Todos os funcionários do Santander, ativos e aposentados, terão isenção de tarifas na conta combinada funcionário. Essa foi a principal conquista da reunião entre Contraf-CUT, Comissão de Organização dos Empregados (COE) e Comitê de Relações Trabalhistas do banco, realizada nesta quinta-feira (18).
A reunião debateu ainda condições de trabalho. Os dirigentes sindicais reivindicaram a contratação de mais funcionários para suprir as demandas impostas pelas metas abusivas. Denunciaram que a situação piorou após o banco lançar, em janeiro, o plano Jeito Certo, que propunha mais foco nos clientes e não nos produtos.
O banco se comprometeu a fazer um balanço do plano no final do primeiro semestre e passar os dados aos dirigentes para uma avaliação conjunta.
O Comitê de Relações Trabalhistas do Santander atendeu a outra reivindicação dos trabalhadores ao propor uma cartilha de orientação com as regras de abertura e prospecção de contas universitárias. De acordo com a categoria, no início dos períodos letivos as cobranças e o desrespeito aos horários de trabalho aumentam muito.
A Contraf-CUT ainda denunciou a falta de caixa e o acúmulo de responsabilidade dos gerentes-gerais e gerentes administrativos que, em muitos casos, são responsáveis por mais de uma agência.
Ela informou que também foi cobrado o respeito à legislação do estágio e do Jovem Aprendiz, para que eles não efetuem vendas de produtos. O banco se comprometeu a fiscalizar e rever essas práticas.
O assunto mais polêmico nas conversas foi a segurança nas agências de negócios. De acordo com o banco, a lei não pede segurança neste tipo de estabelecimento.
Antes do final do encontro, o Santander admitiu falha no sistema e prometeu disponibilizar em seu site, já na próxima segunda-feira (22), as inscrições para as 800 bolsas de estudos para pós graduação. O prazo de inscrição vai até a terceira semana de julho e os critérios de desempate serão os mesmos usados para a graduação. A única diferença é que só pode receber o beneficio quem tiver um ano de vínculo com a instituição.
Fórum de Saúde
Também nesta quinta-feira, houve reunião do Fórum de Saúde. O Santander reconheceu o atraso na marcação para consultas e exames psiquiátricos, que chegam a demorar 40 dias, e culpou as operadoras. Os trabalhadores querem uma atuação enérgica e imediata junto aos responsáveis. Mais do que isso, querem uma análise das causas para a alta demanda deste tipo de atendimento que, com certeza, é gerada pelo modelo de pressão dos bancos.
Os representantes dos trabalhadores cobraram revisão do Kit afastamento, série de documentos que o bancário precisa preencher ao sair de licença. Um bancário com AVC não consegue, em uma semana, prestar essa série de informações sobre sua doença. O prazo não pode ser menor que 10 dias nem com ameaça de penalidade.
Outra reivindicação é o parcelamento na devolução do adiantamento de salários, no caso de afastamento médico. Os bancários pedem que a parcela comprometa, no máximo, 20% da renda mensal do trabalhador e não a vista, como é atualmente.
Os dirigentes sindicais contestaram a avaliação do banco ao atestado médico. Eles pediram que este processo não ocorra durante a licença e também a reformulação da intimação para o trabalhadores comparecerem a uma consulta com o médico do banco, afim de tirar dúvidas sobre a necessidade de afastamento. Foi denunciada ainda a ingerência sobre os atestados de saúde ocupacional. O banco se comprometeu a descredenciar qualquer clínica que seja flagrada atendendo aos desejos dos chefes de departamentos e não avaliando as reais condições do trabalho. Nessa questão, a Contraf-CUT pede que os bancários denunciem esse tipo de caso.
Por fim, foi acertada uma reunião para discutir o programa Retorne Bem, estabelecido unilateralmente pelo banco. A categoria pede participação na reformulação para atender melhor aos trabalhadores.
Fonte: Contraf-CUT
Bancários do Santander conquistam isenção de tarifas
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