Empresa inicia projeto-piloto em que trabalhador tem de ficar à disposição todos os dias da semana e em tempo integral.
A direção do Banco do Brasil mais uma vez está inovando no que se refere à exploração do funcionalismo. Isso porque, na última semana de abril, a instituição financeira iniciou projeto-piloto para serviço de home office em áreas administrativas, no qual os trabalhadores envolvidos têm de estar disponíveis 24 horas por dia nos sete dias da semana.
A medida começou em caráter experimental com nove funcionários lotados em São Paulo e em Brasília. A intensão da empresa é de que ainda neste primeiro semestre sejam pelo menos mais 100 trabalhadores envolvidos. Pelo projeto, arquitetado pelo gestor Carlos Netto, a pessoa faz o serviço de sua residência, devendo cumprir a jornada de trabalho. No entanto, é obrigado a permanecer com o celular disponível e checar, a todo momento, seus e-mails. Na prática, a pessoa fica a serviço da instituição 24 horas por dia nos sete dias da semana. Fica sem vida pessoal. Fora isso, esses funcionários têm metas acrescidas em 15% em relação aos demais.
"Apesar de que em nossa base esse projeto ainda não está sendo testado, o Sindicato vê essa situação com apreensão, porque é um absurdo, o funcionário fica sem vida pessoal", disse Otoni Lima, diretor do Sindicato e funcionário do BB.
Reestruturação – Esse home office integra plano maior de reestruturação em curso no BB. A Ditec (Diretoria de Tecnologia), por exemplo, passa por nova reestruturação, atingindo cerca de 300 trabalhadores em todo o país. Estão sendo pressionados a migrar da jornada de oito horas para seis horas, com redução nos salários. Nesse setor, em 2013, diversos funcionários passaram por situação idêntica devido ao PFG (Plano de Funções Gratificadas).