Novo presidente, que ainda não teve nomeação oficializada, fala em abertura de capital e enaltece militares para “análise do passado”; coordenadora do comitê representante dos empregados aponta desconsideração a regras legais
Escolhido para ser o novo presidente da Caixa, mas ainda sem nomeação oficializada, Pedro Guimarães concedeu ontem (1) rápida entrevista ao site O Antagonista durante a posse do presidente Jair Bolsonaro. Ele confirmou que haverá abertura de capital das operações de Cartões, Loterias, Asset e Seguros.
A afirmação revela a privatização de forma fatiada que, ainda segundo Guimarães, deverá render “dezenas de bilhões de reais”. No entanto, o assunto foi tratado de forma superficial, sem detalhamento das operações. Ele também confirmou que o banco público terá entre postos diretivos a presença de militares. “Existe uma questão de governança importante e a gente quer fazer toda análise do passado de quaisquer problemas que por ventura existam, e ter os militares com a gente faz todo sentido”, afirmou, sem explicar o que seria exatamente essa “análise do passado”, vez que o banco passou recentemente por auditoria e responde a vários canais de monitoramento.
Para a coordenadora do comitê e representante dos empregados da Caixa no CA, Rita Serrano, as declarações de Pedro Guimarães são vagas e, no caso da nomeação dos militares, desconsideram-se regras legais e estatutárias que precisam ser cumpridas para a nomeação em cargos diretivos. “Fica claro o tamanho desafio que teremos nesse enfrentamento. Os empregados da Caixa precisam estar unidos e informar a sociedade sobre os riscos desse fatiamento da empresa. As mudanças poderão ser radicais e alterar toda a estrutura do banco, para a sociedade e para seus trabalhadores”, aponta a conselheira.
Fonte: Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas