Reunião garantiu conquistas, mas ainda há reivindicações e é preciso continuar na luta
Em reunião do Comitê de Relações Trabalhista com o banco Santander, realizada no dia primeiro de agosto, ficou garantido alguns avanços para os funcionários, no entanto, para algumas reivindicações o banco se manteve irredutível.
Na pauta havia pontos como a data do último dia trabalhado (DUT ) direcionada; a certificação para trabalhadores afastados; a retirada de portas giratórias das agências; a remoção de vigilantes de pontos de atendimento bancário (PABs ); o reajuste do quilômetro rodado; a definição de teto de coparticipação no plano de saúde dos funcionários; que o plano de saúde seja administrado pela Cabesp; e problemas enfrentados pelos trabalhadores para o retorno ao trabalho após afastamento pelo INSS.
Prazo insuficiente para tirar certificações - O Santander tem estabelecido prazo para que os trabalhadores tirem suas certificações, porém, aqueles que estavam afastados e retornaram ao trabalho são pressionados a tirarem as certificações. O movimento sindical conquistou prazo de 60 dias para os trabalhadores que não tinham exigência para certificação, mas agora têm. O mesmo prazo foi garantido para aqueles que estavam afastados e estão com a certificação vencida.
Reajuste do quilômetro rodado - O valor do quilômetro rodado passou de R$ 0,71 para R$ 0,89, índice que estava defasado desde novembro de 2017 e, ficou definido que o reajuste passará a ser anual com base no IPCA, mais vantajoso para os trabalhadores, e não mais pelo IGP-M.
Retirada de porta giratória - O Santander disse que vai manter as portas giratórias apenas nas agências dos estados e municípios com leis que exigem esse dispositivo e que não vai reinstalá-las nas demais localidades. O banco afirmou, também, que está implantando sistemas mais modernos para substituir a guarda de chaves do banco.
Retirada de Vigilantes - Foi reivindicado o retorno dos vigilantes nos pontos de atendimento (PAs) – unidades que só fazem atendimento gerencial e negócios. O banco se comprometeu a analisar a questão e a dar retorno nos próximos dias.
Plano de Saúde - O movimento sindical criticou o aumento abusivo no valor da mensalidade e coparticipação do plano de saúde, que tem levado muitos trabalhadores a reduzirem o número de consultas médicas e exames. O banco negou a reivindicação para implantação de um teto de R$ 200 no valor da coparticipação, alegando que os custos do convênio médico seguem as regras do mercado de saúde. Informou que tem feito levantamento dos casos mais críticos e os tem encaminhado para a área de assistência social. Os representantes dos trabalhadores reivindicaram que o banco divulgue as regras para acessar essa ajuda extraordinária pelos veículos internos de comunicação e envie às entidades de representação. O banco ficou de analisar a questão.
Problemas no retorno ao trabalho após afastamento do INSS - O movimento sindical reivindica que o desconto do adiantamento salarial seja correspondente ao, máximo de 20% do salário, a partir do retorno do trabalhador, nos casos em que a “dívida” não tenha sido quitada antes. O banco se recusou a discutir o tema individualmente, alegando que essa questão deve ser debatida no âmbito da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Os casos individuais devem ser reportados pelos sindicatos ao Santander. O movimento sindical também reivindicou que os gerentes afastados por até 180 dias possam, no retorno ao trabalho, voltar para a agência e retomar a carteira de clientes. Os gerentes afastados por até 180 dias só poderiam mudar de agência caso haja pedido do médico assistente. Para os afastamentos superiores a 180 dias e que, porventura, perderam a carteira, terão prioridade no preenchimento das vagas correspondentes à sua função que sejam abertas nas agências da sua regional de origem. O banco se recusou a implantar a regra sugerida pela representação dos trabalhadores, alegando que segue a orientação do médico do trabalho.
Mudanças no formulário da Data do Último Dia Trabalhado (DUT) - O banco editou uma nova versão do documento que deveria se limitar a informar sobre o último dia trabalhado dos trabalhadores que se afastam das atividades profissionais e dão entrada na Previdência Social devido a problemas médicos, uma exigência do INSS. A nova versão do banco tenta influenciar, negativamente, a perícia médica em relação ao problema que causou o afastamento.
O movimento sindical reivindicou do banco que se limite unicamente a prestar a somente a informação do Último Dia Trabalhado, quando solicitado e conforme requerido pela autarquia previdenciária e acordado na cláusula 46ª da Convenção Coletiva de Trabalho 2018/2020. O banco alegou que não existe nada que impeça a inclusão de informações pertinentes que ajudem o perito a tomar decisão sobre o que levou ao afastamento.