Área restrita

Covid-19: taxa de letalidade ainda é alta no Grande ABC e isolamento social não deve ser abandonado

Coronavírus
Tipografia

Para o ex-ministro da Saúde Arthur Chioro 108 mil pessoas já podem ter sido infectadas na região

Na semana em que flexibiliza a quarentena, com a reabertura de shoppings e comércio de rua, a Grande São Paulo registra 77,1%% de taxa de ocupação dos leitos de UTI para tratamento da covid-19 e 11.521 óbitos, enquanto o total de casos no País se aproxima de 1 milhão (955.377 em quatro meses). Até ontem, de acordo com o instituto ABC Dados, o Grande ABC contava 891 mortes pela doença, 13.006 infectados, letalidade de 6,9% (mais alta que no Estado, em 6% e no País, em 4,9%) e isolamento social de 45%, menor do que na capital (46%) e no Estado (47%).

O cenário, portanto, ainda é bastante preocupante. Além disso, deixa dúvidas quanto às ações que deveriam ser tomadas pelas administrações. No caso da região, segundo o ex-secretário de Saúde de São Bernardo (2009 a 2013) e ex-ministro da Saúde (2014 a 2015) Arthur Chioro, há falta de informações qualificadas. “Apostar na flexibilização do isolamento físico, sem a redução segura e consistente da taxa de transmissão, não é seguro e poderá resultar em uma tragédia”, apontou o médico, em entrevista ao jornal Diário do Grande ABC na semana passada.

Segundo Chioro, com base em pesquisas efetuadas em outros locais é possível estimar que 108 mil pessoas já podem ter sido infectadas na região. “A diferença em relação aos casos notificados se deve ao fato de que não são testados os leves e assintomáticos. É também muito preocupante a alta taxa de letalidade da região, superior à média nacional”, afirmou.

Apesar da oferta de leitos na região ser maior do que em muitos outros locais, o médico destacou a importância de continuidade do isolamento social e de sintonia entre as prefeituras. “É preciso reconhecer os esforços dos prefeitos, gestores da saúde e, principalmente, dos trabalhadores do SUS. O risco, no entanto, é a adoção de medidas sem a necessária harmonização de procedimentos. Se cada um faz o que quer, a chance de dar certo e avançarmos para o controle regional da covid é pequena. As ações precisam ser coordenadas e integradas”, ressaltou, lembrando ainda da necessidade de amparo aos mais pobres, desempregados ou que vivem na informalidade. 

Campanha solidária – Pensando nessas pessoas o Sindicato dá prosseguimento à campanha de doações recebendo alimentos, produtos de limpeza e roupas para distribuição às famílias mais carentes. As doações podem ser feitas na sede do Sindicato, na rua Xavier de Toledo 268, centro de Santo André, das 10h às 16h, ou retiradas no local desejado (pelo telefone 11 99798-4732). No caso de depósito em espécie, deve ser efetuado na conta corrente 00001809-0 - agência 2075 da Caixa, operação 003. E pelo sistema PagSeguro, via internet, o valor fixo de doação é de R$ 50, com acesso pelo link https://pag.ae/7VZiouZb8.