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Os bancários das Américas realizam nesta quarta-feira (7) uma Jornada Internacional de Luta no Santander, com manifestações em todos os países onde o banco espanhol atua. O objetivo é denunciar o desrespeito aos direitos dos funcionários, a pressão das metas abusivas para venda de produtos, o assédio moral e o uso de práticas antissindicais. A atividade foi definida pela Rede Sindical do Santander, durante reunião promovida pela UNI Américas Finanças e Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSCS) no dia 9 de maio, em Assunção. Os trabalhadores cobram respeito, diálogo social e valorização no trabalho, com direito de sindicalização, negociação coletiva, liberdade de expressão, igualdade de oportunidades e fim das perseguições e discriminações. É inaceitável a utilização de quaisquer medidas que afrontem a organização e a mobilização dos trabalhadores e violem normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Trata-se de mais uma jornada internacional, que visa fortalecer a unidade de ação das entidades sindicais nas Américas e reforça a luta por um acordo marco global, buscando garantir direitos básicos e fundamentais para os trabalhadores do Santander em todos os países do mundo. A mobilização ocorre após o dia internacional de luta contra as práticas antissindicais, realizado no último dia 23 de maio. Na ocasião, foi denunciada principalmente a ação judicial movida pelo banco no Brasil contra entidades sindicais que fizeram protestos no dia da decisão da Copa Libertadores, em 2011. Novas ações foram ajuizadas posteriormente para tentar calar a voz dos trabalhadores. Houve também manifestações contra a repressão do Santander à organização sindical dos funcionários do Sovereign Bank nos Estados Unidos, onde até hoje não há sindicatos de bancários. América Latina: 51% do lucro do Santander O Santander lucrou 2,255 bilhões de euros no primeiro semestre deste ano, um crescimento de 29% em relação ao mesmo período do ano passado. A América Latina participou com 51% do lucro mundial: Brasil (25%), México (12%), Chile (6%) e demais países - Argentina, Uruguai, Peru e Porto Rico (8%). O restante veio do Reino Unido (13%), Estados Unidos (12%), Espanha (8%), Alemanha (5%), Polônia (5%), Portugal (1%) e Resto da Europa (5%). Se a maioria do lucro do banco vem da América Latina, os bancários daqui não podem continuar sendo tratados como se fossem de segunda classe. Lucros bilionários e corte de empregos no Brasil O Santander Brasil obteve lucro líquido de R$ 2,929 bilhões no primeiro semestre de 2013. Apesar disso, o banco seguiu demitindo trabalhadores e eliminou 2.290 empregos. Nos últimos 12 meses, o corte foi de 3.216 postos de trabalho. A extinção de vagas não se justifica. Esse modelo de gestão, baseado na redução de custos, através da rotatividade e da extinção de vagas, piorou ainda mais as condições de trabalho, sobrecarregando e adoecendo muitos colegas e prejudicando o atendimento e a fidelização de clientes. Não é à toa que o banco liderou pelo quinto mês consecutivo, em junho, o ranking de reclamações do Banco Central. Os bancários reivindicam o fim das demissões e da rotatividade, mediante a aplicação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que proíbe dispensas imotivadas. Cobramos também mais contratações para acabar com a sobrecarga de trabalho e garantir atendimento de qualidade aos clientes e à população, bem como a realocação dos funcionários atingidos por fusões de agências ou extinção de funções. Os trabalhadores querem ainda o fim das terceirizações no banco e defendem igualdade de oportunidades na contratação, na remuneração e na ascensão profissional, sem quaisquer discriminações. Milhões para altos executivos no Brasil Enquanto corta empregos para reduzir custos, o Santander Brasil aprovou um aumento de 37,5% na previsão da remuneração global anual de 2013 para o alto escalão do banco na assembleia dos acionistas, realizada em 29 de abril, em São Paulo. Os 46 diretores estatutários ganharão este ano R$ 364,1 milhões e os 9 membros do Conselho de Administração, R$ 7,7 milhões. Dois acionistas minoritários votaram contra. Segundo cálculos do Dieese, cada diretor vai receber, em média, R$ 5,6 milhões por ano, o que corresponde a 118,4 vezes o que vai ganhar um caixa no mesmo período. Enquanto isso, os milhares de funcionários possuem salários que estão entre os menores do sistema financeiro e sem expectativas de carreira, diante da falta de um Plano de Cargos e Salários (PCS) e das distorções existentes nos cargos de mesma função. Trata-se de uma tremenda injustiça no banco que precisa acabar. Melhores condições de trabalho já! A situação nas agências está cada vez mais insustentável, diante da enorme falta de funcionários, das metas abusivas e do assédio moral. Os bancários estão estressados, muitos tomando remédios tarja preta e outros já adoeceram no trabalho e estão afastados. O quadro de pessoal das agências está reduzidíssimo. Tem agências fechando ao meio-dia para o almoço dos funcionários que restaram. Os funcionários não aguentam mais. Os bancários reivindicam mudança na gestão do banco. Caixas não podem ter metas individuais Os bancários querem ainda o cumprimento do comunicado interno do banco sobre as atividades do caixa. No texto, encaminhado aos gerentes gerais e de atendimento na rede de agências, consta que os caixas "não podem estar sujeitos ao cumprimento de metas individuais de venda de produtos bancários. E a avaliação deve ser baseada pelo atendimento". trata-se de um avanço importante, pois a função do caixa não é vender produtos, mas fazer um atendimento de qualidade aos clientes e à população. Caso algum caixa continue com metas individuais, ele deve fazer denúncia ao seu sindicato. Os trabalhadores exigem emprego decente e aposentadoria digna. E que o Santander respeite o Brasil e os brasileiros. Fonte: Contraf-CUT com UNI Américas Finanças e CCSCS

Mais uma vez o Itaú está exigindo dos trabalhadores a assinatura de termo de responsabilidade. Há pouco tempo atrás, exigiu dos gerentes a assinatura de um termo onde eles se responsabilizavam por danos causados em seus próprios veículos nas visitas aos clientes, e até mesmo de acidentes, isentando o banco de qualquer prejuízo ou responsabilidades.

Conforme denúncia recebida pelo Sindicato, o Banco Itaú está exigindo agora que os trabalhadores assinem um termo de responsabilidade que os colocam em situação de risco. O bancário, conforme consta no termo, se compromete a não exercer mais as atividades habituais até obter o certificado CPA 10, organizado pela ANBIMA. “Agora o Banco jogará para as costas do empregado a responsabilidade pelo certificado”, ressalta Elaine Meirelles, diretora do Sindicato e funcionária do Itaú.

Além disso, a Resolução do Banco Central exige o certificado apenas para as atividades “de distribuição e mediação de títulos, valores mobiliários e derivativos”. No entanto, o banco diz no termo que o empregado não pode exercer atividades de “comercialização de produtos de investimento diretamente junto ao público investidor”.

“É um absurdo o Itaú exigir que o trabalhador assine este termo que o impede sequer de abrir uma caderneta de poupança e vender capitalização, se o bancário não cumprir as metas é mandado embora, se cumprir será responsabilizado por não ter os certificados”, destaca Marcelo Alves, diretor do Sindicato e funcionário do Banco.

O fim das restrições para participação dos empregados da Caixa Econômica Federal nas eleições para representante dos trabalhadores no Conselho de Administração (CA) do banco foi o principal saldo da reunião do presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, e do coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa) e vice-presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, com o presidente do CA da empresa, Antônio Henrique Pinheiro Silveira. O encontro foi realizado na segunda-feira (5), em Brasília. Agora, com base nessa decisão, o Conselho de Administração da Caixa terá de fazer as devidas alterações no estatuto da empresa, adaptando o processo das eleições. O calendário eleitoral também terá que ser refeito. Inicialmente, as inscrições dos candidatos estavam previstas para ser encerradas em 7 de junho, mas a pressão das entidades sindicais e associativas de todo o país levou a direção do banco a recuar, adiando esse prazo para o dia 30 de agosto. Rompendo barreiras O impasse nesse processo estava sendo provocado pelos critérios discriminatórios estabelecidos pela Caixa para as candidaturas. O principal deles excluía mais de 80% do quadro dos empregados, tendo em vista que o banco exigia do candidato o exercício em cargos gerenciais nos últimos cinco anos. As entidades sindicais e associativas dos empregados, representadas pela Contraf-CUT e pela Fenae, exigiam a imediata revogação desse critério draconiano. Argumentavam, para isso, que a Caixa havia traído o espírito da lei nº 12.353, de 28 de dezembro de 2010, sancionada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e posteriormente regulamentada pela presidenta Dilma Rousseff. O entendimento era de que a insistência da Caixa em manter as regras discriminatórias para a composição do Conselho de Administração funcionava como empecilho para a necessidade de estabelecer critérios específicos à escolha do representante dos empregados, de forma a que todos pudessem se apresentar como candidatos, não ficando esse direito restrito apenas aos gestores da empresa. Com o fim do critério relativo ao cargo de gestor, agora o processo eleitoral não mais se diferirá dos já concluídos em outras empresas públicas e sociedades de economia mista, como nos casos da Petrobras e do Banco do Brasil, cujos pleitos foram realizados sem discriminação a qualquer funcionário. A mudança estatutária para viabilização do processo de escolha do conselheiro representante na Caixa vinha sendo cobrada pelas entidades representativas dos bancários desde março de 2011, quando a lei foi regulamentada. Mas a intransigência da direção da empresa impedia que fosse feita a adaptação do estatuto, para que não ocorresse a discriminação à maioria dos empregados. Avaliação Agora será possível fazer um processo democrático e eleger um representante que seja de fato a voz dos empregados no Conselho de Administração da Caixa. A eleição sem qualquer restrição é mais uma conquista das entidades sindicais e associativas dos empregados. Com isso a representação dos trabalhadores terá o direito de participar da instância máxima da Caixa, onde são tomadas as decisões estratégicas. Assim considera-se importante que os empregados elejam um representante realmente comprometido com os seus interesses. Fonte: Contraf-CUT com Fenae

O HSBC registrou lucro líquido atribuível aos acionistas da companhia controladora de US$ 10,284 bilhões no primeiro semestre, em comparação com um lucro líquido de US$ 8,438 no mesmo período de 2012, o que corresponde a uma alta de 21,8%. Já o lucro líquido no período, que inclui a parte dos minoritários, subiu 24,5%, para US$ 11,346 bilhões, de US$ 9,108 bilhões na mesma comparação. O resultado foi divulgado na segunda-feira (5), em Londres. Já a receita reportada do HSBC caiu 7% no primeiro semestre de 2013 para US$ 34,372 bilhões, de US$ 36,897 bilhões nos mesmos seis meses de 2012. O CEO do HSBC, Stuart Gulliver, emitiu uma nota de cautela sobre o crescimento econômico da China. "A nova ênfase na qualidade em vez de quantidade de crescimento está mudando o equilíbrio da política para longe de estímulo e em direção a reforma. Acreditamos que isso deve limitar o ritmo de crescimento da China para 7,4% em 2013 e 2014, o que já está sendo refletido em números de crescimento mais modestos em outros mercados, particularmente na Ásia", disse, no comunicado. Desde 2011, o HSBC reorienta-se nos principais mercados. Até agora, a empresa vendeu por volta de 54 negócios. Gulliver disse que a velocidade das vendas agora se abrandará. O balanço diz, ainda, que as receitas relacionadas às taxas de juros caíram na América Latina, especialmente no Brasil. No mercado brasileiro, o HSBC cita como causa a queda da taxa de juros no médio e longo prazo, observada desde o início de 2012. Lucro no Brasil cai 70% O lucro do banco inglês no Brasil caiu 70% no primeiro semestre de 2013 na comparação com igual período do ano passado. Conforme o anúncio em Londres, a filial brasileira gerou lucro antes dos impostos de US$ 153 milhões de janeiro a junho de 2013, cerca de um terço dos US$ 505 milhões observados em igual período de 2012. O balanço do primeiro semestre ainda não foi publicado no Brasil. O resultado nos primeiros seis meses deste ano foi sustentado pelo banco de atacado e de investimentos, que teve um lucro de US$ 290 milhões. Já o segmento de varejo registrou um prejuízo de US$ 117 milhões, conforme o jornal Valor Econômico. Contraf-CUT rebate explicações do banco O chefe-executivo do HSBC citou que o desempenho aqui é uma reação à situação macroeconômica do País. "O Brasil está crescendo menos e o consumo está crescendo menos", explicou, ao comentar que, apesar disso, o desempenho do País "não é um tema de preocupação particular", disse Gulliver. No balanço, a instituição britânica explica que o desempenho econômico do Brasil "ficou abaixo das expectativas no período". "No primeiro trimestre de 2013, em especial, o Produto Interno Bruto (PIB) desacelerou pelo fraco consumo diante de consumidores brasileiros que parecem cortar gastos como uma resposta à inflação, alto nível de endividamento e queda da confiança", diz o documento. Para Miguel Pereira, secretário de Organização da Contraf-CUT, os argumentos para a queda dos lucros no Brasil que estão relacionados ao fraco desempenho da economia brasileira e a queda do consumo não podem ser aceitos de maneira alguma. "Estão utilizando uma cortina de fumaça para tentar encobrir os reais problemas que o banco inglês enfrenta no Brasil, que basicamente estão ligados às péssimas condições de trabalho dos funcionários, que são submetidos a metas escorchantes sem terem as reais condições de cumprimento, que associadas às milhares de demissões levam a um sentimento de desvalorização dos funcionários e obviamente dificulta a geração de novas receitas. Não basta apenas focar nas despesas e, muito pior, quando essas são diretamente ligadas a mais demissões, pois só deterioram as condições de competitividade do banco", avalia Miguel. "Se realmente os problemas fossem relacionados apenas ao cenário macroeconômico, como seus demais concorrentes, públicos e privados, não só mantiveram, como vem apresentando aumentos expressivos nos seus resultados?", indaga o dirigente sindical. Mudança nas provisões para devedores duvidosos O CEO do HSBC afirmou ainda que houve "mudança de portfólio no Brasil", o que também prejudicou o desempenho. O banco explica que foram revistos e alterados parâmetros para o cálculo de perdas relacionadas aos empréstimos. Ao todo, o ajuste fez com que as provisões aumentassem em US$ 242 milhões. Segundo o banco, o ajuste foi especialmente nos segmentos de varejo e pequenas empresas. "Teremos que olhar com muita atenção os altos provisionamentos para devedores duvidosos (PDD) que o banco realiza", alerta Miguel. A cada semestre o banco consegue a proeza de aumentar, e muito, esse provisionamento. "Tínhamos informações, que avaliávamos como seguras até então, de que os resultados seriam muito melhores e que inclusive o lucro líquido não seria mais impactado pela questão dos provisionamentos, pois os já realizados davam conta do montante de crédito emprestado. E novamente vemos o banco usar a alegação de que foram alterados parâmetros para o cálculo de perdas relacionadas aos empréstimos. Ao todo, o ajuste fez com que as provisões aumentassem em U$ 242 milhões", observa o diretor da Contraf-CUT. "Ora, como isso é possível se a carteira de crédito não teve essa evolução e as taxas de inadimplência também se mantiveram estáveis?", questiona. Impactos no pagamento da PLR "Com esses resultados, além de dificultar a pauta de negociação em curso, compromete, e muito, o pagamento da PLR da convenção coletiva dos bancários, que sempre fica na regra básica, além de praticamente inviabilizar novamente o pagamento dos programas próprios de remuneração variável. É mais um balde de água fria, apesar de todo empenho e esforço no cumprimento dos objetivos do banco", aponta Miguel. Outras perguntas permanecem sem resposta até o momento. Quem formula esses programas de performance e define as metas? Quando faz isso, está em que mundo, que não dialoga com a realidade? O banco, apesar de trimestralmente revisitar o programa, tem feito quais ações para corrigir os rumos, ou não faz nada para acertar as coisas? "Parece que isso que sucessivamente vem ocorrendo e, apesar dos funcionários apresentarem resultados positivos, ao final dos semestres, quando da divulgação do lucro líquido, esses desaparecem e os bancários ficam no prejuízo quando o banco não apresenta o cumprimento da meta de lucro (PBT)", analisa o dirigente sindical. "Com a publicação do balanço no Brasil, vamos ter que estudar direitinho esses dados e cobrar muitas explicações da diretoria do banco", ressalta Miguel. CEO do HSBC ganha mais de R$ 60 mil por dia Enquanto isso, o CEO do HSBC ganha entre salários e bônus mais de R$ 60 mil por dia, o que representa R$ 22 milhões por ano, conforme reportagem da revista Época em março deste ano. O anúncio ocorreu poucos meses depois de uma multa recorde por lavagem de dinheiro de quase US$ 2 bilhões. O caso despertou a fúria do sindicato britânico. "Isso é um absurdo e tem de acabar", enfatiza Miguel. Multas bilionárias por lavagem de dinheiro Além disso, o HSBC continua pagando multas bilionárias por condenações de lavagem de dinheiro, como os U$ 2 bilhões nos EUA e México. Também acaba de ser denunciado pelo mesmo crime na Argentina. "Aí o banco diz que precisa demitir mais 10 mil funcionários em todo o mundo para cobrir os prejuízos advindos dos pagamentos dessas multas. Isso sai de onde? Do trabalho, suor, lágrimas e adoecimento dos bancários também do Brasil e isso é revoltante", conclui o dirigente da Contraf-CUT. Fonte: Contraf-CUT com Estadão e Valor Econômico

A primeira rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, e a Caixa Econômica Federal para debater a pauta específica de reivindicações acontecerá na próxima sexta-feira, dia 9, às 15h, em Brasília. Estarão em pauta temas como saúde e condições de trabalho.

A minuta com os pontos definidos durante o 29º Congresso Nacional dos Empregados (Conecef), realizado entre os dias 17 e 19 de maio, em São Paulo, foi entregue à direção da empresa, na última terça-feira (30), em São Paulo, ao mesmo tempo em que foi protocolada a pauta geral de reivindicações dos bancários para a Fenaban.

A pauta específica dos empregados da Caixa possui itens relacionados à saúde do trabalhador, condições de trabalho, Funcef e aposentados, fim do assédio moral, Saúde Caixa, jornada de seis horas e isonomia, entre outros.

Campanha unificada

A negociação da pauta geral começa na próxima quinta-feira, dia 8, com a discussão das reivindicações de saúde, condições de trabalho e segurança bancária.

Também estão as prioridades da categoria o reajuste salarial de 11,93% (aumento real de 5% mais a inflação projetada do período), elevação do piso salarial ao valor do salário mínimo do Dieese (R$ 2.860,21), PLR de três salários mais R$ 5.553,15, defesa do emprego, fim da terceirização e combate às metas abusivas e ao assédio moral.

Fonte: Contraf-CUT com Fenae

Em negociação realizada nesta sexta-feira (2) com o Santander, em São Paulo, federações e sindicatos repudiaram as milhares de demissões e o corte de 3.216 empregos nos últimos 12 meses, sendo 2.290 no primeiro semestre deste ano, conforme balanço divulgado na última terça-feira (30). Os dirigentes sindicais também cobraram respostas das várias pendências da última reunião do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT).

Rotatividade e redução de empregos

O corte de vagas não se justifica. O banco obteve lucro de R$ 2,929 bilhões no primeiro semestre. O fechamento de postos de trabalho está também na contramão da economia brasileira, que vem criando empregos todos os meses. Esse modelo de gestão, baseado na redução de custos, através da rotatividade e do corte de empregos, piorou ainda mais as condições de trabalho, sobrecarregando e adoecendo muitos colegas e prejudicando o atendimento aos clientes.

Não é à toa que o banco liderou pelo quinto mês consecutivo, em junho, o ranking de reclamações do Banco Central. O banco tem que parar de demitir. Já está cortando no osso.

Reestruturação

O banco trouxe alguns dados sobre a reestruturação que está em andamento, informando a nova organização da vice-presidência executiva de varejo, que envolve o alto escalão. Duas diretorias de rede foram extintas em São Paulo, assim como as de Santa Catarina e Paraná, com a redistribuição das agências. Houve também fechamento de regionais.

Além disso, conforme o balanço do primeiro semestre, o Santander extinguiu 12 agências e 19 PABs. Os representantes do banco disseram que 20 agências foram fusionadas no período, apontando que a reestruturação ainda não acabou.

Os dirigentes sindicais cobraram a manutenção dos coordenadores nas agências. Muitos foram demitidos e hoje as funções são assumidas pelos caixas, inclusive a guarda das chaves em várias unidades, o que é ilegal e expõe os colegas ao risco de sequestros.

É impossível uma agência trabalhar sem coordenador porque acaba acontecendo do caixa ter de fazer esse trabalho. Além de ser acúmulo de tarefa, caracteriza-se como desvio de função. Essas mudanças estão ligadas à série de demissões que o banco vem promovendo.

Os representantes do banco negaram que o cargo de coordenador está sendo extingo. Os dirigentes sindicais reivindicaram participação no processo de reestruturação para discutir o impacto para os trabalhadores.

Não adianta dizer que o foco é o cliente e o funcionário, enquanto o banco demite trabalhadores e os altos executivos ganham bônus milionários. Há uma distância entre o discurso e a prática.

Bolsas para estudo 

O banco informou que das 2.500 bolsas previstas no acordo aditivo à convenção coletiva foram concedidas 2.412, estando hoje 88 em aberto. No entanto, houve 298 pedidos não atendidos, muitos por falta de documentos, que ainda podem ser regularizados para completar as vagas pendentes.

Os dirigentes sindicais reivindicaram que as bolsas para primeira graduação sejam ampliadas para segunda graduação e pós, propondo que essa discussão ocorra já ao final deste ano, para que os avanços possam ser usufruídos pelos trabalhadores no primeiro semestre de 2014.

Caixas, estagiários e aprendizes 

Além do comunicado já entregue anteriormente aos dirigentes sindicais sobre as atividades de caixa, onde consta a não existência de metas individuais para venda de produtos, o banco apresentou cópia do manual de instrução sobre as tarefas de estagiários e aprendizes.

Clique aqui para ler o comunicado sobre as atividades de caixa.

"É vedado ao estagiário realizar venda de produtos comercializados na agência ou formalizar operações bancárias", afirma o manual. "Não é permitido ao jovem aprendiz ter metas comerciais", estabelece.

Solicitamos a afixação do comunicado sobre os caixas no quadro de avisos das agências, além de dar ciência por escrito aos trabalhadores, uma vez que muitos ainda não sabem da nova orientação do banco.

Retirada das ações judiciais contra entidades sindicais

Os dirigentes sindicais continuaram a discussão com o Santander sobre a retirada das ações judiciais movidas pelo banco contra a Contraf-CUT e várias federações e sindicatos e a Afubesp. Novos debates serão realizados.

Não aceitamos a tentativa do banco de calar a voz dos trabalhadores. É preciso respeitar o direito de liberdade de expressão das entidades sindicais e valorizar o diálogo social e a mesa de negociação para buscar soluções.

Call Center

O Santander prometeu dar um retorno até o próximo dia 16 sobre a proposta de acordo coletivo já enviada pelo movimento sindical. Os representantes do banco reafirmaram o entendimento apresentado na reunião do CRT de que o funcionário terá direito ao intervalo de 20 minutos para lanche e 10 minutos para pausa dentro da jornada de trabalho, independente dos horários de ida ao banheiro sempre que for preciso.

Funcionários estrangeiros

Mais uma vez, o banco não apresentou números sobre o total de funcionários estrangeiros no Brasil, porém negou que haja substituição de brasileiros por trabalhadores de outros países. Queremos informações sobre os estrangeiros que trabalham aqui, bem como sobre os brasileiros que atuam em unidades do banco no exterior.

Terceirização nas homologações

Os dirigentes sindicais voltaram a cobrar o fim da utilização de terceirizados como prepostos nas homologações junto aos sindicatos. O banco ficou de analisar o problema. Se não tem funcionário do banco para ser preposto, a solução é parar de demitir.

Pendências

O Santander não trouxe respostas para várias pendências, como a redução de juros e isenção de tarifas para funcionários na ativa e aposentados e a concessão de uma folga no dia do aniversário. O banco também não apresentou data para a retomada do grupo de trabalho do SantanderPrevi.

Fonte: Contra-CUTcom Seeb São Paulo

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