Em primeira negociação bancos negam demissões e não assumem compromisso com emprego da categoria

Campanha Nacional 2015
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1581921316Na primeira rodada de negociação da Campanha Nacional Unificada 2015, entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban, nesta quarta-feira (19), no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, os representantes dos bancos não assumiram compromisso com a manutenção dos empregos da categoria.

A categoria reivindica o fim da rotatividade, o combate à terceirização, inclusive via correspondentes bancários, mais contratações, respeito a jornada de trabalho além da criação de um grupo de trabalho para discutir a automação, entre outros pontos da pauta. Os representantes dos bancos, no entanto, alegaram que não podem dar garantia de emprego aos bancários de todo o País.

“Enquanto os bancos defendem a precarização através da terceirização e dos correspondentes bancários, os representantes dos trabalhadores exigem garantia de emprego, o fim das terceirizações, mais contratações, respeito a jornada de trabalho e o fim da rotatividade, que corrói o ganho proporcionado pelo aumento real e reduz a média salarial dos bancários”, disse Belmiro Moreira, presidente do Sindicato e membro do Comando Nacional dos Bancários que participou da reunião.

A Fenaban negou haver demissões no momento e seus dirigentes também se mostraram contrários à Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que disciplina o término de contrato de trabalho pelo empregador e determina a necessidade de justificativas para a dispensa. "Essa afirmação dos banqueiros é um absurdo, pois somente de janeiro a junho deste ano, de acordo com dados do Caged, o setor bancário cortou 2.795 empregos”, afirma Belmiro. Esse número aumenta para 22 mil quando analisado o período de janeiro de 2012 a junho de 2015. No início dos anos 1990, o Brasil tinha 732 mil bancários. Em 2013, esse número caiu para 511 mil, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego. “O Brasil perdeu um HSBC de bancários nos últimos três anos, pois o banco conta hoje com 21 mil funcionários que, aliás, correm risco de demissão devido a venda do banco para o Bradesco”, completa o presidente do Sindicato.

Além de negarem que há demiscalendário de negociaçõessões, os bancos repetem postura dos anos anteriores, dizem que mantém o nível de emprego, amenizam os problemas da terceirização e a rotatividade, contestam o descumprimento da jornada de trabalho e ainda insistem no descumprimento do acordo coletivo dos bancários, que determina seis horas ao dia. "Os trabalhadores são contra o projeto de terceirização que tramita no Senado e eles deixam claro que são a favor ", lembra Belmiro.

O trabalho é um direito social fundamental do homem e tem por finalidade melhorar as condições de vida das pessoas, buscar a igualdade social e atribuir dignidade à pessoa humana. O artigo 6° da Constituição elenca como direitos sociais o direito ao trabalho, entre outros, como a educação, saúde, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e infância e assistência aos desamparados. “Analisando esse artigo da constituição e a declaração dos bancos percebemos, ainda, que mesmo com os lucros exorbitantes, eles não cumprem seu papel social”, conclui o presidente do Sindicato.

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