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Grande ABC segue em quarentena, com taxa média de ocupação de leitos superior a 80%

Coronavírus
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Decisão do governo do Estado frustrou prefeitos, mas flexibilização no isolamento ainda é avaliada como perigosa

Assim como divulgado na última semana pelo Sindicato, o Grande ABC ainda não reúne condições para flexibilização da quarentena. Apesar dos planos e ações para combate ao covid-19 apresentados pelas sete prefeituras, via consórcio intermunicipal, o governo do Estado anunciou ontem que está mantida para a região a faixa vermelha, de restrição máxima, pelo menos até 10 de junho, quando ocorre nova avaliação. E, ainda que essa avaliação seja positiva, na prática a reabertura ocorreria apenas após dia 15.

Os prefeitos destacaram entre as ações de combate ao covid-19 os investimentos em hospitais de campanha e urgência, ampliando a quantidade de leitos disponíveis na região. Mas, para o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, a taxa média de ocupação de leitos no Grande ABC ainda é superior a 80%. Nos próximos dias ele deve visitar o Quarteirão da Saúde, de Diadema, cidade que busca recursos para instalação de hospital de campanha no local.

De acordo com o Instituto ABC Dados até ontem (3) eram 8.801 as pessoas com covid-19 no Grande ABC, com 668 mortes e uma letalidade de 7,8%. A taxa de isolamento média ficou em 46%, inferior à da capital (50%) e do Estado (48%), segundo dados do último dia 2. Levantamento feito pelo jornal Diário do Grande ABC em seis cidades da região (exceto Rio Grande da Serra) revela que das mortes registradas entre abril e maio deste ano 17,2% foram em decorrência da covid-19. Foram 3.455 óbitos no período, com 587 causados pelo coronavírus, quase uma a cada seis. 

Na avaliação do infectologista e professor do curso de medicina da USCS Fábio Leal, ouvido pelo jornal, o aumento no número de mortes era esperado e “dentro de situação aceitável, principalmente se considerado o cenário nacional”, pois a doença estava em curva ascendente e, hoje, acredita-se, está em um platô. Para ele a adoção de flexibilização na quarentena poderá refletir em aumento ainda maior nos índices de casos e mortes em junho. 

“A primeira coisa que tem de ficar clara aos dirigentes políticos é que, apesar do grande impacto econômico e social que a pandemia já tem nesses quase três meses de isolamento, este não é o melhor momento para um afrouxamento significativo, porque estamos atravessando o que acreditamos que possa ser o pico da epidemia. Portanto, estas restrições deveriam ser mantidas por pelo menos mais duas semanas para que a gente possa entender se a epidemia realmente vai começar a ter redução da transmissão e dos números de novos casos e óbitos”, afirmou o médico. 

Solidariedade – Além de mortes, sofrimento e tristeza, a pandemia traz mais desigualdade social. Aumentam as demissões, há cortes nos salários e cresce a quantidade de famílias que passam a viver nas ruas. 

Para ajudar a essas e muitas outras pessoas necessitadas segue a campanha solidária promovida pelo Sindicato. Para colaborar basta levar produtos (de limpeza, higiene pessoal ou alimentos) e/ou roupas à sede do Sindicato, na rua Xavier de Toledo 268, centro de Santo André, das 10h às 16h.

Também é possível solicitar a retirada no local desejado, pelo telefone 11 99798-4732. No caso de depósito em espécie, deve ser efetuado na conta corrente 00001809-0 - agência 2075 da Caixa, operação 003. E pelo sistema PagSeguro, via internet, o valor fixo de doação é de R$ 50, com acesso pelo link https://pag.ae/7VZiouZb8.