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BB é alertado, retira propaganda de site que divulga Fake News e é criticado por filho de Bolsonaro

Banco do Brasil
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Versão brasileira do Movimento Sleeping Giants alertou outras empresas que operam no País; objetivo é desmonetizar os que divulgam notícias falsas

O movimento Sleeping Giants nasceu há quatro anos nos EUA, quando o publicitário Matt Rivitz, ligado ao estrategista de campanha de Trump, Steve Bannon, se perguntou se grandes marcas sabiam que anunciavam em sites com conteúdo intolerante e preconceituoso. Ele resolveu expor o problema em uma conta anônima no Twitter e, em poucos meses, 4.500 anunciantes removeram publicidade do Breitbart News, um site de extrema direita. Agora o Sleeping Giants chega ao Brasil com a proposta de desmonetizar os que propagam Fake News, e pelo menos quatro empresas já foram alertadas, entre elas uma pública, o Banco do Brasil, que retirou o anúncio.

Um dos hóspedes desses anunciantes é o Jornal da Cidade Online, que se autodefine como “um dos sites mais importantes da Direita no Brasil” e já acusou o golpe, chamando o Sleeping Giants de “os novos gângsteres da informação (...), de viés político declaradamente comunista”. A versão brasileira da Sleeping Giants é administrada por um pesquisador em Fake News, que alertou ainda a Dell, O Boticário, Submarino e Telecine. Todos retiram propagandas. O movimento desagradou um dos filhos do presidente Bolsonaro, Carlos, que criticou a retirada da publicidade do BB do Jornal da Cidade Online. “Marketing do Banco do Brasil pisoteia em mídia alternativa que traz verdades omitidas. Não falarei nada pois dirão que estou atrapalhando...”, comentou o vereador do Rio de Janeiro.

Apesar de muito recente, a versão brasileira do Sleeping Giants promete: segundo seu administrador, em apenas dois dias surgiram mais de 20.000 seguidores. “Sempre pensei em formas de combater notícias falsas, mas nunca havia encontrado uma eficiente. Até que descobri essa maneira simples de aplicar usando a desmonetização”, afirma ele que, por questões de segurança, prefere não se identificar e celebra ter obtido aval dos precursores do movimento nos EUA para replicar a iniciativa. “É fundamental que as empresas sejam coerentes com seus valores e deixem de dar dinheiro a veículos que só querem desinformar e confundir a população. Espero que o BB siga firme na decisão de não patrocinar Fake News nem ceda à pressão do Carluxo, que vai em sentido contrário”, aponta o diretor de Comunicação do Sindicato e funcionário do BB, Otoni Lima.

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