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Ministério Público do Trabalho notifica Pedro Guimarães sobre constrangimento a empregados no Nação Caixa

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Movimento sindical denunciou assédio moral coletivo e situações vexatórias criadas pelo presidente do banco durante evento, como fazer flexões e dar ´estrelas´


CaixaassedioempregadosApós a denúncia das entidades sindicais da categoria bancária sobre o constrangimento causado aos empregados pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, em evento realizado em Atibaia nesta semana, o Ministério Público do Trabalho enviou ontem (16) uma notificação a Guimarães. O documento recomenda que ele não submeta os trabalhadores a flexões de braço e "outras situações de constrangimento no trabalho".

As flexões e “estrelas” foram ordenadas pelo presidente durante Nação Caixa e registradas em vídeos, posteriormente divulgados pelas entidades sindicais e a imprensa do País, causando grande repercussão. A Contraf-CUT e seus sindicatos, assim como a Fenae, divulgaram nota repudiando a conduta de Guimarães, classificando como assédio moral coletivo.

O documento da Contraf-CUT questiona também os critérios de seleção para participação do evento (“critério meritocráticos”, supostamente reconhecendo trabalhadores que se destacaram em 2021), esclarecendo que “tal prática é uma forma de ranking, que é proibida na Convenção Coletiva do Trabalho” (leia íntegra aqui - pdf OF CONTRAF 28021 Evento Nacao CAIXA (580 KB) ).

O procurador do trabalho no Distrito Federal, Paulo Neto, que assina a notificação ao presidente do banco público afirmou que esse tipo de conduta coloca Guimarães "sob pena de instauração de procedimento investigatório no Ministério Público do Trabalho e adoção e medidas administrativas e/ou judiciais cabíveis para correção da conduta." Como a notificação é recomendatória, caso não seja cumprida, Guimarães poderá ser responsabilizado nos âmbitos civil, criminal e administrativo.

Na recomendação o procurador cita precedente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que considerou abusiva e reprovável a conduta de um empregador que determinou que o empregado fizesse flexões de braço. Ele diz também que o "assédio moral é uma violência psicológica, tendo o condão de produzir graves consequências à saúde mental dos trabalhadores”.

Política - As flexões de braço ordenadas por Guimarães lembram prática usual do presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem Guimarães é aliado e seguidor político, tanto que já se cogitou até mesmo que poderia vir a ser seu vice nas eleições do próximo ano.
Nacionalmente, a publicação dos vídeos disparou outras denúncias dos empregados, que relatam que a direção do banco quer impor ideologia política na instituição e que são pressionados a não usarem vermelho, cor associada ao Partido dos Trabalhadores. Segundo divulga da Fenae, uma orientação do banco aos empregados vai nessa direção: para manter o “padrão de excelência” da Rede de Varejo, as marcações no piso, que organizam as filas e o distanciamento, devem ser feitas na cor azul. “Jamais vermelho!”, destaca o comunicado interno do banco.

“É revoltante assistir a tamanha falta de respeito e assédio moral com os empregados do banco público, que nestes últimos meses se colocaram na linha de frente do atendimento à sociedade por conta da pandemia. Pedro Guimarães, respeite os empregados da Caixa!”, destaca o presidente do Sindicato, Gheorge Vitti.

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