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Banco tem ‘gestão do adoecimento’

Itaú
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Cobrança e a sobrecarga de trabalho são excessivas e adoecem, e a instituição, que deveria amparar, demite suas vítimas

itaú adoeceMetas abusivas, falta de funcionários, sobrecarga de trabalho, assédio moral, discriminação, controle excessivo. Essa é a ‘Gestão do Adoecimento’ que o Itaú não cansa de expandir.

E, como se não bastasse tanta violência, o banco voltou a demitir pessoas com problemas de saúde, inclusive aqueles de origem ocupacional, ou seja, contraídos no trabalho.

Mesmo apresentando programas novos na área da saúde ocupacional no Grupo de Trabalho de Saúde da Comissão de Organização dos Empregados (COE) nacional, o Itaú continua a demitir trabalhadores e trabalhadoras doentes.

“A justificativa do banco é que não tem lugar para alocar essas pessoas. Ora, a empresa investe pesadamente em novas tecnologias para aumentar seu lucro, que já é alto, e pouco se importa com o sofrimento psíquico que vem impingindo a seus trabalhadores”, aponta a diretora sindical Adma Gomes, lembrando que esse sofrimento é causado inclusive pela forma como se utilizam essas tecnologias.

Um exemplo: como vem eliminando vertiginosamente postos de trabalho, fazendo com que gerentes das agências digitais tenham muitos mais clientes em carteira do que os gerentes das agências físicas, os trabalhadores da digital ficam sobrecarregados. E nas agências físicas o movimento também não diminui, pelo contrário, porque com o fechamento de algumas unidades outras têm sido sobrecarregadas.

“É uma bola de neve de problemas, e aqueles que conseguem manter seus empregos ficam doentes devido a essa ‘gestão do adoecimento’. Depois, como ‘recompensa’ são sumariamente demitidos”, destaca a diretora, acrescentando que essa situação revela discriminação e desrespeito para com os trabalhadores e com a legislação que trata dos adoentados, além de prejudicar a população, que tem o atendimento precarizado.

Demissão - Um caso recente de demissão de trabalhador doente, com LER/DORT e problemas psíquicos, ocorreu em 13 de junho passado. Mesmo o funcionário participando do programa de readaptação, com indicação de psiquiatra e psicóloga, e mesmo sem previsão de alta médica, foi demitido.

Ele havia sido desaposentado há um ano e foi dispensado 40 dias após o término da estabilidade. “O Sindicato entrou em contato com o Itaú e a resposta é de que não havia onde alocar o trabalhador, o que é um absurdo. Ele estava na quarta consulta do programa de qualidade de vida e controle do estresse, o Projeto Equilibrium, e, quando foi informado de que havia sido desligado, sua próxima consulta foi imediatamente suspensa”, revela a diretora. Ela informa que o Sindicato vai acompanhar o caso para que sejam tomadas as providências cabíveis, e que os bancários devem denunciar as más condições de trabalho no banco como forma de prevenir o adoecimento e evitar casos similares.

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