Ganho real da categoria bancária desde 2004 supera os 20%

Campanha Nacional 2014
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Bancários assinaram, na segunda 13, convenção coletiva e aditivos do Banco do Brasil e da Caixa Federal, garantindo conquistas. Mas nem sempre foi assim, especialmente nos anos 1990. Com os 2,02% de aumento real conquistado neste ano – o maior não escalonado desde 1995 –, os bancários superaram a marca de 20% (20,7%) de reajustes acima da inflação desde 2004 nos bancos privados. Na Caixa Federal e no Banco do Brasil o ganho foi de 21,3% nesse período. Para o piso foi ainda maior. Com os 2,49% de agora, o reajuste real desde 2004 bate na casa dos 42,1%. Na íntegra (sem descontar a inflação), os reajustes em 2014 foram de 8,5% para salários, vale-alimentação, 13ª cesta, auxílios creche e babá, regra básica da PLR e parcela adicional; 9% para os pisos e 12,2% no vale-refeição. Os índices foram sacramentados na segunda-feira 13, data das assinaturas da nova Convenção Coletiva de Trabalho e dos acordos aditivos dos bancos federais, válidos em todo o Brasil. Tudo deve ser pago retroativamente a 1º de setembro, data-base da categoria. Dentre as conquistas deste ano, os 5,5% de ganho real para o vale-refeição e os 2,02% na regra básica e na parcela adicional da PLR, vale-alimentação, 13ª cesta e auxílios creche e babá. Houve avanços, ainda, no combate ao assédio moral, pressão por metas, formação profissional, 13º e reabilitação para afastados, direitos da gestante, dos homoafetivos e segurança. 11 anos – Este ano foi o 11º seguido de aumento real para os bancários, conquista que veio com muita luta e organização da categoria. Pode parecer rotina, mas nem sempre foi assim. Nos dez anos anteriores, ou seja, de 1995 a 2003, só quatro foram marcados por aumento real; os outros seis por perdas. Em 1995, foram 3,34% de valorização, anulada logo no ano seguinte, quando a categoria perdeu 3,05% de seu poder de compra. Logo depois, um pequeno ganho, também engolido por forte queda, de 2,31%, em 1998 (veja tabelas abaixo). O fim da década e início dos anos 2000 agravaram o cenário. Dois anos que, somados, não chegaram a 0,5% de aumento real e três fortes quedas. No geral, 8,6% de perdas salariais no período. O achatamento, também conhecido como arrocho salarial, veio lado a lado com demissões. De 1994 a 2002 ultrapassaram 30% na categoria - mais de 150 mil trabalhadores dispensados. No ciclo seguinte, a partir de 2003 até 2012 o crescimento resultou em cerca de 110 mil bancários a mais. Demissão e arrocho resumem final dos anos 1990 - Uma informação que vale mais do que mil palavras. Entre 1995 e 2003, os bancários viram seus salários ficar 8,6% menores em relação à inflação. Nos duros anos do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a situação para os trabalhadores dos bancos públicos era ainda pior: a perda real no período foi de 36,3% no Banco do Brasil e de 40% na Caixa Federal. De lá para cá, muita coisa mudou. Com a eleição de um presidente da República oriundo da classe trabalhadora, a relação foi totalmente alterada. Além do respeito ao movimento sindical, que negocia pela categoria, o aumento do nível de emprego virou a história. O número de bancários, por exemplo, que havia caído 30,3% no Brasil entre 1994 e 2002, subiu 28% de 2003 a 2013. Entre 2004 e 2014 os empregados dos bancos privados acumularam ganhos reais, acima da inflação, de 20,7%. Nos públicos, esses aumentos reais somaram 21,3%. Ruim para o setor – O Sistema Financeiro Nacional também saiu enfraquecido desses tempos. Além das privatizações que eram o mote do governo de orientação neoliberal de FHC, a abertura de mercado levou à quebra e fechamento de dezenas de instituições nacionais. Em 1990 havia 174 bancos privados brasileiros. Esse número foi caindo até chegar a 105 no ano 2000 e aos atuais 87. Já os públicos federais e estaduais foram reduzidos a menos da metade: eram 34 em 1990, passaram a 17 em 2000, chegando às atuais 11 instituições. Por outro lado, a presença dos privados estrangeiros no País aumentou 244%: de 18 em 1990 para 70 em 2000 até os atuais 62 bancos. São Paulo e os paulistas, por exemplo, perderam um grande patrimônio: o Banespa, um dos maiores bancos públicos brasileiros, foi vendido ao Santander por muito menos do que valia. A Nossa Caixa, última instituição estadual paulista, quase teve o mesmo destino, não fosse a intervenção do Banco do Brasil, que fez a fusão mantendo-a como empresa pública. O Brasil e os brasileiros já perderam muito com o modelo neoliberal de governar. Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo tab2                                                     tab1