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Fenaban propõe 8% e abono neste ano. Para 2017, inflação e 1% de real; Comando orienta aprovação e assembleia acontece hoje

Campanha Nacional 2016
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Assembleia começa às 17h30 na sede social do Sindicato
 

Com 30 dias de greve histórica e grande mobilização nacional da categoria bancária, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou nesta quarta-feira (5), em São Paulo, uma nova proposta para o Comando Nacional dos Bancários. O acordo de dois anos prevê 8% de reajuste mais abono de R$3,5 mil, em 2016. No vale-alimentação o reajuste proposto é maior, de 15% e no vale-refeição e no auxílio creche/babá é de 10%. Para 2017, a Fenaban aceitou repor integralmente a inflação (INPC/IBGE) mais 1% de aumento real nos salários e em todas as verbas. O Comando Nacional dos Bancários orienta aprovação da proposta e os sindicatos realizam assembleias nesta quinta-feira (6) em todo o País.

No Grande ABC a assembleia começa às 17h30 na sede social do Sindicato, à rua Xavier de Toledo 268, no centro de Santo André. "É fundamental a participação dos bancários, pois esse é um momento decisivo da campanha 2016", destaca o presidente do Sindicato, Belmiro Moreira. Para o Comando Nacional dos Bancários, os bancários saem vitoriosos  de uma das campanhas mais difíceis dos últimos anos, impactada pela conjuntura  política e econômica do País, porque a primeira proposta de Fenaban, que reajustava os salários em 6,5%, foi apresentada no dia 29 de agosto, em plena efervescência política do processo de impeachment, que aconteceria dois dias depois. A greve foi iniciada nesta novo governo, que estabeleceu medidas e ajustes que prejudicaram as reivindicações, e os banqueiros insistiram em um modelo aplicado nos anos 90, na Era FHC, de reajustar salários abaixo da inflação e conceder abono.

Dentro da Campanha Nacional deste ano, a defesa do emprego está entre as prioridades, sendo tema constante de debate com a Fenaban.  Assim, a negociação conquistou a instalação de um Centro de Realocação e Requalificação Profissional nos bancos. Com participação bipartite, o projeto vai buscar realocar os funcionários ameaçados pela reestruturação em um determinado local, criando possibilidades de serem transferidos para outras áreas da própria instituição e assim evitar demissões. Sobre os dias parados durante a greve, a Fenaban insistia na compensação de todos, sem prazo limite.  Mas o Comando Nacional não aceitou a postura dos banqueiros e conseguiu arrancar, na mesa de negociação, o abono total dos dias parados. A Fenaban disse, porém, que a proposta só vale até as assembleias desta quinta-feira (6),  com retorno ao trabalho na sexta feira (7).

O debate de um modelo diferente, que garantisse que aquela velha fórmula não voltaria em 2017 apareceu no cenário e foi considerado importante pelo Comando. A presença dos bancos públicos na CCT de 2017 e a garantia de reajuste acima da inflação para todos era fundamental.  Também foram garantidos avanços no VA, VR e Auxílio-creche/Babá, além da extensão dos direitos e valores para todos os bancos públicos, diferentemente dos anos 1990. Os bancos concordaram ainda em implantar a licença-paternidade de 20 dias, conforme lei sancionada neste ano, durante o governo Dilma Rousseff.

Proposta dos bancos

Reajuste de 8% e abono de R$ 3.500,00 em 2016.

Reposição integral da inflação (INPC/IBGE), mais 1% de aumento real em 2017 para os salários e todas as verbas.

PLR 2016 - PLR regra básica - 90% do salário mais R$ 2.183,53 limitado a R$ 11.713,59. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 25.769,88

PLR parcela adicional - 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 4.367,07.

Antecipação da PLR – Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Regra básica -  54% do salário reajustado em setembro de 2016, mais fixo de R$ 1.310,12, limitado a R$ 7.028,15 e ao teto de 12,8% do lucro líquido - o que ocorrer primeiro. Parcela adicional equivalente a 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2016, limitado a R$ 2.183,53.

PLR 2017 - Para PLR e antecipação da PLR- mesmas regras, com reajustes dos valores fixos e limites pelo INPC/IBGE de setembro/2016 a agosto/2017, acrescido de aumento real de 1%, com data de pagamento de pagamento final até 01/03/2018.

Pisos 2016

Piso portaria após 90 dias - R$ 1.487,83.

Piso escritório após 90 dias - R$ 2.134,19.

Piso caixa/tesouraria após 90 dias - R$ 2.883,01 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).

Vales e Auxílios 2016

Auxílio-refeição - R$ 32,60.

Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta - R$ 565,28.

Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) - R$ 434,17.

Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) - R$ 371,43.

Gratificação de compensador de cheques - R$ 165,65.

Requalificação profissional - R$ 1.457,68.

Auxílio-funeral - R$ 978,08.

Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto - R$ 145.851,00.

Ajuda deslocamento noturno - R$ 102,09.

Vale-Cultura, valor de R$50,00, mantido até 31/12/16.

2017 - Os valores vigentes em 31/08/2017 serão reajustados pelo INPC/IBGE de setembro/2016 a agosto/2017, acrescido de aumento real de 1%.

Fonte: Contraf-CUT. com edição