Hoje tem nova rodada de negociação e amanhã (27) assembleia para avaliar novos passos da campanha; corte de direitos e salário vem sendo regra para a Fenaban
A plenária realizada ontem (25) pelo Sindicato foi dividida em duas etapas: a primeira, apresentando o desenvolvimento da campanha nacional 2020 desde a entrega da pauta de reivindicações e todas as rodadas de negociação já realizadas com a Fenaban, Caixa e Banco do Brasil durante este mês. Os diretores do Sindicato esclareceram que o posicionamento dos bancos vem sendo o da retirada de direitos, como se pode conferir na linha do tempo da negociação (veja texto abaixo). Hoje tem nova negociação às 14h.
Na segunda etapa da plenária, restrita aos bancários que se inscreveram para participar, foram discutidas formas de organização e estratégias para reagir a essa intransigência patronal e tentar chegar a um desfecho favorável para os bancários. Uma dessas ações ocorre já nesta quinta, 27, quando a categoria volta a se reunir em assembleia virtual a partir das 19h para avaliar uma nova proposta da Fenaban e decidir se a aceita ou não; em caso de rejeição a greve poderá ser deflagrada.
“Os bancários estão indignados com o posicionamento dos bancos, que só apresentam retrocessos”, afirma o presidente do Sindicato, Belmiro Moreira. Entre eles está redução da PLR, aumento zero nos salários por dois anos e corte de direitos (saiba detalhes na linha do tempo). Como até agora a Fenaban não atendeu a nenhuma das pautas da minuta aprovada pela categoria, sindicatos de todo o País também devem entrar em processo de assembleia permanente para avaliar as negociações nos próximos dias.
Nesta quarta-feira (26) a rodada de negociação começa às 14h, com tuitaço a partir das 13h e a hashtag #BancosExploram: é fundamental que todos participem e compartilhem, pois as manifestações na rede social surtem efeito e expõem os bancos, que lucram muito e têm plenas condições de atender às reivindicações dos bancários.
Linha do tempo das negociações
04/08 – Teletrabalho – Nessa primeira rodada da campanha 2020 os bancários reforçaram a necessidade de garantia de direitos para quem exerce o regime de home office (teletrabalho). Foi reivindicada cláusula nova na CCT para regulamentá-lo.
06/08 – Emprego - A manutenção dos empregos e a suspensão das demissões foram os destaques desse encontro. De janeiro de 2013 a dezembro de 2019 os bancos fecharam 70 mil postos, redução de cerca de 14% da categoria; 51 mil foram cortados entre 2016 e 2019.
11/08 - Saúde e Condições de Trabalho – Reivindicada a manutenção de todas as cláusulas e medidas para garantir a saúde de quem está em home office, proteção ao coronavírus, prevenção contra epidemias e doenças crônicas e metas abusivas. Bancos propuseram retirar direitos no auxílio doença e com a adoção de rankings positivos, proibidos desde 2011.
13/08 – Igualdade de Oportunidades – Os bancários reivindicaram que os bancos incorporem à CCT o canal de atendimento a bancárias vítimas de violência, lançado em março. Os bancos tinham se comprometido a apresentar dados do Censo da Diversidade 2019, mas não o fizeram.
14/08 - Cláusulas Sociais / Cláusulas Econômicas - Na quinta rodada de negociação foram apresentadas as principais reivindicações econômicas e sociais. A categoria quer aumento real de 5%, PLR, vales alimentação, refeição e auxílio-creche/babá maiores, Plano de Cargos e Salários, entre outros itens, mas os bancos anunciaram resposta para a próxima mesa.
18/08 – Cláusulas Econômicas – A sexta mesa de negociação começou bem mal. A Fenaban apresentou uma proposta de reduzir em até 48% a PLR. O Comando Nacional dos Bancários rejeitou a proposta na hora e deixou claro que a categoria não aceitará esse retrocesso.
20/08 – Cláusulas sociais e econômicas - Fenaban propôs retirar a 13ª cesta alimentação e diminuir a gratificação de função de 55% para 50%. Não apresentou proposta para as demais reivindicações dos bancários. Mais uma vez o Comando Nacional dos Bancários rejeitou a proposta na mesa.
21/08 – Oitava rodada de negociação e os bancos propõem reajuste ZERO para a categoria, o que representa uma perda de 2,65% nos salários. Não apresentaram apresentar propostas para as demais reivindicações, como as de saúde, sociais, de emprego ou para melhorar condições no home office.
22/08 - Na mesa de sábado 22, veio nova proposta para PLR, mas ainda rebaixada. Com a pressão, bancos também desistiram de retirar 13ª cesta-alimentação. Mas mantiveram diminuir a gratificação de função. O Comando mais uma vez rejeitou a proposta na mesa. Bancários protestaram em carreatas pelo País.
25/08 – Bancos querem que bancários fiquem sem reajuste nos salários por dois anos. Propuseram abono de R$ 1.656,22 para este ano e de R$ 2.232,75 para 2021. Comando rejeitou. Fenaban recuou na redução da gratificação de função, que volta a 55%.
Caixa
07/08 – Teletrabalho - Neste primeiro encontro foi oficializada a entrega da pauta de reivindicações e debatido o trabalho home office. A Caixa atendeu a cobrança da representação dos empregados e vai manter o teletrabalho. Também se comprometeu a reavaliar todos os casos de home office para coabitantes de pessoas do grupo de risco para Covid-19.
12/08 – Saúde e Segurança – A Comissão dos Empregados focou na cobrança de que o banco intensifique e priorize as medidas de proteção para a saúde dos empregados em meio à pandemia de coronavírus. Também reforçaram a defesa da Caixa 100% Pública, frente a ameaças privatistas
17/08 – Igualdade e Cláusulas Sociais - CEE debateu com os representantes do banco questões relacionadas a esses temas, mas o banco silenciou sobre a maioria das reivindicações e ainda ameaçou direitos como a PLR, alegando dificuldades para manter o formato dos últimos anos.
19/08 – Saúde Caixa - Representantes dos empregados defenderam o atual modelo de custeio e o Saúde Caixa para todos, com a garantia da inclusão de novos empregados no plano. Mas os representantes da Caixa querem alteração, com o argumento de que seria necessário atender a CPC 33, o estatuto do banco, resoluções da CGPAR e supostas demandas de usuários para que a cobrança passe a ser individualizada.
21/08 – Mais Saúde Caixa - Na quinta rodada de negociação a CEE rejeitou em mesa as propostas do banco para o Saúde Caixa. Todas oneram significativamente os trabalhadores, uma vez que impactam nas mensalidades e coparticipação, além de individualizar a cobrança por usuário, de acordo com a faixa etária, e não mais por grupo familiar.
24/08 – Cláusulas econômicas e sociais - Comando cobrou a apresentação de uma proposta global e reforçou a cobrança pelo respeito à jornada dos trabalhadores do banco público, com o fim do trabalho aos sábados, além do pagamento da PLR, PLR Social, manutenção do Saúde Caixa e seu modelo de custeio.
Banco do Brasil
05/08 – Teletrabalho – Regulamentação do home office é reivindicada. Entre os itens destacados estão ergonomia, fornecimento de computador e custos com internet. Outro, a questão dos trabalhadores com filhos em idade escolar, que está gerando ainda mais estresse e adoecimento na pandemia.
07/08 – Emprego - A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) cobrou a ampliação dos postos de trabalho. Em 12 meses, até junho, foram eliminados 3.694 postos, sendo 283 apenas no segundo trimestre de 2020.
14/08 – Saúde e Condições de Trabalho – Nesta terceira mesa o BB propôs mudança na Gestão de Desempenho Profissional com a implantação de um ciclo avaliatório (um semestre) para descomissionamento, em substituição aos atuais três ciclos (1 ano e meio). A CEBB defendeu que, ao invés de um ciclo para todos, que o gestor também conte com 1 ano e meio de avaliação.
17/08 – ACT – O BB apresentou propostas que acabam com série de garantias clausuladas. Propôs que os 5 abonos a que os funcionários têm direito não sejam acumuláveis nem vendidos, e retirar do ACT os intervalos de 10 minutos de descanso a cada 50 minutos trabalhados pelo pessoal das salas de autoatendimento, além da implantação do ponto eletrônico para os funcionários do BB Seguridade, BBDTVM e outras subsidiárias.
24/08 – PLR – Banco quer redução da Participação nos Lucros e Resultados linear paga por seu programa próprio do banco. No atual ACT o Banco do Brasil distribui 4% de seu lucro líquido linearmente, e agora quer reduzir esse percentual para 2%.