Grande ABC já registrou 1.297 mortes pela doença
São Paulo chegou a um platô na transmissão da covid-19, segundo os responsáveis pelo Comitê de Contingência do coronavírus no Estado. A afirmação tem como justificativa o fato de que há algumas semanas se registra ritmo constante de aumento dos casos da doença, sem elevação expressiva. No entanto, especialistas alertam que o momento ainda não é de relaxamento, pois não houve queda e a baixa adesão da população às medidas preventivas, somada à flexibilização da quarentena, pode levar todo o País a uma segunda onda de infecção.
O alerta vem de pesquisa realizada pela Associação Paulista de Medicina (APM), que ouviu 1.984 médicos entre 25 de junho e 2 de julho: 89% acreditam que essa segunda poderá ocorrer. Para 42,3% esse próximo ciclo seria menos grave, enquanto 37,3% avaliam que seria igual ao primeiro e 9,4% consideram que poderia ser mais grave. Nas cidades do Grande ABC o número de óbitos chegou ontem (8) a 1.297, com 28.168 infectados. E o isolamento social, em 43%, está mais baixo do que na capital (que também anunciou platô da doença), em 45%, e no Estado, com 46%.
A baixa no isolamento nas cidades do Grande ABC é expressiva, já que no primeiro dia da quarentena esse índice foi de 55%. O mesmo ocorreu no Estado, onde o percentual foi de 54% para 45%. Na avaliação dos especialistas médicos ouvidos pela pesquisa da APM houve redução de campanhas incentivando as pessoas a ficarem em casa. Além disso, a população não está aderindo com efetividade a outras medidas preventivas, como uso de máscaras e álcool gel e à recomendação de procurar unidades de saúde aos primeiros sintomas da doença.
Segundo a pesquisa 34,1% avaliam que apenas a máscara em áreas comuns está sendo utilizada conforme as diretrizes, e apenas 18,6% consideram que a higiene frequente das mãos está sendo feita corretamente. O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, inclusive, destacou a importância do uso de máscaras para se chegar ao platô na cidade. Ainda de acordo com o estudo da APM 37,5% dos médicos defendem que o isolamento físico deveria ser ampliado, inclusive com a decretação do lockdown, enquanto 37,1% acreditam na flexibilização temporária de regiões que tenham estrutura para atender pacientes em potencial.
Outro item destacado pelos médicos diz respeito à circulação de notícias falsas, as fake news, que podem ser mais perigosas do que o coronavírus. Levar as pessoas a minimizar ou negar o problema (69,2%), desacreditar a ciência (50,4%), fazer com que pacientes e familiares solicitem tratamentos sem comprovação de eficácia (48,9%) e enfraquecer as medidas adotadas pelos governos no combate à doença (31,3%) são algumas das consequências dessas informações mentirosas avaliadas pelos profissionais que participaram do estudo.
Solidariedade - Enquanto prossegue a busca por vacina ou medicamento que possa de fato criar segurança no combate à covid-19, prossegue também o aumento dos que necessitam de ajuda financeira para sobreviver à pandemia. Doações são sempre bem-vindas, e quem quiser ser solidário pode participar da campanha lançada pelo Sindicato.
São aceitos alimentos, produtos de limpeza e roupas. É só levar à sede do Sindicato, na rua Xavier de Toledo 268, centro de Santo André, das 10h às 16h, ou solicitar a retirada no local desejado (pelo telefone 11 99798-4732). No caso de depósito em espécie, deve ser efetuado na conta corrente 00001809-0 - agência 2075 da Caixa, operação 003. E pelo sistema PagSeguro, via internet, o valor fixo de doação é de R$ 50, com acesso pelo link https://pag.ae/7VZiouZb8