Repercussão foi grande, pois banco incluiu até os que coabitam com pessoas do grupo de risco; reunião discute assunto nesta quarta
A decisão do Banco do Brasil em retirar do home office funcionários que coabitam com grupos de risco, anunciada ontem (21) em comunicado interno da empresa, causou grande indignação entre os bancários, que reagiram à notícia com comentários no Facebook do Sindicato. A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) deve se reunir com o BB nesta quarta (22) às 14h30 para tratar do assunto.
“Não existe dúvida nenhuma de que retomar às atividades presenciais agora é colocar em risco direto as vidas dos funcionários, não importa o quanto tentam fingir que a pandemia já passou, ela está aqui e continua forte”, afirmou uma trabalhadora. “Lamentável essa decisão... com as escolas fechadas, como fazemos com os filhos? (...) O próprio banco divulgou que o trabalho remoto estava dando resultado satisfatório e tinha interesse em manter esse modelo para parte do funcionalismo... de repente, muda de ideia, de uma hora para outra... não dá para entender!”, destacou outra internauta.
De acordo com o diretor sindical Otoni Lima, que também é funcionário do BB, o comunicado é confuso e inclusive tem levado gestores a um entendimento errôneo, de que a ordem do banco está prevista no acordo coletivo emergencial firmado por conta da covid-19, o que não é verdade.
“A medida não tem nada a ver com o acordo. É uma decisão da administração. Tanto é que os funcionários das bases sindicais do Maranhão, Rio Grande do Norte, Bauru e Pelotas, que não assinaram o acordo, também estão sujeitos a essa mesma regra. O acordo preserva vidas e direitos, mas a direção do BB vai na contramão com essa medida unilateral, sem ouvir os representantes dos trabalhadores”, afirma Otoni.
Ele destaca a importância de os bancários se mobilizarem pelas redes sociais, como aconteceu no Facebook – inclusive rebatendo pessoas desinformadas, que acham os bancários privilegiados por poderem fazer home office - e por meio de canais internos de comunicação da instituição, via “Fale Com”, para demonstrar a indignação causada por essa falta de respeito do banco.