”, disse Juvandia.
Além de liberar trabalhadores para trabalhar em casa, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil anunciaram que vão manter apenas os serviços essenciais e que o atendimento presencial apenas das pessoas que não têm como usar outro meio, de modo a garantir a sobrevivência dos usuários e clientes.
Santander, Itaú e Bradesco também estão adotando medidas de contingenciamento para a entrada nas agências.
“Já percebemos a diminuição das reclamações que vinham das agências. Nossa atuação organizada foi fundamental para isso”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, que compõe a coordenação o Comando Nacional dos Bancários, juntamente com a presidenta da Contraf-CUT. “Agora, temos que resolver problemas que ainda persistem nos departamentos, como as centrais de atendimento em call centers, onde há grande concentração de pessoas trabalhando e correndo risco não apenas de contágio, mas também de assaltos nas ruas vazias devido ao isolamento social”, concluiu.
Outras conquistas
Os bancários também conquistaram a antecipação do 13º em vários bancos, como forma de garantir renda e ajuda aos familiares.
O Santander fechou parte das agências por localidade e colocou parte do quadro de funcionários em férias coletivas.
Todos os que estão com suspeita de terem contraído o vírus e os que tiveram contato com estes, foram liberados do trabalho e as unidades em que eles trabalham são higienizadas segundo as orientações das autoridades sanitárias, conforme acordado.
Os bancos também prometeram intensificar as campanhas de comunicação, inclusive na TV, sobre as medidas sanitárias de prevenção e as posturas sociais a serem tomadas para impedir , ou reduzir a propagação da doença.