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COE cobra mudanças na reestruturação da rede de agências Santander

Santander
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A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander se reuniu com a direção do banco na tarde desta terça-feira, 6, para cobrar explicações quanto ao processo de reestruturação na rede nacional de agências, batizado de Multicanalidade.

O Santander publicou um comunicado no dia 22 de janeiro para informar que os gerentes Van Gogh e os gerentes de Empresa não frequentarão mais as agências. Os gerentes Empresas passarão a maior parte do tempo visitando seus clientes e os Van Gogh farão visitas e atendimentos pela plataforma digital. Houve também uma mudança na carteira de clientes. A divisão foi feita baseada num diâmetro de cinco quilômetros da residência de cada um.
A justificativa do banco é de que o cenário do sistema financeiro está sendo reconfigurado, devido à mudança do perfil dos clientes e dos meios de pagamento. O objetivo do Santander é ser, nos próximos 10 anos, o banco de preferência dos seus clientes, considerando que hoje no mercado grande parte dos brasileiros usam mais de um banco. O cliente que optar pelo atendimento presencial será recebido nas agências pelo Gerente de Negócios e Serviços (GNS) ou pelo Líder da agência.

A COE cobrou respeito às cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). “É um desrespeito do Santander com os trabalhadores e o movimento sindical, por não priorizar as negociações e a comunicação também com os clientes. Haja vista que a reestruturação já está acontecendo. São muitas mudanças e de alto impacto para as condições de trabalho e para a saúde dos trabalhadores”, afirmou a coordenadora Wanessa Queiroz.
A Comissão apresentou diversos pontos de preocupação com as mudanças de alto impacto para os trabalhadores. A primeira é a falta de treinamento para os GNS. “É o primeiro cargo ingressante do banco, não teve nenhum treinamento para atender pessoas física e jurídica e, sem dúvida, ficarão sobrecarregados”, acrescentou a coordenadora.

O Santander garantiu que irá contratar 600 bancários para o cargo de GNS em todo o Brasil para atender as demandas na rede de agências e irá oferecer cursos e treinamentos para os novos e os que já estão no atendimento aos segmentos Van Gogh e Empresas.

Quanto aos gerentes Van Gogh e Empresas, o movimento sindical questionou as condições de segurança dos trabalhadores. “Eles andarão a todo momento perto de suas casas. Todo mundo saberá quem eles são e qual o cargo que ocupam. Além disso, precisam de condições para fazer o trabalho, como um chip ou celular exclusivo do banco, uma mochila para carregar todo o equipamento necessário e convênio no Uber Corporativo para a realização das visitas aos clientes”, alertou Wanessa. “O objetivo é fazer adequação da rede, melhorar a plataforma digital, mas não houve nenhum investimento para melhorar o espaço de trabalho dos funcionários”, completou.

Outro ponto de incômodo com a mudança é que a agência vai passar a ser classificada pelo faturamento total. “O medidor de qualidade de monitoramento do atendimento e do pós-venda não será mais individualizado, será coletivo”, disse a coordenadora.

Uma nova reunião foi agendada para o dia 22 de fevereiro, quando o banco se comprometeu a responder a todas as reivindicações. No entanto, já sinalizou a disposição de fornecer um chip ou um aparelho celular, uma mochila de transporte adequada, um plano de Uber Corporativo e criar alguns pontos de encontro em diversas localidades, nomeados de hub, para que os gerentes possam trabalhar de lá.
"Vamos continuar insistindo dia 22 que essa reestruturação tem penalizado os bancários e bancárias em todos os segmentos. Não é possível trabalhar nessas condições. É caso de urgência, por exemplo, a contratação de pessoal e treinamento adequado para quem está atendendo nas agências", destacou o diretor do nosso Sindicato, Ageu Ribeiro.

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