Durante mesa negocial, representação dos empregados fez críticas à postura do banco em divulgar mudanças que afetam os trabalhadores sem discutir com a Comissão
Cobrança por uma política efetiva de valorização dos empregados, respeito à diversidade e uma gestão verdadeiramente humanizada. A mesa de negociação entre a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e o banco sobre Plano de Funções Gratificadas (PFG), na última quinta, 27, foi marcada por reivindicações da comissão sobre pautas ainda não resolvidas pela Caixa.
Ao dar início à reunião, a coordenadora da CEE, Fabiana Uehara Proscholdt, fez críticas à postura do banco em divulgar mudanças que impactam o trabalho dos empregados sem discussão com a comissão. Já durante a discussão sobre o Plano de Funções Gratificadas (PFG), o banco ouviu as recomendações dos representantes dos empregados. Para Fabiana, a Caixa precisa tornar a rede mais atrativa aos empregados, com funções que valorizem características individuais. “O PFG, hoje, é excludente. Nossa empresa tem diversidades. São pessoas com deficiência, neuro-divergentes e outras com habilidades específicas que deveriam ser valorizadas. Mas, infelizmente, ficam na dependência de um gestor mais humano que enxergue este potencial em toda sua diversidade, para terem oportunidades de ascensão”, observou.
Rogério Campanate, integrante da comissão e representante da Federa/RJ, reafirmou a avaliação de Fabiana. "Nossos gestores precisam aprender a lidar com a diversidade. E para isso são necessários cursos presenciais que desenvolvam essas habilidades”, acrescentou.
Na avaliação dos representantes dos trabalhadores, o encarreiramento do banco não oferece oportunidades de reconhecimento a profissionais técnicos bancários, por exemplo. "Queremos que nossos colegas sejam valorizados. Hoje, não há nenhuma atratividade para permanecer nas agências. Eles precisam ser valorizados, com salários melhores dentro de suas funções, e não precisarem galgar posições para receberem o devido reconhecimento”, frisou Fabiana Proscholdt.
Fim da dependência das funções - Os integrantes da comissão criticaram a estrutura da função, que mantém o empregado dependente, uma vez que o salário está vinculado a ela e a sua perda resulta em uma remuneração significativamente menor. "Infelizmente muitos empregados dependem da função. Para alguns, perder a função é equivalente a perder o emprego. É preciso criar um mecanismo para diminuir essa dependência”, sugeriu Antônio Abdan, representante dos trabalhadores.
A Comissão também criticou a prerrogativa dada aos gestores de retirar funções sem critérios claros. "Não é possível que o empregado se prepare tanto para receber uma função e, no dia seguinte, perca-a por uma decisão intempestiva do gestor”, exemplificou Rachel Weber, integrante da CEE. “As situações a que os empregados acabam se submetendo para manter suas funções são adoecedoras”, endossou Rafael de Castro, diretor da Fenae e da Contraf/CUT e membro da comissão.
Outras demandas - Os integrantes da comissão destacaram outros assuntos que precisam ser resolvidos pelo banco. Em relação ao Saúde Caixa, ressaltaram o fim do teto de 6,5% dos gastos do banco com o plano de saúde e a manutenção dos princípios de solidariedade, mutualismo e pacto intergeracional, além do modelo de custeio 70/30.
Fabiana Proscholdt defendeu um Processo de Seleção Interna (PSI) mais inclusivo, universal e transparente, para que todos os empregados possam participar do processo com iguais oportunidades.
A Comissão reivindicou mais uma vez o retorno da Gipes, Gilog, Giseg e outras estruturas que permitem a resolução de problemas específicos e pontuais dos empregados. A representação também cobrou respeito às regras acordadas sobre teletrabalho, especialmente a prioridade dos pais com filhos PCDs, além do fim da função minuto.
Mesa específica sobre metas - A CEE solicitou uma mesa específica para discutir metas, assédio e o programa Conquiste. Para os representantes, o programa continua sendo uma ferramenta de assédio. "É um programa que incentiva a competição entre os colegas. Temos que competir com o mercado financeiro e não estimular uma competição interna”, afirmou Rafael de Castro. A mesa específica será marcada em breve.
Para o diretor de Relações Sindicais do nosso Sindicato, Hugo Saraiva, é fundamental a construção de um novo sistema de metas, mais condizente com o trabalho em equipe. “Um sistema que não estimule a competição entre os empregados, que seja mais colaborativo, aumentado o sentido de equipe e reduzindo a carga de estresse para todos”, apontou.