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Itaú Anuncia Dividendos Extraordinários para 2025 e Sindicato alerta para as Condições de Trabalho

Itaú
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Banco feito de futuro com assédio e adoecimentos

 

Itaú Anuncia Dividendos Extraordinários para 2025 e SeebABC alerta para as Condições de TrabalhoEm meio ao anúncio de que 2025 trará um “dividendo extraordinário” para os acionistas, feito pelo CEO do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, um contraponto relevante surge em relação às condições de trabalho dos bancários. Enquanto o banco prevê distribuir um lucro extraordinário aos acionistas no início do ano que vem, o aumento das metas e a pressão sobre os funcionários vêm sendo associados ao adoecimento e desgaste físico e mental dos trabalhadores.

Após a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2024, Maluhy afirmou que o Itaú teve um lucro recorrente de R$ 10,675 bilhões, crescimento de 18% em comparação ao mesmo período do ano passado. Com uma performance robusta e uma rentabilidade crescente, medida pelo ROE (retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio anualizado), que subiu para 22,7% no terceiro trimestre, o banco se posiciona para distribuir dividendos ainda maiores do que os registrados em 2023, que somaram R$ 11 bilhões.

Contudo, o cenário de sucesso financeiro do Itaú levanta questões entre os bancários sobre a pressão por resultados e metas cada vez mais agressivas. De acordo com o diretor do Sindicato dos Bancários do ABC e funcionário do banco, Marcelo Alves, o foco excessivo em lucros e distribuição de dividendos acaba recaindo nas costas dos trabalhadores. “O que vemos são metas inatingíveis, cobranças constantes e até assédio moral, resultando em um aumento expressivo de bancários adoecidos, seja por estresse, ansiedade, ou outras questões de saúde mental,” afirma Marcelo. Segundo ele, enquanto o banco distribui bilhões entre os acionistas, os trabalhadores lidam com uma rotina de pressão e desgaste que afeta diretamente sua saúde e qualidade de vida. “Esse é o banco feito de futuro que diz em sua propaganda, mas é um futuro com assédio e adoecimentos”, complementa o diretor.

Dados recentes indicam que o setor bancário enfrenta altos índices de afastamentos por doenças ligadas ao estresse e transtornos mentais, em boa parte impulsionados pelo ambiente de trabalho. Isso exige que os bancos implementem políticas mais humanas e sustentáveis para os funcionários. “Não somos contra a distribuição de lucros, mas acreditamos que a valorização dos trabalhadores e a criação de condições dignas de trabalho deveriam ser prioridades. A busca por metas exorbitantes e o ritmo acelerado têm impactos devastadores na vida dos bancários,” conclui Marcelo.

Assim, enquanto o Itaú promete dividendos generosos para os acionistas, fica evidente a necessidade de um equilíbrio entre o sucesso financeiro e o bem-estar dos seus trabalhadores.

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