Área da VICOP quer impor custos de transporte e hospedagem a trabalhadores em agência de Diadema; evento será dia 15 em Ribeirão Preto, cidade a mais de 330 Km de distância
Na última sexta, 9, empregados da agência 0248, em Diadema, foram comunicados que teriam de realizar treinamento de brigada voluntária de combate a incêndio. A formação da brigada e o treinamento dos brigadistas é obrigação dos empregadores, como prevê a lei 6.514/77, NR 23, IT 17 e a NBR 14276.
No entanto, a forma que a área de Pessoas (vinculada à VICOP) encontrou para atender a essa exigência legal é absurda. Apesar de a agência estar situada em Diadema, o local do treinamento é Ribeirão Preto, situado a mais de 330 quilômetros de distância. O curso iniciará bem cedo, às 8h do dia 15, inviabilizando que os empregados se desloquem à cidade e retornem para casa no mesmo dia. E receberão o valor de R$ 176, fixado para uma diária, o que não paga sequer a hospedagem em um hotel muito simples.
Além disso, apenas um trecho de passagem rodoviária para Ribeirão Preto, partindo do centro de São Paulo, custa mais de R$ 110. Com a hospedagem, sem café da manhã, e considerando que será preciso pernoitar e depois retornar a São Paulo, a despesa chega a quase R$ 400 por pessoa, sem considerar deslocamentos internos na cidade. Mesmo que haja reembolso de parte do valor de transporte (que pode não ocorrer), o valor da diária é insuficiente, e o bancário acabaria pagando despesas que são responsabilidade do banco.
“A Caixa tem a obrigação de custear quaisquer despesas para um treinamento que é de seu interesse, ainda mais com um deslocamento que será superior ao da própria jornada de diversos colegas”, afirma o diretor sindical Hugo Saraiva. O Sindicato e a Apcef-SP foram buscar esclarecimentos sobre essa situação, mas a resposta foi insatisfatória.
“Entramos em contato com a CEREP, que alegou que, devido à urgência, estão pagando um tipo de diária que teoricamente custearia todas as despesas, inclusive transporte, hospedagem e alimentação. Quando o Sindicato informou que o valor fixado para a diária, de R$ 176, não paga nem um hotel simples, alegaram que a pessoa poderia alugar um Airbnb. Ou seja, estão usando o argumento ´Se não têm pão, comam brioches´, o que é ultrajante”, completa o diretor sindical.
Riscos - Segundo informações obtidas pelo Sindicato e Apcef-SP a urgência no treinamento ocorre porque há ameaça de a agência ser multada. “É mais um absurdo nessa lista, que mostra a falta de planejamento da direção. Isso é resultado da forma como a área de Pessoas e de Logística estão organizadas atualmente. Não há estrutura suficiente para atender as unidades”, critica Leonardo Quadros, diretor-presidente da Apcef-SP.
As entidades também apuram denúncias de que há prédios sem brigada formada, alguns deles com centenas de empregados da Caixa. “Não podemos esperar uma tragédia ocorrer para regularizar isso. É obrigação do banco zelar pela vida de seus empregados, e vamos cobrar a imediata regularização”, destaca Hugo.