Em mesa de negociação permanente, empregados questionaram medidas que enfraquecem o banco e itens como intervalo de 30 minutos e Saúde Caixa, entre outros.
A mesa permanente de negociação com a direção da Caixa, realizada na última sexta, 12, foi marcada por um protesto dos empregados contra a saída do banco do Conselho Curador do Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço (FGTS) e a redução da representação dos trabalhadores nessa mesma instância.
Representantes dos empregados cobraram a falta de posicionamento da direção do banco sobre a medida e exibiram uma faixa em defesa do fundo. O diretor do Sindicato Jorge Furlan participou do encontro, representando a Fetec-SP.
Entre outros pontos, a representação dos empregados voltou a cobrar também melhorias nas condições de trabalho dos tesoureiros, respeito à jornada de trabalho nas agências digitais e transparência no Saúde Caixa. Confira alguns dos itens abordados:
FGTS – Cobrado na mesa posicionamento sobre o Decreto nº 9.737/19, que prevê a saída do banco do conselho curador do FGTS. A Caixa alegou que foi cumprida uma determinação do Ministério da Economia.
A omissão da Caixa quanto à saída do conselho soma-se a outras medidas da atual direção que só enfraquecem o banco público, assim como a sua função social.
Contratações já – Foi reivindicato que a Caixa cumpra o compromisso, assumido pelo presidente do banco, de contratar mais empregados. Os representantes do banco afirmaram que não há nenhuma posição oficial sobre contratações e que o assunto ainda está em estudo. Enquanto isso, nas unidades, a rotina é de sobrecarga de trabalho.
Saúde Caixa - Os empregados cobraram a imediata efetivação dos Comitês do Saúde Caixa, por Gipes e Repes, com coordenação da CEE/Caixa e GT Saúde Caixa, que serviriam para ajudar os empregados nas demandas de atendimento sem resolução. O banco se comprometeu a encaminhar, até a próxima semana, a relação dos comitês de credenciamento e descredenciamento que estão instalados. Sobre a cobrança de mais transparência no Saúde Caixa, os representantes do banco se comprometeram a apresentar na próxima reunião do GT Saúde Caixa, que deve ocorrer em maio, os demonstrativos financeiros detalhados do plano de saúde.
Fechamento de agências – A Caixa informou que não existe previsão para que ocorram e assumiu o compromisso de comunicar as entidades representativas dos trabalhadores sobre o encerramento de unidades no mesmo tempo em que as superintendências forem informadas.
Intervalo de 30 minutos - A Caixa anunciou que foi adiada para 22 de abril a implantação do intervalo de 30 minutos para os empregados com jornada de seis horas. A ampliação do descanso, que antes era de 15 minutos, foi uma conquista do Acordo Coletivo de Trabalho 2018/2020, com objetivo de garantir a saúde dos trabalhadores. A CEE/Caixa levou para mesa a reivindicação dos empregados de que o cumprimento do intervalo seja opcional. Está mantido o intervalo intrajornada de 15 minutos. Ficou definido que o tema será mantido na próxima mesa permanente de negociação para avaliar o impacto da aplicação do intervalo sob o ponto de vista dos trabalhadores e suas eventuais demandas. A principal reivindicação dos empregados foi o respeito à jornada de trabalho dos gerentes gerais dessas unidades, que segundo denúncias chegam a trabalhar até 12 horas. Foi cobrado o registro de ponto desses trabalhadores.
Tesoureiros - As condições de trabalho dos tesoureiros voltaram a ser debatidas na mesa de negociação permanente. Representantes dos empregados relataram vários problemas como a redução absurda do em caixa das unidades, meta de redução de carro forte, desvio de função e penalização dos trabalhadores que descumprem normas relativas às suas atribuições por seguirem ordem da chefia. A Caixa se comprometeu a encaminhar aos gestores comunicado orientando que o normativo seja devidamente cumprido. O Sindicato realizará reuniões com os tesoureiros para debater propostas de melhorias das condições de trabalho, que serão encaminhadas à mesa de negociação.
Descomissionamentos - O Sindicato também protestou contra o descomissionamento dos gerentes de Atendimento e Negócios PJ. Por conta do processo de verticalização, estes empregados que eram gerentes de Pessoa Jurídica foram prejudicados, pois estão fazendo as mesmas atividades e ganhando menos. Cobrada sobre o fim da dotação orçamentária de horas extras e do impedimento de empregados de agências ditas não doadoras participarem dos Processos Seletivos Internos (PSIs), a Caixa informou que as duas medidas serão mantidas.
É muito importante que os empregados do banco participem do 35º Conecef, que será realizado nos dias 15 e 16 de junho, já que há muitos desafios presentes e o momento exige unidade, mobilização e elaboração de estratégias de luta.