Pesquisa realizada em SP revela que metade dos casos da doença entre bancários atinge trabalhadores do banco
Os bancários e a Fenaban se reúnem amanhã (18) para tratar de novas medidas protetivas frente ao avanço dos casos de ômicron no País (veja mais sobre o tema no site). Vários bancos flexibilizaram medidas, entre eles o Banco do Brasil, tornando as agências bancárias locais perigosos, com aumento exponencial de risco para funcionários, clientes e usuários.
Pesquisa realizada pelo Sindicato de SP, Osasco e região detectou 500 casos de covid entre bancários; desses, mais de 250 são do Banco do Brasil. Esse levantamento foi fechado na semana passada, no dia 13, envolvendo a capital paulista e outras 16 cidades. Hoje (17) nova aferição dava conta de 1.500 casos de bancários contaminados no total. Pela proximidade, o quadro pode se refletir proporcionalmente também na base do Grande ABC, onde é frequente o registro de ocorrências da doença nos locais de trabalho.
No caso específico do BB, porém, há uma grande dificuldade para se tentar negociar, o que denota falta de interesse, de transparência e de apreço à segurança dos bancários. O banco alterou o protocolo, divulgou manual cortando medidas protetivas essenciais e simplesmente não comentou os números levantados pela pesquisa. “Além disso, não está orientando corretamente os bancários em caso de afastamento, o que revela total irresponsabilidade”, aponta o secretário jurídico do nosso Sindicato, Otoni Lima.
As alterações que o banco fez ignoraram compromissos da empresa junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) no âmbito federal. O ponto mais preocupante – e que gerou pedido de audiência ao MPT - foi a retirada do item que determina o encerramento de expediente da dependência no mesmo dia da confirmação de funcionário com teste positivo para covid-19. Uma audiência com o MPT aconteceu dia 12, sem resultados, e outra deve ocorrer no próximo dia 27.
Ainda segundo a pesquisa um terço dos diagnósticos de covid-19 teria ocorrido entre os empregados do BB que trabalham no Centro Empresarial São Paulo, na Zona Sul da capital. No local funcionam áreas administrativas do banco e atuam equipes dedicadas ao atendimento digital.
“Reforçamos a necessidade de que o banco adota procedimentos rígidos e eficazes para tentar conter o avanço de casos. Seguimos reivindicando e fiscalizando, por isso qualquer irregularidade deve ser denunciada imediatamente ao Sindicato”, destaca o secretário jurídico.