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Conquista dos bancários inclui cursos de graduação, pós e também MBA; inscrições começam nesta segunda, 9

O Santander abre nesta segunda, 9, processo seletivo para 2.500 bolsas de estudo de primeira graduação (1.000 bolsas); para a primeira pós-graduação (1.400 bolsas) e para cursos de MBA (100 bolsas). Elas são um direito conquistado pelos bancários junto ao Sindicato e demais entidades representativas. Na renovação do ACT em 2022, inclusive, foram conquistadas as 100 de MBA, uma reivindicação dos trabalhadores do banco espanhol.

O valor da bolsa é reajustado anualmente conforme previsto no ACT dos bancários do Santander no Brasil. Para concorrer, o bancário deve fazer a matrícula na instituição de ensino e depois, de 9 de janeiro a 17 de fevereiro, acessar o Portal RH ou Now Santander para fazer a sua inscrição no processo seletivo e conhecer todas as regras. O critério de desempate será o social.  

O Sindicato destaca que os trabalhadores devem fazer uso dessa importante conquista, pois o aperfeiçoamento e a qualificação são fundamentais para o desenvolvimento, não só profissional, mas também pessoal.

Leia artigo de Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de SP, sobre as nomeações de Tarciana Medeiros para a presidência do BB e de Rita Serrano, ex-presidenta do nosso Sindicato, para a Caixa

Após luta histórica dos trabalhadores para estabelecer a igualdade de oportunidades na categoria bancária, tivemos boas notícias nos últimos dias: a indicação de duas mulheres no comando do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, Tarciana Medeiros e Maria Rita Serrano, respectivamente.

Tarciana será a primeira mulher a assumir a presidência do Banco do Brasil, e trabalha na diretoria de clientes desde 2021. E Rita Serrano, que irá assumir a presidência da Caixa, atua como conselheira eleita pelos empregados do conselho de administração desde 2014.

A atuação dos bancos públicos é fundamental para combater a crise econômica, a volta da inflação e os índices recordes de endividamento. É urgente estabelecer o protagonismo dos bancos públicos na concessão de crédito e a liberação de depósitos compulsórios com garantia de aplicação em áreas prioritárias. Sabemos que são um importante instrumento de política econômica e de promoção ao desenvolvimento econômico e social.

Ter duas mulheres à frente dessas entidades, nos reforça também nossa luta no combate ao preconceito. Na categoria bancária, as mulheres ocupam 49% do total de postos de trabalho e recebem, em média, salários 23% menores que os dos homens. Essa realidade é ainda mais injusta quando se observa que as mulheres bancárias têm escolaridade maior que a dos bancários. 78% das bancárias têm nível superior completo, enquanto entre os homens esse percentual cai para 73%. 

Em seus Relatórios Anuais de Sustentabilidade, os bancos apresentam algumas informações que ilustram a desigualdade com a qual as mulheres são tratadas nestas instituições. Essa desigualdade também inclui os trabalhadores negros. De acordo com dados do censo da categoria bancária, as pessoas pretas nos bancos são apenas 3,4% e as pardas apenas 21,3%. Em relação à remuneração, as mulheres negras nos bancos recebem o equivalente a apenas 58% do que recebem os homens brancos. Dentre os cargos de liderança na categoria bancária os homens brancos ocupam 40,8% destes, enquanto as mulheres brancas ocupam 36,5%. A participação dos negros em cargos de liderança não chega a 20%. Na categoria bancária são 156 mil pessoas com deficiência (3,4% da categoria).

Teremos muitos desafios nos próximos anos. O percentual de famílias endividadas é recorde, alcançando 79% do total de famílias. Cerca de 30% possuem dívidas em atraso, ou seja, são inadimplentes e mais de 10% afirmam que não terão como pagar. São recursos drenados do bolso da classe trabalhadora, do caixa das empresas e do fundo público diretamente para engordar o lucro do sistema financeiro.

No governo Lula, a participação do crédito público no crédito total chegou a 37%, o que beneficiou o pequeno produtor rural e as famílias mais pobres. Nos últimos anos, o crédito concedido pelos bancos públicos têm caído e chega a cerca de 29%. A atuação do Banco do Brasil, que mesmo sendo líder em muitas frentes, tem diminuído por anos seguidos sua fatia no mercado. No crédito agrícola, a redução a participação entre 2016 e 2021 foi de 60% para 54%; no mesmo período, o Pronaf, crédito destinado a pequenos produtores, teve redução de 32% (quando se considera valor atualizado das carteiras em cada período); 26% das agências foram fechadas, de 5440 para 3986 no mesmo período; os funcionários foram reduzidos em 14% ou 14.200 postos de trabalho.

É urgente que alternativas para a saída da crise sejam construídas e que passem pela retomada da expansão do crédito para setores prioritários como moradia popular, agricultura familiar, pequenas e médias empresas etc. Tais medidas contribuiriam ao mesmo tempo para fortalecer a economia, gerar empregos em setores intensivos em mão de obra, dinamizar o mercado interno e amenizar graves problemas sociais do Brasil como o déficit de moradias, a falta de acesso a terra e também a alta dos preços dos alimentos.

Pasta, que foi extinta no governo Bolsonaro, deve ganhar protagonismo no combate à fome e desigualdades; bancário Vagner Freitas deve ser secretário-executivo

Luiz Marinho tomou posse nesta terça-feira (3) como ministro do Trabalho, cargo que já havia ocupado entre 2005 e 2007. A solenidade marcou também a volta da Pasta, que foi extinta durante o governo de Jair Bolsonaro.

A posse contou com a presença de várias autoridades, entre elas a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann; o ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, e presidentes das centrais sindicais, como a CUT. 

O papel dos sindicatos e centrais foi destacado por Gleisi, ao ressaltar “a importância do movimento sindical na reestruturação dos direitos e dignidade” da classe trabalhadora.

Já Marinho afirmou, em seu discurso de posse, que em pouco tempo e aliado ao Congresso Nacional será possível retomar o trabalho como “instrumento fundamental para acabar com a fome, superar a pobreza e combater todas as formas de desigualdades”.  

Ele acrescentou que atuará para que a agenda do trabalho passe a protagonista e esteja “no centro das definições” pelo desenvolvimento do Brasil.

“É através do investimento e inovação da produção industrial, na agropecuária, no comércio, nos serviços e nas atividades do terceiro setor que vamos criar as condições para geração de novos e bons empregos e novas formas de proteção social, trabalhista e previdenciária para todos”, disse. 

Marinho, que foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da CUT, também afirmou que será fortalecido o diálogo com os sindicatos, que foram sucateados durante o governo Temer e Bolsonaro com a  reforma trabalhista. 

"Teremos muito trabalho. O Ministério deve valorizar as negociações coletivas, e isso requer sindicatos fortes, com ampla base de representação e representatividade. Destaco a importância para acelerar o processo de regulamentação da Convenção 151 da OIT (a liberdade sindical e a inclusão de funcionários públicos na negociação das condições de trabalho)", pontuou.

Na política, ele também foi prefeito de São Bernardo por dois mandatos, deputado federal e é presidente do diretório petista no Estado. Também comandou o Ministério da Previdência Social de 2007 a 2008. 

Bancário - Para ocupar o  segundo cargo mais importante no Ministério do Trabalho, o ministro Luiz Marinho escolheu um bancário, Vagner Freitas. Ele é de São Paulo e esteve à frente da  Confederação Nacional dos Bancários (CNB), da Contraf-CUT e da CUT.

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