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Cidades da região já registram mortes de pacientes com covid-19 em fila de espera por UTI

Coronavírus
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Pelo menos três municípios já confirmaram mortes nessas situações; vítimas fatais chegam a 4.774 na região

A situação de caos que já mata mais de duas mil pessoas de covid-19 ao dia no Brasil está presente em várias cidades, e no Grande ABC não é diferente. Municípios como Diadema, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires já confirmam que pacientes morreram à espera de um leito de UTI.
Em Diadema a morte nessas condições aconteceu ontem (10), vitimando uma idosa que aguardava transferência do PS Central. Hoje, na cidade, 10 pessoas esperam por uma vaga em UTI. Rio Grande da Serra, por sua vez, possui 15 pacientes com a doença esperando pela transferência, e um já morreu nessa situação. E em Ribeirão Pires a Prefeitura confirmou, até hoje (11), a morte de seis pessoas com covid que estavam na fila de espera.

A situação é um pouco melhor, mas ainda assim péssima, nos municípios de Mauá, Santo André e São Bernardo, que estão com índices de ocupação acima de 90%, enquanto São Caetano divulgou taxa de 75%. Ou seja: o sistema de saúde do Grande ABC está praticamente sem vagas disponíveis em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes com covid-19, e o caos atinge tanto a rede pública quanto a privada.

Enquanto isso, o cronograma de vacinação segue lento e com longas pausas, nacionalmente, tornando impossível a imunização rápida e favorecendo o aumento de casos pela contaminação. Como se não bastasse esse quadro tão assustador, há ainda as festas clandestinas, num momento em que o isolamento deveria ser ampliado – ontem, quando a taxa de ocupação chegava a 92% em São Bernardo, acontecia na cidade uma delas, reunindo 158 pessoas às margens da represa Billings.

“É fundamental que as pessoas assumam a responsabilidade de se cuidar e cuidar daqueles que amam. A pandemia não está controlada, as mortes crescem a cada dia, e o mínimo que podemos fazer é manter o isolamento, usar máscaras sempre e limpar as mãos com álcool gel ou sabão”, reforça o diretor sindical Otoni Lima.

Ribeirão Pires - No caso específico de Ribeirão Pires, o diretor explica que foi protocolado pedido de reunião com o prefeito, Clóvis Volpi, no último dia 26 de fevereiro, em documento assinado por entidades representantes de vários segmentos da sociedade civil, entre elas o Sindicato. O objetivo era discutir a situação da saúde e encontrar alternativas. O encontro seria realizado na semana seguinte, mas o prefeito desmarcou com o argumento de que não havia lastro destas entidades com o município para que fosse feita a discussão. “Queríamos buscar soluções conjuntas, mas o prefeito simplesmente ignorou o diálogo, jogando a cidade no caos”, afirma Otoni.

Até ontem o Grande ABC registrava 137.210 casos de covid-19, com 4.774 mortes

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