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Grande ABC não reúne condições para flexibilizar quarentena

Coronavírus
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Avaliação do governo do Estado cria polêmica sobre ocupação de leitos na região, que estaria acima dos 80%; doença segue em crescimento

A exclusão das cidades do Grande ABC do plano de flexibilização da quarentena anunciado pelo governo do Estado nessa semana traz dúvidas e cria polêmica sobre a taxa de ocupação de leitos para covid-19 na região. De acordo com o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, esse índice está acima dos 80%, mas prefeituras e associações comerciais contestam a informação. A doença, porém, prossegue em crescimento nos sete municípios.

Até ontem (27), segundo o Instituto ABC Dados, a região tinha registrados 6.133 casos confirmados, com 530 mortes e taxa de letalidade em 8,6%, mais alta do que no Estado e no País. Em números absolutos a maior quantidade de mortes ocorreu em São Bernardo (194), mas a letalidade é maior em Mauá (15,5%) e menor em São Caetano (3,5%). Embora representantes de empresas e setores comerciais defendam a flexibilização, especialistas em saúde são taxativos em afirmar que nesse momento ela ainda é temerária e pode custar milhares de vidas.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), para a flexibilização das medidas de isolamento alguns critérios são fundamentais. Entre eles estão o controle da transmissão e a capacidade dos serviços de saúde de absorver novos pacientes. Estar na etapa de estabilização ou de queda no número de novos casos da doença, não ter o sistema de saúde sob grande estresse e garantir capacidade de testagem, diagnóstico e vigilância são itens destacados como condições para se começar a pensar em flexibilizar o isolamento. E o Brasil, hoje, ainda não atende a nenhum deles.

Desemprego no Grande ABC - Com o avanço da pandemia o Grande ABC fechou o equivalente a 576 postos de trabalho por dia, totalizando 17.295 perdas em abril. É o pior resultado da série histórica, iniciada em 1992. No acumulado do ano, o saldo está negativo em 20.071 empregados. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), foram divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e compilados por jornal regional.
Em números absolutos, a cidade com o pior resultado no mês foi São Bernardo, com 5.268 demitidos, seguida por Santo André (-3.968), São Caetano (-2.905), Diadema (-2.242), Mauá (-1.867), Ribeirão Pires (-462) e Rio Grande da Serra (-17). Segundo a plataforma, no início de 2020 a região contava com estoque de 709.579 celetistas, assim, os sete municípios perderam cerca de 2,5% da força de trabalho.

Defesa da vida e solidariedade – “Infelizmente, flexibilizar a quarentena ainda é inviável, pois preservar a vida é prioritário, é sempre o mais importante. Há uma crise econômica e o desemprego é dramático, o que mostra a necessidade de ampliação do auxílio emergencial.”, afirma o presidente do Sindicato, Belmiro Moreira. Ele destaca, ainda, que é fundamental também manter a solidariedade, colaborando com os mais necessitados.

Uma oportunidade de participar é ajudando na campanha de doações lançada pelo Sindicato, que vem distribuindo roupas, alimentos e produtos de limpeza a famílias da região. Para doar basta levar os produtos e/ou roupas à sede da entidade, na rua Xavier de Toledo 268, centro de Santo André, das 10h às 16h, ou solicitar a retirada no local desejado (pelo telefone 11 99798-4732). No caso de depósito em espécie, deve ser efetuado na conta corrente 00001809-0 - agência 2075 da Caixa, operação 003. E pelo sistema PagSeguro, via internet, o valor fixo de doação é de R$ 50, com acesso pelo link https://pag.ae/7VZiouZb8.