Pesquisa aponta que número de infectados tem dobrado a cada 6 dias; 70% dos leitos disponíveis na região estão ocupados por pacientes com o covid-19
Passados 30 dias desde o primeiro registro, a região alcançou 743 infectados e 54 mortos pela Covid-19. Os dados foram consolidados ontem (16) às 21h30 pelo instituto de pesquisa ABC Dados, que atua na região desde janeiro e faz acompanhamento diário dos casos de coronavírus nas sete cidades. Ainda de acordo com o instituto, foram 77 novos casos e 10 novas mortes registradas nas últimas 24 horas.
Os números coletados apontam que, em média, o total de infectados na região tem dobrado a cada 6 dias. São Caetano tem maior incidência por habitantes (88,6% por 100 mil), e São Bernardo lidera em números absolutos, com 206 infectados, seguida por Santo André (188). De acordo com a pesquisa a letalidade na região do ABC é mais alta do que no País e, caso o ritmo de crescimento verificado nos últimos quinze dias se mantenha, até o final de abril a região poderá ter 3792 casos e 397 mortes causadas pelo coronavírus.
A perspectiva é muito preocupante, já que, segundo dados do Ministério da Saúde, disponíveis no sistema Tabnet/Datasus, o Grande ABC conta com apenas 830 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para adultos. E esse número considera as unidades públicas e privadas, para uma população superior a 2,8 milhões de pessoas, das quais 432 mil são idosos. De acordo com declaração do médico infectologista David Uip no último dia 15, na região do ABC há um número de internados com a doença que supera 70% da capacidade total de leitos.
Entre as iniciativas para tentar atender a um possível crescimento exponencial pelos leitos hospitalares, cidades da região tentam rearranjar seus serviços de atendimento e anunciaram a construção de hospitais de campanha. Quase todos os municípios também divulgam boletins diários sobre os casos de covid-19, em geral disponíveis nos sites e facebooks das administrações.
Respiradores
Não há dados específicos sobre a quantidade de ventiladores mecânicos (respiradores artificiais) nos hospitais da região. Em fevereiro, antes da epidemia, a estrutura de saúde da cidade de São Paulo e municípios da região metropolitana (que inclui as sete cidades do ABC) contava com 9.841 respiradores, em 446 hospitais.
Outros quase 500 estavam fora de uso, seja por falta de manutenção, seja por estarem em stand-by. Os dados foram levantados pelo SP 1 a partir do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) do Ministério da Saúde, incluindo equipamentos em hospitais públicos e particulares. No momento há parcerias divulgadas para conserto dos aparelhos com montadoras e Senai.
Fique em casa!
“Os especialistas da área de Saúde afirmam que maio será o mês de pico para a pandemia no Brasil. Nossa região, como se observa, também não está preparada para um crescimento brusco. Então temos que reforçar o isolamento social, o único remédio disponível até agora. Fique em casa!”, destaca o presidente do Sindicato, Belmiro Moreira.
O Sindicato fiscaliza diariamente a situação nos bancos para checar a adoção de medidas protetivas à categoria e segue informando a sociedade sobre os riscos da doença. Também enviou ofícios às prefeituras reivindicando providências e participa de todas as iniciativas de parceria para combate à pandemia.
Doações
Uma dessas iniciativas é a campanha de doações lançada pela entidade. O objetivo é auxiliar entidades assistenciais da região com alimentos, produtos de higiene e limpeza (inclusive álcool gel) e roupas. Há duas formas de doar: entregando os materiais na sede da entidade (rua Xavier de Toledo 268, centro de Santo André, das 10h às 16h) ou solicitando a retirada no local desejado pelo telefone 11 99798-4732.