Dirigentes conseguiram impedir retorno massivo ao expediente
Uma reunião entre a Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB) com representantes de diversos setores administrativos do Banco do Brasil ontem (23), reverteu a decisão da empresa de retomar o trabalho presencial em massa em São Paulo no próximo dia 27, em meio à pandemia de coronavírus. O CEBB já havia se reunido com a Diretoria de Gestão de Pessoas do Banco do Brasil (Dipes) e cobrado a mudança.
Estiveram no encontro, além de representantes da Comissão de Empresa, o Comitê Gestor Estadual de Crise Covid-19, composta pelos principais administradores da Gepes São Paulo, Gepes Sede SP, PSO Plataforma de Suporte Operacional, Super PF I e Super Varejo Especializada SP.
“Ficou acordado que não haverá retorno em massa dos trabalhadores, e que nos casos necessários os funcionários em teletrabalho seriam convidados ao trabalho presencial levando-se em consideração a especificidade do serviço, a necessidade e a situação especifica de cada funcionário”, disse o dirigente sindical e representante da CEEB pela FETEC-CUT/SP, Getúlio Maciel.
Ele lembra que tal decisão deverá ser criteriosamente avaliada, considerando-se a situação de coabitação com pessoas do grupo de risco, questões de saúde, e situações referentes a filhos, pais, familiares que necessitam de cuidados e precaução devido ao momento de pandemia.
Para isso, as áreas do BB em São Paulo também se comprometeram a recepcionar e tratar essas situações que requeiram essa atenção, e buscar a melhor solução possível que atendesse a necessidade de atendimento a população, em conjunto com a salvaguarda vida e saúde desses funcionários e seus familiares.
A Dipes já havia ratificado o entendimento de que, no seu comunicado a administradores, não havia nenhuma menção de convocação de funcionários, tampouco de obrigatoriedade, para o retorno do dia 27/07, seja de trabalhadores regulares ou autodeclarados coabitantes com grupos de risco, mas que apenas “funcionário com a autodeclaração de coabitação (com pessoas que fazem parte de grupos de risco da Covid-19) passa a se enquadrar nas formas de trabalho disponíveis, como os demais funcionários do banco que não pertençam ao grupo de risco, a partir de 27/07”.
Esse posicionamento acabou jogando a responsabilidade no colo dos demais gestores de unidades do BB pelo chamado dos funcionários ao retorno, colocando-os numa situação em que poderiam assumir os riscos sobre a saúde de seus colegas, sem apoio da empresa
“Recomendamos que os bancários que não se sintam contemplados no encaminhamento e tratamento do assunto relacionado à sua saúde e de sua família entrem em contato e mantenham o Sindicato informado, para que possamos buscar a resolução e atendimento junto ao BB”, acrescentou o coordenador da CEBB e dirigente sindical, João Fukunaga.
Gestores - Apesar da reversão, a diretoria do Banco do Brasil se recusou a rever o comunicado em que transfere para os gestores das agências e demais unidades a responsabilidade legal de convocar para o trabalho presencial os funcionários que coabitam com familiares pertencentes ao grupo de risco, devido à idade ou por serem portadores de comorbidades.
A recusa foi em resposta à Comissão de Empresa dos Funcionários em negociação no dia 22, que reivindicou, além da revogação do comunicado, retratação do banco por dar a entender que a convocação tomou como base o acordo de prevenção da doença, assinado com o movimento sindical. Ao mesmo tempo, o banco negou que no comunicado orientasse os gestores a convocar os funcionários que estão nesta situação.
"É uma irresponsabilidade do banco, que não assume o risco a que está expondo seus funcionários e familiares" destaca o diretor sindical Otoni Lima.
Os bancários coabitantes com pessoas de grupo de risco e que forem convocados para volta ao trabalho presencial devem comunicar o Sindicato, assim como os gestores que se sentirem pressionados a fazer a convocação.
Com informações dos Seebs SP e Rio