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O acordo para a implantação da Comissão de Conciliação Voluntária (CCV) do Itaú e do HSBC teve aprovação em assembleias realizadas nesta quarta-feira, 24. A CCV é uma maneira que o bancário tem de conseguir reparação sobre alguma pendência trabalhista, antes de recorrer à Justiça.

A CCV reúne bancário, Sindicato e banco na mesa de negociação. O processo anda mais rápido que nos tribunais e está previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), no artigo 625. 

Os bancários que quiserem participar da CCV deve entrar em contato com o departamento Jurídico do Sindicato para mais informações. O acompanhamento do Sindicato é importante para municiar o trabalhador de informações, para que ele possa decidir com tranquilidade, já que ninguém é obrigado a concordar com o que é proposto na CCV.

Na contramão de todos os demais bancos que publicaram balanços com lucros bilionários no primeiro semestre de 2014, o HSBC no Brasil apresentou prejuízo líquido de R$16,3 milhões. No mesmo período do ano passado apresentou lucro líquido de R$ 464,7 milhões, indicando tendência de queda dos resultados, uma vez que esse valor já apresentava forte retração em comparação a 2012. É a primeira vez, desde que o banco chegou ao Brasil em 1997, que o HSBC apresenta resultado negativo em seu balanço.

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Faltam informações

O resultado antes dos impostos e das participações foi de R$ 80,8 milhões, mas, mesmo assim, foram contabilizados R$ 171 milhões a título de participações no lucro. O HSBC não explica como foi distribuído e quem foi contemplado com esse montante. Esse pagamento efetuado contrasta com o resultado negativo apresentado no semestre.

No fim do mês de agosto o banco pagou para aqueles gerentes que atingiram o cumprimento de suas metas valores aleatórios, de acordo com a performance individual. Casos de pagamentos de R$200 a R$10 mil, que obviamente não justificam o montante de R$ 171 milhões contabilizado. 

As Operações de Crédito cresceram 6,7% em doze meses, atingindo um montante de R$ 64,0 bilhões. As operações com pessoas físicas caíram 0,3% em relação a junho de 2013, chegando a R$ 19,5 bilhões. As operações com pessoas jurídicas, por sua vez, alcançaram R$ 44,5 bilhões, com elevação de 10,1% comparado ao mesmo período do ano passado. 

O Índice de Inadimplência superior a 90 dias manteve-se praticamente estável, com redução de 0,1 pontos percentuais, atingindo a marca de 4,2% no semestre. Ainda assim, o banco reduziu suas despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) no primeiro semestre de 2014 em 37,4%, atingindo um total de R$ 1,1 bilhão.

O banco reduziu seu quadro de funcionários em 417 postos de trabalho se comparado a junho de 2013. Assim, o número total de empregados do banco, no país, é de 21.911 trabalhadores. O número de agências bancárias do HSBC no Brasil foi reduzido em 14 unidades entre junho de 2013 e junho de 2014, totalizando hoje 853 agências, sendo que 11 delas foram fechadas nos seis primeiros meses do ano.

'Resultado não espelha esforço dos bancários'

Infelizmente, o resultado apresentado não espelha o esforço do corpo funcional, submetido às péssimas condições de trabalho e ao assédio moral para o cumprimento das metas. Estranhamos ainda mais o resultado apresentado dado o nível de reversão de provisionamento para créditos duvidosos da ordem de R$700 milhões. Outra questão do balanço, não menos preocupante, é que o banco está no seu limite de alavancagem, dadas as regras de Balileia, que dificulta a realização de novos negócios. 

Diante do valor de R$ 171 milhões a título de participação nos lucros, registrados no balanço semestral, os funcionários deverão exigir do banco o cumprimento do que será acordado na Campanha Nacional dos Bancários 2014, com relação à PLR. 

Fonte: Contraf-CUT

Em reunião ocorrida nesta terça-feira ( 26) com a Contraf-CUT, federações e sindicatos, em Curitiba, o HSBC fez uma apresentação detalhada do novo modelo de remuneração variável, chamado de bônus discricionário, que substitui o Programa Semestral Variável (PSV). Segundo o banco inglês, o novo pagamento leva em consideração não apenas a venda de produtos (indicadores financeiros), mas também indicadores não-financeiros e avaliação de comportamento. 

"Teoricamente, a metodologia é adequada ao bom atendimento dos clientes, contudo, na prática, os gestores continuam priorizando as vendas. Além disso, a subjetividade tem sido utilizada para rebaixar as avaliações", critica Cristiane Zacarias, a nova coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC, que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco.

Os bancários das áreas de Gerência PF e PJ, Canal de Atendimento e Central de Cobrança recebem nesta quarta (27) o primeiro bônus semestral referente ao desempenho nos primeiros seis meses de 2014.

Para Silvia Higa, do RH Performance do HSBC, que iniciou a apresentação, o novo modelo de remuneração variável está em sintonia com o realinhamento do banco no mercado financeiro, que passa a ter como foco o cliente. A partir deste pressuposto, segundo ela, os resultados deixam de ser fruto exclusivamente das metas e a bonificação passa a ser composta por novas variáveis que não unicamente a venda de produtos, como no PSV. Com isso, os gestores passam a interferir diretamente nas avaliações, com decisões que impactam na remuneração, destacou.

Histórico

Em 2013, o HSBC implantou o bônus discricionário como projeto-piloto para cerca de 300 bancários. Em 2014, todos os demais funcionários, que eram remunerados pelo PSV, começam a receber a bonificação. 
Nos primeiros seis meses do ano, o banco avaliou os indicadores financeiros, não-financeiros e comportamentais de todos os elegíveis. De 1º a 15 de agosto, o resultado foi encaminhado para Comitês de Calibração, que tem por objetivo equacionar possíveis distorções. Por fim, de 15 a 22 de agosto, os gestores deram um feedback das avaliações aos bancários.

O superintendente de Relações Sindicais e Trabalhistas do HSBC, Marino Roberto Rodilha, afirmou que o novo modelo de remuneração variável está em consonância com a política global do HSBC e que o banco está disposto, inclusive, a arcar com perdas financeiras para se realinhar no mercado. 

Segundo ele, diferente do PSV, o bônus terá reflexos no 13º salário, nas férias e no FGTS. Ele apresentou ainda dados comparativos entre o primeiro semestre de 2013 (projeto-piloto) e 2014: no ano passado, de todos os elegíveis, 76% receberam a bonificação; já em 2014, o número caiu para 65%.

Avaliação 

Após a apresentação do HSBC, os dirigentes sindicais expuseram a opinião sobre o bônus discricionário. Os principais questionamentos foram com relação à subjetividade imposta pelo novo modelo e a confiabilidade nos critérios que determinam o pagamento, além da situação de demitidos e afastados durante o processo de avaliação. 

"Levando em consideração o número de bancários que já procuraram os sindicatos, fica claro que o HSBC não conseguiu dar transparência ao processo, pois, em alguns casos, nem mesmo os gestores sabem explicar se foram as vendas ou o comportamento que determinou o resultado", critica Cristiane.

Embora concordem com a desvinculação entre a remuneração variável e as metas abusivas, os representantes dos trabalhadores destacaram que, na prática, isso não tem acontecido. "O que observamos é que esse discurso e essa filosofia não se refletem no dia-a-dia do bancário. Pois, mesmo após seis meses deste novo modelo, as metas continuam imperando e o número de afastamentos por adoecimento do trabalho aumentou", destacou Alan Patrício, secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT. 

Ele reforçou também que o novo modelo de bônus é exclusivo, quando não inclui entre os elegíveis cerca 15 mil bancários do HSBC e, entre os possíveis bonificados, deixa 35% sem pagamento. "Gostaríamos de ver um programa que buscasse satisfazer todos os bancários e não apenas determinado segmento do banco", acrescentou Alan.

Além disso, os dirigentes sindicais manifestaram preocupação com o pagamento do Programa Próprio de Remuneração Administrativo (PPR), que será efetuado em fevereiro, e também com a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). 

"Diante dos resultados do primeiro semestre, nós já conhecemos o discurso que normalmente o HSBC adota para rebaixar a PLR dos bancários. Por isso, reiteramos aqui a nossa preocupação com o seu pagamento. Não podemos aceitar que um banco que se diz global pague uma PLR vergonhosa para seus funcionários", alertou Valdecyr Pereira Rios, diretor da Fetec-CUT Centro-Norte.

Por fim, o HSBC ficou de levantar o custo total com o pagamento do bônus discricionário e o número de bancários que se enquadram neste novo modelo de remuneração variável. 


Fonte: Contraf-CUT

O HSBC agendou uma negociação com a Contraf-CUT, federações e sindicatos, que ocorrerá nesta terça-feira (26), às 9h, no Centro Esportivo dos Bancários, em Curitiba. 

O banco ficou de fazer uma apresentação das regras referentes ao pagamento de bônus, bem como das regras de avaliação e PPR.

Não é de hoje que os bancários criticam a falta de transparência nos critérios de pagamento. O programa não foi negociado com o movimento sindical e só depois de muita mobilização por parte dos bancários o HSBC aceitou marcar uma negociação para explicar a metodologia usada para pagar essa remuneração. 

Já o balanço do primeiro semestre do banco ainda não foi publicado no Brasil. É o único das seis maiores instituições financeiras que não divulgaram os seus resultados dos primeiros seis meses do ano.


Fonte: Contraf-CUT

Com perdas na operação de varejo no Brasil, o HSBC fechou o primeiro semestre de 2014 no país com um lucro antes de impostos de US$ 55 milhões. A cifra é 64% menor do que o resultado de igual período do ano passado.

Os números foram divulgados nesta segunda-feira (4) pelo HSBC no balanço global. O maior banco europeu por valor de mercado teve um lucro de US$ 9,46 bilhões, ante US$ 10 bilhões em igual período de 2013.

Em relatório, o banco diz que pesou sobre o resultado no Brasil um prejuízo antes de impostos de US$ 129 milhões no segmento de varejo e gestão de fortunas. Na primeira metade de 2013, a área registrou prejuízo de US$ 117 milhões.

O varejo do HSBC passa por uma reestruturação desde 2011, quando o banco decidiu se focar no crédito apenas para clientes e em modalidades mais seguras, como o empréstimo consignado e o financiamento imobiliário. As modalidades de crédito com mais garantia correspondiam a 29% da carteira de empréstimos do banco no fim de junho, acima dos 22% de igual período de 2013.

O banco está em meio a uma mudança global na forma de incentivar venda de produtos com comissões pagas a gerentes. Esse impacto não é citado nos comentários sobre o Brasil, mas tem afetado a receita no mundo todo.

Além do varejo, o HSBC diz que a operação de atacado também afetou o desempenho do banco no Brasil. O lucro antes de impostos dessa área ficou em US$ 175 milhões de janeiro a junho de 2014, ante R$ 224 milhões em igual período do ano passado. O banco atribui essa redução de 21,9% ao aumento no custo de captação.

O banco ainda não divulgou os números no Brasil no primeiro semestre. Pelos dados do Banco Central, o HSBC teve um prejuízo de R$ 31,1 milhões no primeiro trimestre deste ano. Procurado pela reportagem, o HSBC informou que não comentaria.

Em relatório, o banco diz que mantém o foco na América Latina, principalmente no México, na Argentina e no Brasil. O HSBC afirma, porém, que enfrenta nesses mercados crescimento econômico e dos empréstimos mais lento e pressões inflacionárias.

No mundo, a queda no lucro líquido deveu-se principalmente a um fraco primeiro trimestre, quando os lucros caíram 20% em relação a um ano atrás, quando as receitas foram impulsionadas por vendas de ativos, e reflete receitas perdidas como resultado do fechamento ou venda de empresas.

O HSBC está na segunda fase de um plano de recuperação que começou em 2011, com o objetivo de tornar o banco menos complexo, mais eficiente e capaz de proporcionar melhores retornos para os acionistas. O banco cortou mais de 40 mil postos de trabalho e vendeu ou fechou 60 unidades, o que resultou em uma economia anual de mais de US$ 5 bilhões.

O banco também atribui o desempenho mais fraco a despesas que teve com obrigações regulatórias. As despesas operacionais, excluindo itens extraordinários, subiram 4% no primeiro semestre, "refletindo, em parte, investimentos crescentes em risco, compliance e padrões globais".

O HSBC não deu mais detalhes, mas anteriormente havia informado a contratação de mais de 1.750 funcionários ligados a controles em 2013, com um aumento superior a 50% desde o acordo de US$ 1,9 bilhão fechado em 2012 com autoridades por conta de uma investigação sobre regras para evitar lavagem de dinheiro.

Em um comunicado, o presidente do conselho de administração do HSBC, Douglas Flint, pediu que reguladores internacionais esclareçam o que esperam de funcionários do banco depois que uma recente onda de multas recordes por má conduta ter deixado todos com medo de represálias.

Bancários olham resultados com dúvidas e incertezas

Para o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira, "está evidente que no Brasil o HSBC apresenta dificuldades para disputar o varejo com os demais bancos. Mesmo tendo ainda ativos significativos para classificá-lo dentre os seis maiores bancos que atuam no país, os indicadores vêm piorando progressivamente. Parece que, mesmo após 17 anos atuando no mercado brasileiro, o banco ainda não encontrou seu nicho de negócios".

O lucro líquido, que já não era dos maiores, vem caindo a cada semestre, registrando pela primeira vez prejuízo no 1º trimestre de 2014 de R$ 31 milhões e agora lucro antes dos impostos no 1º semestre de apenas U$ 55 milhões. "O que isso irá significar após os impostos só aguardando a publicação do balanço no Brasil. Aliás, o balanço está sendo aguardado com grande expectativa, porque a matriz londrina anunciou uma capitalização na filial brasileira da ordem de U$ 1 bilhão no semestre. Se isso ocorreu e mesmo assim o resultado é este de apenas U$ 55 milhões antes dos impostos, isso denota que os problemas são maiores ainda", observa Miguel.

"Com esses resultados inexpressivos, na contramão dos demais bancos brasileiros, que batem recordes de lucratividade a cada semestre, as medidas que o banco toma, vão no sentido de cortes de despesas, como o fechamento de agências - 20 só neste ano - e milhares de demissões. O que, a nosso ver, só fragiliza ainda mais o banco frente à concorrência e dificulta a busca de resultados na ponta", analisa o dirigente sindical.

Conforme Miguel, "outra medida, que certamente terá impacto nos resultados finais, foram mudanças unilaterais nos programas de remuneração variável praticados no banco. Além de diversos problemas com relação ao não pagamento aos funcionários participantes, particularmente gerentes, este ano ninguém tem assegurado o quanto irá receber, mesmo tendo alcançado as suas metas. Porque isso depende do resultado da empresa e não há recursos garantidos para esse pagamento, como era anteriormente, onde parte do lucro líquido era reservado para esses pagamentos".

"O fato da crescente pressão para o atingimento dessas metas, vinculado à baixa expectativa de recebimento do pagamento de bônus, pode estar levando a uma crescente insatisfação do segmento gerencial, que provoca queda nos resultados. A falta de funcionários nas agências também é outro fator que dificulta melhor performance do banco inglês. Menos funcionários, menos negócios e piora no atendimento, o que dificulta a retenção dos clientes, e por aí vai", ressalta Miguel.

Mas o que mais preocupa os dirigentes sindicais é a questão do emprego. "O Grupo HSBC ainda emprega cerca de 22 mil trabalhadores diretos, tendo mais de 800 agências em todo o Brasil", conclui o diretor da Contraf-CUT.


Fonte: Contraf-CUT

Sentença proíbe desconto destes programas na PLR desde 2007; banco ainda pode recorrer A juíza Diana Marcondes Cesar Kambourakis, da 1ª Vara da Justiça de Santo André, concedeu decisão favorável ao Sindicato em ação sobre o pagamento do Programa de Participação nos Resultados (PPR) e Programa Semestral Variável (PSV) no banco HSBC. De acordo com a decisão, os bancários poderão reaver o valor destes programas descontado na PLR desde 2007, reconhecendo a incidência de natureza salarial nas demais verbas (férias, 13º salário etc). A decisão, à qual ainda cabe recurso do banco, beneficia os associados do Sindicato. No entender da juíza, as formas de estabelecimento de metas e valores do PPR e PSV não são corretas. Embora o banco afirme que há uma comissão constituída para definição destes programas, com convite à participação de entidades representativas dos empregados, isso não ocorre de fato. A falta de transparência e critérios nestes programas próprios e seu desconto na PLR sempre foram questionados pelos bancários e entidades sindicais.

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